Nossos valores

Acreditamos que a excelência científica se dá por meio de:

– diversidade na ciência;
– ciência aberta e reprodutível;
– comunicação da ciência para sua inserção no debate público;
– desburocratização da ciência;
– transparência.

Saiba mais sobre cada um dos nossos valores:

Diversidade na ciência

Acreditamos que grandes resultados advêm de uma ciência praticada a partir da incerteza e do risco, e que essa é uma ciência possível quando há liberdade de ideias e pluralidade de pontos de vista. Para tanto, é essencial um grupo mais diverso de jovens pesquisadores que pensem a ciência sob diferentes olhares. Por isso, incentivamos a diversidade racial e de gênero na ciência no Brasil.

Em 2019 lançamos um guia que consolida nossas políticas de apoio à diversidade na ciência e busca inspirar nossos grantees e outras instituições a promover ações de inclusão, trazendo orientações àqueles que desejem formar grupos de pesquisa mais diversos. Conheça nosso “Guia de boas práticas em diversidade na ciência”.

Ações de estímulo à diversidade adotadas pelo Serrapilheira

• Nas nossas chamadas públicas, estendemos o prazo de conclusão de doutorado em até dois anos para as candidatas que são mães;
• Criamos mecanismo de apoio às grantees que engravidem ou tenham filhos durante a vigência do grant do instituto. Elas ganham uma bolsa-maternidade no valor de R$ 10 mil a ser aplicada da maneira que melhor se adapte às necessidades e à vida de cada mãe pesquisadora. Nove grantees já receberam o benefício, sendo elas: Adriana Alves, Ayla Sant’Ana, Bárbara Amaral, Cecilia Siliansky de Andreazzi, Fernanda Gervasoni, Karín Menéndez-Delmestre, Luna Lomonaco, Taicia Fill e Vanessa Staggemeier.
• Cobrimos os custos de participação de filhos em idade de amamentação (até 2 anos) e acompanhante em eventos organizados pelo instituto;
• Estabelecemos mecanismo de bônus para ações de inclusão: cientistas apoiados têm a opção de acessar recursos extras para aplicar na integração e formação de pessoas de grupos sub-representados nas equipes de pesquisa. A adesão a esse mecanismo é voluntária, ou seja, os pesquisadores podem optar por receber ou não o valor destinado às práticas de estímulo à diversidade;
• Flexibilizamos o prazo do contrato em função do período de licença-maternidade das mães pesquisadoras atuando nos grupos dos grantees. Estimulamos também que o pagamento da bolsa seja mantido durante o período de licença-maternidade e que seja oferecida uma bolsa-maternidade, quando possível. Este pagamento deve ser feito com os recursos já aprovados do projeto.
• Apoiamos projetos voltados à promoção da diversidade na ciência. Conheça aqui o Projeto Mukengi, Observatório das Ações Afirmativas na Pós-Graduação, Diversidade na Ciência Brasileira, Pluralizar e Oguntec.

Veja em nosso último relatório anual (páginas 22 e 23) alguns resultados de nossas ações.

Ciência aberta e reprodutível

Partimos do pressuposto de que a ciência é uma prática que necessita de revisão permanente e, portanto, seu acesso deve ser universal. Dados transparentes, disponíveis e reprodutíveis facilitam aos pesquisadores uma colaboração, seja do ponto de vista da pesquisa, seja compartilhando conhecimento, reutilizando resultados, dados e métodos, sendo um procedimento essencial para o avanço da ciência e a confiabilidade de seus resultados. Conheça nosso “Guia de boas práticas em ciência aberta e reprodutível”.

Em nosso portfólio, apoiamos duas iniciativas dedicadas a esse tema:

Iniciativa Brasileira de Reprodutibilidade

Apoiada desde 2018, a Iniciativa Brasileira de Reprodutibilidade é um projeto multicêntrico para a replicação sistemática de experimentos publicados pela ciência biomédica brasileira nos últimos vinte anos, período em que a ciência brasileira cresceu expressivamente em termos de volume de produção. O Brasil será o primeiro país a ter um levantamento do tipo. A rede conta com mais de 60 laboratórios colaboradores, e em 2022 mais da metade dos experimentos foram concluídos. A conclusão do projeto está prevista para 2023.

No-Budget Science Hack Week

O workshop intensivo de uma semana tem o objetivo de desenvolver projetos de pesquisa em metaciência por meio da utilização de dados publicamente disponíveis, seguindo a filosofia no-budget: um laptop na mão e uma ideia na cabeça. Os participantes desenvolvem projetos de pesquisa e/ou ferramentas que abordam grandes questões do processo científico moderno: disponibilidade de dados, confiabilidade, reprodutibilidade, sistema de publicação, distribuição de recursos e financiamento e formação de pesquisadores.

Outras ações

Somos signatários do DORA

A Declaração de São Francisco sobre Avaliação da Pesquisa (DORA, na sigla em inglês) reconhece a necessidade de melhorar as formas pelas quais os resultados da pesquisa acadêmica são avaliados. A declaração foi desenvolvida em 2012 durante o Encontro Anual da Sociedade Americana de Biologia Celular, em São Francisco (EUA).

Ela tornou-se uma iniciativa mundial que abrange todas as disciplinas acadêmicas e todas as principais partes interessadas, incluindo financiadores, editores, sociedades profissionais, instituições e cientistas.

O compromisso geral dos signatários do DORA é o de não usar métricas baseadas em periódicos, tais como o fator de impacto, como uma medida indireta da qualidade de artigos de pesquisa individuais para avaliar as contribuições de um cientista, nem em decisões de contratação, promoção ou financiamento.

Um dos compromissos específicos para agências de fomento, ao avaliarem cientistas, é considerar o valor e o impacto de todos os resultados (incluindo conjuntos de dados e software), além de publicações. Elas devem considerar, ainda, outras medidas de impacto, como a atuação nas políticas públicas dos cientistas avaliados.

Ciência aberta em debate constante

O tema está sempre presente nas discussões que promovemos nos Encontros Serrapilheira e webinars, e também nas discussões das quais participamos em outros eventos. Alguns exemplos:

Debate presencial – A revisão por pares pré-publicação faz bem à ciência?, no 6º Encontros Serrapilheira, em 2022.

Webinar – Ciência aberta: como fazer, no 5º Encontros Serrapilheira, em 2021.

Metascience 2023 – participamos do evento global organizado pelo Center for Open Science, em Washington DC (EUA). O encontro busca compartilhar conhecimento e construir comunidades com o objetivo de definir um plano de pesquisa e prioridades de intervenção para acelerar a ciência e torná-la melhor.

Comunicação da ciência

A construção de uma sociedade cientificamente informada, que toma decisões baseadas em evidências – desde a adesão às vacinas até o combate às mudanças climáticas – passa pela inserção da ciência no debate público.

Investimos na comunicação da ciência para promovê-la como uma aliada dos avanços democráticos e do pensamento crítico. Por meio de nossas ações, buscamos mostrar a relação entre a ciência e temas de interesse público como política, economia e saúde, e que ela deve ser levada em conta por tomadores de decisão e formuladores de políticas públicas.

Nossas ações se dão de diversas formas. Conheça o Programa de Jornalismo e Mídia e nossos projetos institucionais para saber mais.

Desburocratização da ciência

É fundamental reduzir as barreiras burocráticas que atrasam, e às vezes impedem, o desenvolvimento das pesquisas científicas. As dificuldades processuais que os cientistas brasileiros enfrentam para receber recursos e utilizá-los, seja na compra de equipamentos, na importação de insumos ou na contratação de pessoas, faz com que, muitas vezes, eles acabem adaptando seus projetos para desviar desses entraves.

Como consequência, os cientistas deixam de fazer experimentos importantes, seguem por caminhos que não são os melhores para o desenvolvimento de suas pesquisas, abandonam suas hipóteses, e adotam abordagens menos arriscadas e inovadoras.

Procuramos, desde o princípio, contribuir para a desburocratização da ciência. Os recursos oferecidos pelo Serrapilheira a seus grantees, tanto da ciência quanto da comunicação de ciência, contam com flexibilidade e agilidade. Na prática, isso significa que, a partir do momento em que os grantees são selecionados, procuramos disponibilizar os recursos a eles em no máximo quatro meses.

Tal meta implica contar com parceiros como a empresa de gestão de investimentos BW, responsável pela área administrativo-financeira do instituto, e com a Fundação Artur Bernardes, que intermedeia a maior parte dos nossos grants, para agilizar o processo de repasse às universidades e organizações. Procuramos dialogar com todos os interlocutores nessa fase, de reitores a auxiliares administrativos, eliminando etapas dispensáveis e simplificando outras.

Além disso, os recursos oferecidos pelo Serrapilheira são flexíveis. Ou seja, eles podem ser aplicados em qualquer necessidade que o grantee tenha para desenvolver seu projeto da melhor forma – seja comprar equipamentos, importar insumos, contratar pós-docs, pagar bolsas para seus alunos, participar de congressos internacionais ou pintar seu laboratório.

Participamos, ainda, de discussões constantes na comunidade científica sobre a desburocratização da ciência, buscando contribuir com a nossa experiência.

Transparência

Embora o Serrapilheira seja um instituto privado, cujos recursos são oriundos de um fundo patrimonial do tipo endowment, temos o compromisso com a transparência de todos os nossos repasses e ações.

Na seção “Quem apoiamos”, é possível conhecer todos os projetos de ciência e de jornalismo e mídia/ divulgação científica que apoiamos desde o início das atividades do instituto, com os respectivos valores repassados.

Além disso, nos nossos relatórios anuais e de demonstrações financeiras disponibilizamos o detalhamento desses repasses, de outros custos do instituto e de nossa atuação a cada ano. Eles estão disponíveis na seção “Transparência”, onde também é possível encontrar nosso estatuto, código de ética e conduta, e informações sobre nosso canal de denúncias.