25/08/2025 06:28

Cientistas do futuro: ecologia, matemática e computação unidas em curso inovador do Serrapilheira

  • Formação

Programa de Formação em Ecologia Quantitativa terá aulas e seminários no Rio de Janeiro e selecionará alunos para etapa de campo 

Alunos no curso de campo da Formação 2025 na Floresta Amazônica, na Área de Relevante Interesse Ecológico do Km 41, próxima a Manaus

O Instituto Serrapilheira lança nesta segunda-feira (25) uma nova oportunidade para quem quer seguir a carreira científica em ecologia e explorar diferentes ferramentas de pesquisa na área. É a 6ª edição do Programa de Formação em Ecologia Quantitativa, iniciativa que tem como objetivo preparar futuros cientistas para trabalhar nos grandes desafios ambientais, aliando modelos matemáticos e técnicas de computação à pesquisa em ecologia. As inscrições vão de 25 de agosto a 19 de setembro. O edital completo pode ser acessado aqui

Podem se inscrever pessoas de qualquer área que estejam concluindo a graduação ou mestrado (ainda sem ingressar no doutorado), e que tenham interesse em desenvolver pesquisas com abordagem interdisciplinar em ecologia. Serão selecionados até 30 candidatos.

Os aprovados receberão apoio para hospedagem e alimentação durante a primeira etapa do curso, realizada no Rio de Janeiro, além de R$ 3 mil para cobrir custos com transporte e outras despesas. O programa também irá financiar as passagens de ida e volta a alunos de outras cidades do Brasil.

Inovador, o Programa de Formação em Ecologia Quantitativa é uma das apostas do Serrapilheira para formar cientistas capazes de responder a grandes questões da ecologia – área de pesquisa fundamental para enfrentar desafios atuais, como a crise climática e a perda de biodiversidade. 

“A cada ano, os efeitos da crise climática e da degradação ambiental se tornam mais evidentes, afetando um número cada vez maior de pessoas. Nesse contexto, é urgente formar profissionais que não possuam somente as ferramentas científicas, mas que reconheçam quais são os grandes desafios que a sociedade enfrenta e enfrentará, e que entendam como auxiliar na resolução desses desafios, dialogando com outras disciplinas e com setores fora da academia”, afirma o coordenador científico do programa, Caio Mattos.  

A formação é composta por duas etapas. A primeira é um treinamento intensivo em ferramentas quantitativas usadas na ecologia. Nessa fase, que ocorrerá na sede do IMPA Tech, na zona portuária do Rio de Janeiro, entre 5 de janeiro e 13 de fevereiro de 2026 – período que coincide com o recesso acadêmico –, os alunos serão introduzidos ao panorama dos biomas brasileiros e desafios da ecologia, e aprenderão sobre dados ecológicos e estatística, modelagem matemática, sensoriamento remoto e machine learning. Também desenvolverão projetos em grupo, trabalhando de forma interdisciplinar para responder a uma pergunta da ecologia usando as ferramentas aprendidas no curso.

Turma de 2025 na etapa de verão, no Rio de Janeiro

 Após o período de aulas, o curso prevê ainda uma “imersão científica” por duas semanas, na região serrana do Rio, com seminários, workshops e sessões de mentoria com cientistas de diferentes países que são referência na área. A programação inclui ainda um workshop sobre comunicação e jornalismo científico, com o objetivo de ampliar as possibilidades de diálogo na interface entre ciência e sociedade.

O programa traz ainda a oportunidade de participar de uma segunda etapa da formação: um curso de campo, programado para julho de 2026. Para esta fase, serão selecionados 16 estudantes, entre os 30 participantes da primeira etapa, para trabalhar em projetos em grupo que unam a abordagem teórica do curso de verão ao trabalho de coleta de dados, observações ou experimentos. Nas últimas edições, a etapa de campo aconteceu na Mata Atlântica, no Parque Estadual do Itinguçu, em Peruíbe/SP, e depois na Floresta Amazônica, na Área de Relevante Interesse Ecológico do Km 41, próxima a Manaus/AM. 

Interessados em participar do programa devem ficar atentos a alguns requisitos. É desejável que o candidato tenha familiaridade com matemática básica, noções de cálculo e estatística, pois essas ferramentas serão utilizadas nas aulas. Também é importante ter tido contato prévio com alguma linguagem de programação, como R ou Python. Não é necessário comprovar proficiência em língua inglesa, mas os candidatos devem ser capazes de se comunicar no idioma em um contexto acadêmico, já que parte das atividades do curso de verão será realizada em inglês.

Para se inscrever, candidatos deverão preencher um formulário no portal do Serrapilheira no Fluxx (https://serrapilheira.fluxx.io) e enviar documentos como histórico escolar e contatos de pesquisadores que possam enviar cartas de recomendação. Após análise dos dados enviados, parte dos candidatos será chamada a entrevistas. A lista final dos selecionados será divulgada em 5 de dezembro.

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