Cintia Gomes de Freitas

Ciências da Vida

Inspirada pela hipótese de que os povos originários selecionavam as melhores frutas e disseminavam sementes ao longo de suas rotas de migração, a cientista Cintia Gomes de Freitas indaga se essa prática inadvertida deixou uma marca no DNA das plantas. Por meio de técnicas de genética molecular e dados arqueológicos das rotas dos povos Guaranis, ela investiga a influência dessa interação na diversidade e estrutura genética de palmeiras nas regiões tropicais.

Nascida e criada na periferia do Recife, Freitas é uma mulher negra que se tornou a primeira da família a conquistar o ensino superior. Graduada em ciências biológicas pela Universidade Federal de Recife, Freitas também realizou o mestrado em biologia vegetal nesta instituição. O doutorado em ecologia foi obtido no Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia. A bióloga também teve três períodos de pós-doutorado: dois na Universidade Federal de Goiás e um no New York Botanical Garden, Estados Unidos. 

O amor pela natureza vem desde a infância e foi ampliado pelo interesse da bióloga na escrita, filosofia e sociologia. Sua inspiração multidisciplinar moldou uma carreira que vai além da pesquisa: Freitas é escritora, especialmente de livros infantis, que foram inspirados por suas filhas. Com um olhar eclético, a bióloga também está sempre atenta à produção de autores negros, mergulhando na compreensão das questões feministas, raciais e nos impactos da crise climática para estas comunidades. 

Projetos

Populações humanas pré-Colombianas deixaram sua marca na estrutura genética de espécies de palmeiras?
Ciência / Ciências da Vida

Assim como nós selecionamos as frutas mais vistosas, doces e suculentas no mercado, os povos originários também o faziam. Ao longo de muitos anos jogando sementes por onde passavam, eles podem ter deixado uma marca no DNA das plantas. Será que esses povos conseguiram, sem querer, selecionar as melhores frutas? Será que eles plantavam essas frutas ao longo do seu caminho de deslocamento? Será que plantavam mais perto de assentamentos para garantir o suprimento de frutas no futuro? Se sim, os povos originários agiam como engenheiros de ecossistemas, impactando a diversidade e a estrutura genética e ecológica de espécies. Para responder essas perguntas o projeto vai usar técnicas de genética molecular mais modernas e dados arqueológicos espalhados das rotas de migração dos povos Guaranís. Para tanto, vamos estudar o DNA  das icônicas palmeiras tentando explicar como a interação entre humanos e plantas pode ter gerado e mantido a diversidade de espécies de plantas nas regiões tropicais.

Recursos investidos

Grant Serrapilheira: R$ 333.000,00

Instituições

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Temas
  • diversidade genética
  • ecologia
  • povos pré-Colombianos