Gabriela Prestes Carneiro

Ciências da Vida

A maior parte das pessoas escolhe uma cidade para viver depois de uma viagem ou experiência agradável. Não foi assim com a arqueóloga Gabriela Prestes Carneiro. O insight para viver na Amazônia veio depois que ela tomou uma chuva em Belém. Desde então, a cientista vive intrigada pela relação que os seres humanos estabelecem com a água, incluindo nos tempos remotos em que atividades como a pesca e construção de poços e barragens eram fundamentais. 

Não é de estranhar que os sambaquis sejam o objeto de estudo principal da arqueóloga. Para Gabriela, os sambaquis são como livros que preservam a história da Amazônia e onde ela descobre informações surpreendentes, como o fato de que a dieta dos nativos pré-cabralinos era muito mais diversificada que a nossa. Bisneta de uma indígena guarani, Gabriela se graduou em história pela Universidade de São Paulo e alcançou o título de mestre pelo Muséum National d’Histoire Naturelle de Paris, França. Instituição onde também se doutorou em ciências da natureza, em cotutela com a Universidade de São Paulo. Docente no curso de arqueologia da Universidade Federal do Oeste do Pará, ela ainda se considera ‘caipira’ e ‘mateira’ de coração. Toda vez que olha uma árvore vê a si mesma, menina, trepada em um pé de jambolão, imaginando como as pessoas do passado viviam… 

Projetos

Janelas para a Biodiversidade do Baixo Amazonas (JABBA) : contribuições dos sambaquis do passado para a preservação ambiental no presente amazônico
Ciência / Ciências da Vida

Cascudo, piranha, tambaqui, muçum, cujuba, pirarucu e muitos outros peixes. A dieta dos povos indígenas no passado era muito mais diversificada do que a nossa dieta hoje. Estudando milhares de restos de espinhas de peixe, a arqueóloga Gabriela Prestes tem descoberto que nas antigas aldeias amazônicas se consumia uma grande quantidade de espécies distintas de animais. Muitos dos peixes antes consumidos (enguias, piranhas, arraias) fazem parte de receitas que hoje não conhecemos mais, mas que podemos recuperar. O projeto irá estudar os sambaquis da Amazônia, que são como grandes cebolas construídas com conchas e terra e que foram ocupados durante milhares de anos. Graças a preservação excepcional dos restos de plantas e animais nesses locais, cada camada de um sambaqui é como um capítulo que conta uma parte da história dos povos que ocuparam as várzeas e os rios da Amazônia.

Recursos investidos

Grant 2022: R$ 700.000,00

Instituições

  • Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Temas
  • Arqueologia
  • sambaquis