Clarice Cudischevitch
Foi a partir de um desafio inusitado que surgiu o “Computação Sem Caô”, um dos projetos apoiados pelo Camp Serrapilheira: a criadora, Ana Carolina da Hora, se propôs a explicar algoritmos para sua avó. No episódio, documentado pelo Instagram, Ana faz uma analogia com receitas de bolo para explicar que algoritmo é como uma forma de ajudar o computador a entender o que se quer que ele execute.
Assim se desenvolveu a ideia de produzir vídeos que relacionassem assuntos do cotidiano à ciência da computação. O plano era explicar os conceitos de uma forma não apenas compreensível a todos, mas também divertida, despertando o interesse de jovens por uma área que, à primeira vista, soa complexa e enigmática. Para isso, a série parte do carisma de Ana, apresentadora dos vídeos e ela própria cientista da computação, para desmistificar esse universo.
Após uma imersão de cinco dias, nasceu o projeto do canal no YouTube com site, identidade visual e dois episódios-piloto prontos. O processo criativo envolveu 11 profissionais e uniu as duas áreas de atuação do Serrapilheira: contou com a participação da diretora de Divulgação Científica, Natasha Felizi, e dois grantees da Pesquisa, os cientistas da computação Francisco Santanna e Marco Zanata.
“A ideia veio da inquietação de ser uma estudante de computação e ninguém entender nada quando eu chegava em casa explicando as coisas”, afirma Ana Carolina. “Minha vó me perguntava o que eu ia ser quando pegasse o diploma.” O “Computação Sem Caô” é uma iniciativa do Olabi, organização social voltada para a democratização das tecnologias, da qual Ana Carolina faz parte. Ela começou como participante de eventos, virou estagiária e foi efetivada até tornar-se, enfim, líder de projeto.
“Queremos aproveitar as ferramentas da internet para ampliar o ensino da Computação, que vem de uma camada muito forte de espaço físico e presencial”, diz Gabriela Agustini, diretora executiva do Olabi. A busca da instituição por mais diversidade na tecnologia é, também, uma missão de Ana Carolina. Suas referências são Jeannete Wing, uma das precursoras do pensamento computacional, e Joy Buolamwini, pesquisadora negra que descobriu sozinha um importante problema da área. “Em um momento, ela percebeu que o projeto de reconhecimento facial que desenvolvia não estava identificando a própria Joy por conta de sua cor”, conta.
Nos cinco dias de criação do projeto, os grantees Francisco Santanna e Marco Zanata ajudaram na estruturação do conteúdo: planejaram a explicação dos conceitos técnicos de forma clara, a definição dos assuntos mais interessantes para o público-alvo e a preparação da protagonista para certificar uma precisão técnica mesmo com um nível alto de abstração nas falas.
No processo, os cientistas da computação acabaram revelando-se, também, roteiristas. “Muitos dos assuntos não eram de nossa especialidade, então tivemos que pesquisar os conceitos e refletir sobre como traduzi-los. Assim, pensamos em desenhos, animações e outros recursos”, aponta Zanata, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Nos vídeos, Ana Carolina não se apresenta como uma referência da área, mas como uma pessoa curiosa que também vai em busca da informação. O episódio-piloto conta, é claro, com uma participação especial: Maria Solange, a avó de Ana, que conversa com a neta por videoconferência e suscita a dúvida sobre como funciona o mecanismo, levando a uma explicação sobre o sistema binário. O canal do YouTube deve ser lançado em abril, mas o episódio-piloto já está disponível no site do projeto.
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