Cristiane Calixto

Ciências da Vida

Muito foi publicado sobre como o aquecimento global afeta as plantas, mas pouco se investiga por que alguns vegetais são mais resistentes às mudanças climáticas do que outros. Cristiane Calixto é uma bióloga que viaja em busca desse horizonte pouco explorado da botânica. Seu objeto de estudo é o arroz de sequeira, uma espécie bastante conhecida pela resistência ao estresse térmico. Decifrar os mecanismos por trás da resistência ao aquecimento global é provavelmente uma das melhores hipóteses para diminuir seus efeitos negativos na agricultura e, por isso, o projeto da cientista é central na indústria alimentícia.  

Calixto se formou na Universidade de São Paulo, onde também fez o mestrado em genética. O doutorado foi na University of Dundee, Escócia. Foi no Reino Unido que ela conheceu o marido francês e se apaixonou pela cultura britânica. Hoje no Brasil, o casal tem uma filha e forma uma família trilíngue. A bióloga faz questão de preservar os costumes do marido, a língua portuguesa e o inglês para se lembrar do período na Escócia.  Com a família, Calixto mantém uma variada lista de paixões que incluem desde a culinária até os jogos de tabuleiro. Quando sobra tempo, ela também busca nas alturas alguma inspiração, praticando escalada.

Chamadas

Chamada 4

Projetos

‘Memória’ de temperatura em plantas: como é possível?
Ciência / Ciências da Vida

O aquecimento global tem um impacto negativo na agricultura, sendo que alguns cultivares são mais afetados do que outros. Curiosamente, cultivares de arroz de sequeiro, por exemplo, têm demonstrado facilidade de memorizar o estresse térmico, permitindo que as plantas tenham uma maior tolerância a um calor futuro. No entanto, pouco se sabe dos mecanismos moleculares envolvidos nessa ‘memória’. O constante avanço da biologia molecular permite hoje estudarmos dois dos mecanismos mais prováveis por trás dessa ‘memória’: as modificações epigenéticas e o controle do RNA na célula. Ambos os mecanismos controlam como os genes são expressos, sem alterar as sequências de DNA. No projeto, será feita uma análise global e integrativa desses dois mecanismos em cultivares de arroz contrastantes à tolerância ao calor. Nosso objetivo é entender como a ‘memória’ da temperatura é estabelecida e mantida, o que pode oferecer estratégias inéditas de mitigação para uma agricultura resiliente ao clima.

Recursos investidos

Grant 2021: R$ 550.000,00

Instituições

  • Universidade de São Paulo
  • Temas
  • agricultura
  • Aquecimento global
  • mudanças climáticas