Programa de Formação em Ecologia Quantitativa

Programa de Formação em Ecologia Quantitativa

A Formação em Ecologia oferece um treinamento teórico e prático a futuros pesquisadores, de qualquer campo de conhecimento, para capacitá-los a formular e responder grandes questões nos diversos subcampos da ecologia. O foco é naqueles interessados em ingressar num programa de doutorado de excelência para dar continuidade a suas carreiras.

Os alunos participam de um módulo teórico nas férias de verão, com duração de dois meses, e um módulo prático nas férias de inverno, que acontece em diferentes biomas brasileiros, com duração de um mês.

No módulo teórico, eles passam por um treinamento intensivo em ferramentas quantitativas usadas na ecologia e desenvolvem um projeto com modelagem matemática. Além disso, fazem uma imersão nos diferentes campos da pesquisa em ecologia por meio de aulas expositivas, aprendizado de ferramentas quantitativas e sessões de discussão com cientistas que atuam em centros de pesquisa de excelência no mundo todo.

No módulo prático, os alunos vão a campo utilizar as ferramentas quantitativas para testar os modelos desenvolvidos ou criar modelos a partir dos fenômenos observados.

O objetivo é, assim, unir as duas expertises tradicionais na ecologia que geralmente caminham separadas: a teórica, que utiliza ferramentas matemáticas e computacionais para pensar em larga escala de dados, e a empírica, que detém o olhar treinado para observar como os fenômenos modelados se manifestam de fato na natureza.

A coordenação científica da Formação em Ecologia Quantitativa é da ecóloga Flavia Marquitti (Unicamp).

Para quem é a Formação?

O programa é voltado a pessoas com o mestrado em andamento ou concluído em qualquer área do conhecimento, em uma instituição de Ensino Superior do Brasil. Quem está cursando ou já concluiu a graduação também é elegível.

A experiência de pesquisa no campo das ciências biológicas é desejável, mas não obrigatória, e é imprescindível ter o domínio da língua inglesa. Também é necessário que o candidato tenha alguma familiaridade com cálculo diferencial e integral e programação, pois essas ferramentas serão utilizadas nas aulas.

Buscamos alunos com trajetórias acadêmicas diversas, mas que tenham em comum a curiosidade e o interesse em mergulhar numa grande variedade de tópicos e abordagens metodológicas em ecologia.

Por que uma Formação em Ecologia?

A Formação parte da premissa de que é fundamental para o Brasil desenvolver a ecologia tropical como eixo estratégico, aproveitando seu potencial de liderança no combate à crise climática e à devastação de biomas, e fazendo do país um polo global de cientistas do clima e da biodiversidade.

Isso porque temos os maiores laboratórios naturais do planeta: os ecossistemas. Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga, Pampa e os oceanos – cada um deles é extremamente rico e diverso e, a partir de uma economia verde, tem o potencial de gerar uma riqueza passível de se reverter diretamente para a população.

Desenvolver o eixo estratégico de ecologia tropical implica uma formação transdisciplinar que vem sendo requisitada cada vez mais. Para ocuparmos uma posição central na produção científica na área, é necessário investir na capacitação transdisciplinar de excelência, com potencial de inserir os futuros cientistas numa rede internacional. 

Professores da edição 2024

Conheça os professores do curso de verão:

Roberto Kraenkel

Instituto de Física Teórica da UNESP (Brasil)

Jonathan Levine

Universidade de Princeton (EUA)

Carla Staver

Universidade de Yale (EUA)

Rampal Etienne

Universidade de Groningen (Holanda) 

Sara Magalhães

Universidade de Lisboa (Portugal)

Elisa Thébault

iEES Paris (França)

Michael Bode

Universidade de Tecnologia de Queensland (Austrália)

Janneke Hille Ris Lambers

Universidade de Washington (EUA)

Mercedes Pascual

Universidade de Nova York (EUA)

Jason Tylianakis

Universidade de Canterbury (Nova Zelândia)

Mark C. Urban

Universidade de Connecticut (EUA)

Anne Magurran

Universidade de St Andrews (Escócia)

Aaron King

Universidade de Michigan (EUA)

Paulo Inácio Prado

Universidade de São Paulo (Brasil)

Vitor Vasconcelos

Universidade de Connecticut (EUA)

Diogo Melo

Universidade de Princeton (EUA)

Sara Mortara

Re.Green/ Universidade de São Paulo (Brasil)

Renato Coutinho

Universidade Federal do ABC (Brasil)

Edições anteriores

As três primeiras edições aconteceram em parceria com o Instituto Sul-Americano para Pesquisa Fundamental (ICTP-SAIFR). Por causa da pandemia da Covid-19, a primeira edição aconteceu em formato de workshop, totalmente remoto, em uma versão mais curta, de 5 a 30 de julho de 2021.

Já a segunda e a terceira edições aconteceram em formato presencial, na sede do ICTP-SAIFR, em São Paulo. A segunda edição teve duração de cinco meses, entre julho e novembro de 2022. Reformulada, a terceira edição teve o formato inspirado em um curso de verão, focada somente em ecologia, com um módulo teórico de dois meses, em janeiro e fevereiro de 2023, e um módulo prático com viagens de campo à Mata Atlântica e à Amazônia durante o mês de julho.

Confira os professores e os alunos selecionados da primeira, segunda e terceira edições do programa.

Confira também um pouco da primeira edição do curso de campo na Mata Atlântica e na Amazônia, em julho de 2023.

Depoimentos

Tiago Mourão

Mestre em física pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e aluno da Formação em Ecologia Quantitativa

Foi uma experiência inenarrável. Eu vim como físico – me formei em física, fiz mestrado em física – mas agora eu quero seguir o caminho do doutorado na ecologia, então eu estou tentando fazer uma transição de área, e esse curso foi fundamental justamente para eu ter as ferramentas necessárias para conversar com as pessoas que já são dessa área.”

Amanda Maciel

Mestranda em matemática aplicada na USP e aluna da Formação em Ecologia Quantitativa

Percebi com a Formação em Ecologia que eu não posso trabalhar sozinha. Como matemática, não só não consigo, como não deveria fazer o que faço sozinha. A gente depende um do outro para fazer essa conexão entre os dois mundos. Eu preciso ajudar os biólogos a descrever o que estão vendo e eles precisam me ajudar trazendo os problemas que eu posso colaborar. O curso serviu para eu perceber que essa conexão é fundamental.”

Rafael Menezes

Doutorando em ecologia pela USP e mestre em física pela UFBA, aluno da edição 2021

Na biologia e na ecologia existe uma pluralidade de conceitos que é absolutamente fantástica. Inserir a matemática nesses conceitos pode trazer muitos benefícios, porque traz mais precisão às definições, do ponto de vista teórico.