Bárbara Nascimento Flores Borum-Kren

Ciências da Vida

A ciência de Yáma M’Bok Borum-Kren, também conhecida como Bárbara Nascimento Flores, nasce nas margens do Uaimií, do Uatu e do Paraopeba, e cruza ancestralidade, pesquisa acadêmica e luta por justiça socioambiental.

Liderança do povo Borum-Kren, a cientista estuda como a reterritorialização de povos indígenas pode provocar cascatas socioecológicas: ondas regenerativas que restauram não só o ambiente, mas também memórias, modos de vida e cosmologias inteiras. 

Formada em turismo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, a cientista também é mestre e doutora em desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia. Unindo ciência e ativismo, Flores fundou, durante o pós-doutorado na Universidade do Colorado, o Center Wayrakuna of Indigenous Ancestral Sciences, que conecta cientistas indígenas de todo o continente americano. 

Nas poucas horas restantes entre o ativismo, a ciência e a maternidade, a cientista reserva tempo para dançar no ar. Flores pratica dança aérea como uma expressão de resistência e celebração da sua ancestralidade.

Chamadas

Chamada conjunta de apoio a pós-docs negros e indígenas em ecologia nº 3

Projetos

Como a retomada Borum-Kren pode contribuir para a restauração da memória biocultural e para indução de cascatas socioecológicas no Vale do Uaimií/MG?
Ciência / Ciências da Vida

Apesar do reconhecimento da importância dos povos indígenas na conservação da biodiversidade, ainda há uma lacuna significativa na compreensão de como os danos ambientais e a perda da biodiversidade nos territórios são frequentemente precedidos ou acompanhados pela expulsão das comunidades indígenas de suas terras, e, ainda, de como a reterritorialização de povos indígenas pode gerar cascatas socioecológicas positivas. O presente trabalho propõe uma análise acerca da eliminação física e cultural de povos indígenas (genocídio), atrelada à destruição dos territórios (ecocídio), que, juntos, podem ser enquadrados no contexto de epistemicídio, devido a perda de biodiversidade e a degradação dos ecossistemas correlacionada com a perda dos sistemas de produção de conhecimentos indígenas, isto é, da ciência indígena.  Neste projeto, portanto, buscamos compreender como processos de reterritorialização, ou seja, as retomadas territoriais indígenas podem gerar cascatas socioecológicas locais e regionais, contribuindo para a restauração da memória e identidade biocultural e de paisagens multifuncionais, integrando recuperação ambiental, conservação da biodiversidade e promoção do bem-viver comunitário. Neste sentido iremos analisar o processo de retomada do povo Borum-Kren (ressurgentes Botocudos do Uaimií – Vale dos Inconfidentes na Cordilheira do Espinhaço/ MG).

Recursos investidos

Grant 2025: R$517.000,00

Instituições

  • Universidade Estadual de Santa Cruz