Vinícius Ribau Mendes

Geociências

Estudar as mudanças climáticas também é criar novas maneiras de interpretar os sinais que essas mudanças deixam na natureza. Vinícius Ribau Mendes é um desses criadores que, a partir de sedimentos armazenados no fundo do oceano, quer entender como o aquecimento global tem afetado as correntes oceânicas e sua relação com as chuvas sobre a América do Sul. Em casa, o geólogo também tenta usar a criatividade, construindo desde instrumentos musicais até fornos de pizza. 

Embora se considere geólogo desde criança, Mendes se formou em geologia pela Universidade de São Paulo, instituição que sediou seus estudos de mestrado e também doutorado em geociências. O foco de seu projeto é a Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico (CRMA), um dos conjuntos de correntes oceânicas mais energéticas do mundo, diretamente correlacionada com o padrão de chuvas na América Latina. Pai de Cauê e Artur, fora dos laboratórios e salas de aulas Mendes continua conectado com a água. Quando sobra tempo seu destino é o mar, seja para mergulhar, remar ou pegar algumas ondas. 

Chamadas

Chamada 4

Projetos

Entendendo o impacto de fatores antrópicos e climáticos sobre a evolução de paisagens amazônicas
Ciências da Vida, Geociências

O objetivo deste projeto é entender o impacto das sociedades humanas e os legados antrópicos e climáticos na biodiversidade e evolução das paisagens amazônicas ao longo dos últimos milênios. Utilizando a infraestrutura de escavações arqueológicas em sambaquis, pretende-se desenvolver uma abordagem interdisciplinar para analisar plantas, moluscos, fauna vertebrada e sedimentos. Serão comparadas a biodiversidade ao redor dos sambaquis com dados de outras áreas da Amazônia, buscando evidências de mudanças climáticas focadas na precipitação para discriminar os efeitos das pressões naturais e humanas sobre a paisagem.

Recursos investidos

Grant 2022: R$ 31.915,00
Influência do colapso da CRMA sobre a precipitação sulamericana
Ciência / Geociências

Estudos recentes apontam para marcante redução na intensidade da Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico, um dos conjuntos de correntes oceânicas mais energéticos do mundo, com possibilidade de colapso ainda neste século. Essas correntes são responsáveis pela distribuição de calor entre os hemisférios e influenciam o Sistema de Monção da América do Sul, que é o principal responsável pelas chuvas de verão neste continente. Esse cenário de mudança levanta a questão: o que acontecerá com os padrões de chuva sobre a América do Sul se a CRMA colapsar? Para responder essa questão vamos explorar, com base em sedimentos acumulados no fundo do oceano, como a precipitação na América do Sul respondeu aos dois últimos eventos de colapso da CRMA. Mudanças nos padrões de chuva podem implicar em impactos socioambientais significativos e as informações levantadas neste projeto vão ajudar a aprimorar os modelos climáticos, possibilitando planejamento e adaptação frente às mudanças que estão por vir.

Recursos investidos

Grant 2021: R$ 799.376,00 (R$ 699.376,00 + R$ 100.000,00 de bônus opcional destinados à integração e formação de pessoas de grupos sub-representados na ciência)

Instituições

  • Universidade Federal de São Paulo
  • Temas
  • correntes oceânicas
  • mudanças climáticas