Marília Sonego

Ciências da Vida

Marília Sonego é uma engenheira de materiais que, como toda boa cientista, enxergou um problema complexo em meio a uma experiência rotineira. Seu projeto examina uma aparente contradição do ouriço, a casca da versátil castanha-do-pará. Embora o ouriço tenha evoluído para resistir, uma análise minuciosa de sua estrutura ao microscópio revela inúmeras fissuras e pontos vazios na estrutura. E foi num almoço em família, ao escutar uma história de desventura de seu pai com uma castanha, que a engenheira teve o insight que guiou parte de seus esforços acadêmicos. Será que a distribuição estratégica de pontos vazios ou trincas em uma estrutura pode fortalecer um material ao invés de fragilizar? 

Graduada em engenharia de materiais pela Universidade Federal de São Carlos, Sonego também realizou na UFSC seu período de mestrado e doutorado. Na pós-graduação passou pela Helmholtz-Zentrum Geesthacht e na Technische Universität Berlin, ambos na Alemanha. Atualmente é docente na Universidade Federal de Itajubá, onde segue investigando o  biomimetismo, uma abordagem que busca aplicar as estratégias e estruturas desenvolvidas pela seleção natural em problemas contemporâneos. Para encontrar equilíbrio, Sonego também pratica tecido acrobático, dança forró e pinta aquarelas. 

Chamadas

Chamada 6

Projetos

Como as trincas no fruto da castanha-do-pará podem funcionar como mecanismos de tenacificação resultando em uma cápsula protetora extraordinária?
Ciência / Ciências da Vida

Estudos biomiméticos tentam identificar, compreender e aplicar estratégias desenvolvidas pela natureza ao longo de bilhões de anos de evolução para resolver problemas atuais. O fruto da castanha-do-pará, popularmente conhecido como ouriço, é uma cápsula biológica notável que evoluiu para proteger as sementes contra predadores e quedas de até 50 metros de altura. Estudos da microestrutura e do comportamento mecânico deste ouriço podem inspirar novos materiais com alta resistência mecânica, tenacidade e baixa densidade. O mais interessante é que o ouriço possui inúmeras trincas, vazios ou defeitos por toda sua espessura. É como se esse fruto tão difícil de abrir já estivesse naturalmente quebrado. Será que existe uma forma de distribuir trincas e defeitos por uma estrutura de forma a melhorar o desempenho mecânico em vez de comprometê-lo?

Recursos investidos

Grant Serrapilheira: R$ 320.000,00
Grant Fapemig: R$ 440.000,00

Instituições

  • Universidade Federal de Itajubá