Segunda edição do programa, realizado pelo Serrapilheira e ICTP-SAIFR, será presencial e terá duração de cinco meses; pessoas com a graduação em andamento são elegíveis

A ecóloga Hanna Kokko, da Universidade de Zurique, é uma das professoras confirmadas no curso

O Instituto Serrapilheira lança, em parceria com o Instituto Sul-Americano para Pesquisa Fundamental (ICTP-SAIFR), a segunda edição do Programa de Formação em Biologia e Ecologia Quantitativas. As inscrições vão de 23 de março a 13 de abril, e o edital pode ser acessado no site do Serrapilheira e do ICTP-SAIFR. Agora pessoas com a graduação em andamento também são elegíveis.

Primeiro programa do Serrapilheira voltado a estudantes que estão nas etapas prévias ao doutorado, a Formação tem o objetivo de preparar futuros cientistas para a pesquisa em ciências da vida com foco no uso de matemática, física e ciência da computação. A segunda edição será um curso presencial dividido entre um módulo introdutório e um avançado, com duração de cinco meses, em horário integral, nas instalações do ICTP-SAIFR, em São Paulo.

Os alunos aprenderão sobre métodos quantitativos para resolver questões de vanguarda da biologia e ecologia. A ideia é criar, em longo prazo, uma geração de jovens cientistas altamente qualificados para lidar com os desafios da área. O programa é voltado a pessoas com a graduação concluída ou em andamento em qualquer área do conhecimento, em uma instituição de Ensino Superior do Brasil ou de outro país latino-americano. Quem cursa ou já concluiu o mestrado também é elegível.

A experiência de pesquisa no campo das ciências biológicas é desejável, mas não obrigatória, e é imprescindível ter o domínio da língua inglesa. Também é necessário que o candidato tenha familiaridade com cálculo diferencial e integral – o processo seletivo envolverá perguntas alinhadas com um curso básico de cálculo.

Os professores, referências globais em suas áreas de pesquisa, abordarão tópicos que vão da genética moderna à ecologia de comunidades. Dois exemplos são a geneticista Daniela Robles-Espinoza, da Universidade Nacional Autônoma do México, que estuda os fatores genéticos que influenciam o desenvolvimento do câncer, especialmente o melanoma, e o neurocientista da Fundação Champalimaud (Portugal) Joe Paton, que investiga a aprendizagem do comportamento dos animais, sinais sensoriais e mecanismos neurais. Conheça os professores confirmados até o momento aqui.

O curso inclui, ainda, atividades como seminários de pesquisa, sessões de debate e journal clubs. A ideia é que, após a conclusão, os alunos estejam aptos para disputar vagas em centros de pesquisa de excelência no Brasil ou no exterior.

“Biologia e ecologia são campos estratégicos para o desenvolvimento sustentável do Brasil que devem se beneficiar de técnicas matemáticas, físicas e computacionais, pois saber conviver com a biodiversidade de forma sustentável implica uma compreensão profunda de sistemas biológicos complexos”, afirma o diretor-presidente do Instituto Serrapilheira, Hugo Aguilaniu. “Queremos aumentar o número de pessoas treinadas nestas áreas para criar uma rede poderosa de cientistas dedicados a questões estratégicas para o Brasil.”

O edital completo está disponível aqui.

A primeira edição

Por causa da pandemia da Covid-19, a primeira edição da Formação aconteceu em formato de workshop, totalmente remoto, em uma versão mais curta, de 5 a 30 de julho de 2021. Os 30 alunos selecionados fizeram uma imersão nos diferentes campos da pesquisa em biologia e ecologia por meio de aulas expositivas e sessões de discussão com cientistas que atuam em centros de pesquisa de excelência de diversos países.

Ao longo das quatro semanas, os alunos trabalharam, ainda, em projetos sob a tutoria de pesquisadores em pós-doutorado, com o objetivo de aplicar os conhecimentos abordados nas aulas a um problema de pesquisa.