A ciência é cheia de ideias, mas ideias refutáveis
Por Karín Menéndez-Delmestre
Todos temos “teorias” sobre por que uma ou outra coisa acontecem. Mas para que elas sejam de fato teorias científicas, e não apenas ideias, opiniões, elas precisam ser refutáveis: deve ser possível colocá-las à prova e mostrá-las verdadeiras ou falsas. O princípio da falseabilidade ou refutabilidade, um conceito-chave da ciência moderna, foi proposto por Karl Popper na década de 1930.
Numa conversa imaginária, Carl Sagan fala a um colega sobre o dragão que vive em sua garagem. O colega topa encontrar a criatura, mas ao entrar na garagem ele não a vê. Sagan então diz que deixou de mencionar que ela era invisível. Que tal espalhar farinha no chão para tornar visíveis as pegadas do dragão? Impossível, responde Sagan, pois ele flutua. E se usarmos uma câmera infravermelha para visualizar seu fogo invisível? O fogo desse dragão não é quente, retruca Sagan, que continua a refutar todos os testes propostos. A história termina com uma pergunta de Sagan: “Qual é a diferença entre um dragão invisível, incorpóreo e flutuante, que cospe fogo sem calor, e um dragão inexistente?” Não há nenhuma diferença, porque não podemos verificar.
Por isso podemos dizer que a ciência é um processo contínuo de pôr ideias à prova. Determinado fenômeno suscita uma hipótese com o intuito de explicá-lo. Tal teoria pode ser um desafio e tanto, mas o verdadeiro desafio consiste em criar um modelo que não só explique o fenômeno observado, mas que gere previsões, as quais, por sua vez, devem ser verificadas. Pode-se dizer que um modelo é tão bom quanto boas forem as suas previsões.
Consideremos a teoria da relatividade geral, que Einstein publicou em 1915. De início, parecia uma proposta inaudita — o espaço e o tempo formam um mesmo tecido que pode ele próprio ser deformado pela matéria… Mas essa teoria continha várias previsões refutáveis, que trombavam com a física clássica.
Continue lendo no blog Ciência Fundamental, na Folha de S.Paulo.
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