Carla Russo
“Qual é a semelhança entre os vídeos de divulgação cientifica e o filme Forrest Gump – o contador de histórias?” A pergunta abriu a apresentação do criador do canal do YouTube Ciência Todo Dia, o estudante de física Pedro Loos, que defende usar storytelling, técnicas de narrativa cinematográfica e jornalísticas para divulgar ciência. Ele mostrou versões de um vídeo com edições distintas. A intenção foi destacar como é fundamental a união de texto, trilha sonora e imagem para transmitir a informação de modo atraente. Para atingir um público cada vez maior, disse, é preciso se comunicar de forma simples, sem “preciosismos”. “Fiz um vídeo chamado ‘O som mais alto da história’. Cientificamente, o correto seria ‘O som mais intenso’, mas para passar a mensagem de forma mais clara escolhi a primeira opção”, explica Pedro. O resultado foi positivo, o vídeo teve 325 mil visualizações. O canal Ciência Todo Dia faz parte do selo Science Vlogs Brasil e já conta com 400 mil inscritos.
Contar histórias sobre ciência de maneira interessante é o objetivo por trás de projetos de divulgação científica apresentados nesta quinta-feira (6), no lounge do Camp Serrapilheira, no Museu do Amanhã. Intregrante do Science Vlogs Brasil, o biólogo Davi Calazans, apresentou o projeto Ponto em Comum, canal no YouTube. Ele contou que começou os vídeos usando animações para explicar assuntos científicos, mas agora prefere imagens estáticas. Ele comparou dois vídeos mostrando vantagens e desvantagens de um modelo e do outro. “A animação passa rápido e tem muitas ações acontecendo, o que pode tirar a atenção do principal, dificultando a compreensão. Já as imagens estáticas deixam espaço para a imaginação e isso pode facilitar o aprendizado”, explicou. Para Pedro,o divulgador científico tem que saber o objetivo do vídeo e o público que pretende atingir. O trabalho tem dado resultado já são 70 mil inscritos no canal e mais de 3 milhões de visualizações.
Uma outra forma de contar histórias é através do jornalismo. A bióloga Tabata Mariz Bohlen apresentou o projeto Notícias da Garagem, canal de vídeos do podcast Dragões da Garagem. Criado em 2012, o podcast cresceu e decidiu expandir para outras mídias. Analisando o que já existia na internet, eles perceberam que o conteúdo muitas vezes era especifico de uma área ciência ou estava diretamente relacionado ao que acontecia na sala de aula. “Estava faltando alguém para falar de uma forma simples o que está sendo produzido nas universidades e centros de pesquisa pelo mundo”, conta Tabata. O programa funciona como um telejornal. Eles analisam um artigo científico e as notícias publicadas sobre o tema para escrever o roteiro. A escolha do tema e a forma de contar a história sempre leva em consideração as questões que o assunto provoca e o impacto para o meio cientifico e para a sociedade.
Mulheres como protagonistas
Outra contadora de história que se apresentou foi a bióloga e paleontóloga Aline Ghilardi, criadora do canal do YouTube Colecionadores de Ossos. Ela não falou da produção de conteúdo para os vídeos e preferiu focar numa questão fundamental: o papel da mulher na ciência e na divulgação científica. Ativa como pesquisadora e como divulgadora, ela falou que é fundamenta inspirar meninas a seguirem a carreira científica. “A partir dos seis anos as meninas começam a se achar menos inteligentes do que os meninos. Isto tem que mudar”, afirmou Aline. Ela destacou que nas ciências humanas e biológicas a disparidade entre homens e mulheres não é tão grande como nas exatas. “As meninas podem ser protagonistas das histórias delas. É preciso mostrar exemplos de mulheres fantásticas para elas se inspirarem”, concluiu.
A desigualdade de gênero é o ponto de partida do trabalho da jornalista Giulliana Bianconi. Diretora da Gênero e Número, ela contou que o projeto surgiu em 2006 quando constatou que as questões de gênero tinham uma cobertura tendenciosa na grande imprensa. “As histórias eram sempre contadas a partir de fontes masculinas de informação”. A Gênero de Número é uma organização de mídia independente que se baseia no jornalismo de dados para contar histórias em formatos impresso e online. Através de informações compiladas em órgãos públicos e pesquisas cientificas, é possível identificar gaps de gênero e entender o contexto em que ocorre. “O trabalho das mulheres vem sendo diminuído e relativizado na ciência e outras áreas ao longo dos séculos. Isto vem sendo contestado. Mas é preciso reconstruir a narrativa a partir de uma perspectiva histórica”, pontuou Giulliana.
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