Clarice Cudischevitch
Quase 200 pessoas do mundo inteiro se reúnem no Rio de Janeiro a partir desta terça-feira, 15, para discutir os últimos avanços na pesquisa sobre metabolismo em um encontro internacional. Abordando das funções da mitocôndria ao envelhecimento, a Nature Conference: Advances in Metabolic Communication é promovida por uma parceria entre o Instituto Serrapilheira e o Grupo Nature e acontece até 18 de outubro, no hotel Belmond Copacabana Palace.
Esta é a segunda vez que uma Nature Conference acontece na América do Sul – a primeira foi em 2014, também no Brasil. As conferências têm o objetivo de reunir a comunidade cientifica internacional para promover a colaboração entre cientistas. A edição no Rio marca o lançamento de uma nova revista do grupo, a Nature Metabolism.
“Esta é uma oportunidade de nos conectarmos com a comunidade científica da região, pois não encontraríamos estes cientistas em conferências na América do Norte ou Europa, onde acontece a maioria desses eventos”, afirma o editor da Nature Metabolism, Christoph Schmitt. Há, no entanto, um motivo maior para promover uma Nature Conference por aqui: incentivar as submissões de artigos oriundos da América do Sul para as revistas do grupo Nature.
“Sabemos que há uma percepção dos pesquisadores de que é difícil publicar na Nature; que por não conhecerem ninguém lá não vale a pena submeter, por isso é importante virmos encontrar as pessoas e quebrar esse gelo”, comenta Schmitt. De acordo com o Nature Index 2019, o Brasil está em 23º lugar no ranking de países que mais publicaram artigos científicos em periódicos de grande impacto. É o primeiro da América do Sul na lista.
“Queremos que, ao conhecer os editores, os cientistas deixem de se sentir intimidados a nos abordar e nos mandem seus melhores trabalhos.” Além de Schmitt, participam do evento Elena Bellafante, também editora da Nature Metabolism, e Christina Kary, da Nature Cell Biology.
Panorama da pesquisa em metabolismo
O tema da comunicação metabólica não foi escolhido aleatoriamente. “O Brasil vem produzindo uma ciência impressionante no campo do metabolismo e, em especial, na bioenergética”, comenta o diretor-presidente do Serrapilheira, Hugo Aguilaniu. Não por acaso, o evento homenageia dois grandes nomes brasileiros expoentes nessa área: Anibal Vercesi (Unicamp) e Leopoldo de Meis (UFRJ), falecido em 2014.
Nos próximos dias, a conferência vai passar por assuntos variados relacionados à comunicação metabólica. “Um dos maiores desafios da biologia é, justamente, a integração, e este é um evento que une subáreas diferentes – por exemplo, aborda a relação da mitocôndria com outras organelas celulares e como isso influencia desde o stress de um neurônio até a redução calórica”, comenta o neurocientista Stevens Rehen.
Um dos assuntos de destaque do primeiro dia foi a hipóxia, a baixa concentração de oxigênio nos tecidos. O tema está em alta nas últimas semanas por ter rendido o Nobel de Medicina 2019 a três cientistas dos EUA e Reino Unido que descobriram o mecanismo pelo qual o organismo se adapta aos diferentes níveis de oxigênio. A pesquisadora da Universidade da Pensilvânia M. Celeste Simon, uma das palestrantes principais do evento, explicou a importância de se estudar este fenômeno.
“Quase todas as formas de vida do planeta dependem do oxigênio. É como mantemos nossa energia e muitas das reações bioquímicas nas células, então o organismo que experimenta uma queda na disponibilidade de oxigênio precisa se adaptar”, ressalta. Simon, que pesquisa a relação entre hipóxia e câncer, afirma que quase todas as doenças apresentam essa condição. “No crescimento de tumores, os vasos sanguíneos não trabalham bem, então as células estão constantemente lidando com a privação de oxigênio. A habilidade de responder a isso é um caminho para novos medicamentos.”
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