Clarice Cudischevitch
Há uma personalidade cada vez mais conhecida entre quem circula pelos pavilhões do Riocentro, onde acontece o Congresso Internacional de Matemáticos (ICM 2018), no Rio de Janeiro. O crachá informa apenas “Michael”, mas muitos já sabem que é Michael Atiyah, prestigiado matemático britânico de 89 anos. Ele fez uma palestra especial no encontro sobre a Matemática Física, seu campo de estudo.
Concedida para pesquisadores de até 40 anos, a Medalha Fields é informalmente chamada de o “Nobel da Matemática”. Já o Prêmio Abel é um reconhecimento destacado, sem limite de idade, para matemáticos que tenham feito uma contribuição excepcional. São consideradas as maiores homenagens da área. Atiyah ganhou ambos: a Fields em 1966 e o Abel em 2004. Ele foi responsável por desenvolver e provar um teorema que derrubou barreiras entre matemática e física teórica.
Ainda que circule pelos quase 100 m² do Riocentro de cadeira de rodas, seu vigor, empolgação e simpatia reluzem. Assiste às conferências e faz questão de cumprimentar os palestrantes ao final da apresentação – de pé, com o auxílio de duas bengalas. Adora conversar, seja com estudantes, jornalistas ou pesquisadores. Em coletiva de imprensa, arrancou gargalhadas dos repórteres com as tiradas bem-humoradas.
“Sou um homem jovem e velho ao mesmo tempo”, comentou Atiyah, sobre a animação de continuar participando do ICM, o evento de matemática mais importante do mundo e que acontece a cada quatro anos, repleto de estudantes. “Não quero parar de trabalhar. É importante seguir em frente, mas sem se esquecer do passado, pois ele é importante. Nas palestras, trocamos pontos de vista e nos ajudamos.”
Um de seus maiores heróis está estampado na Medalha Fields: o matemático, físico e astrônomo Arquimedes, um dos principais cientistas da Antiguidade Clássica. Atiyah considera que começou na área “aos 3 ou 4 anos”. Em viagens de família, se encarregava de administrar as contas. “Matemática nunca foi um trabalho para mim, é um prazer, como a pintura. Devemos aprender a amar nosso trabalho, não importa qual seja.”
O matemático compartilha da opinião de vários dos palestrantes do ICM sobre esse campo de estudo ser um tipo de arte. “Não é possível ser matemático sem um sentimento de arte. A beleza é como um direcionamento para os matemáticos. Eu posso resolver um problema, mas fazê-lo de uma forma bonita.”
Em seu discurso, essa associação é constante. Ao ser perguntado de qual trabalho que desenvolveu ele gosta mais, respondeu: “Pergunte a um artista o que ele fez de mais bonito? Qual é seu filho favorito? Todos os trabalhos são bonitos e têm um equilíbrio entre eles”. Ainda assim, aproveitou a deixa para citar o escritor George Orwell: “Todos os animais são iguais; alguns, mais iguais que outros”.
Confira a palestra de Michael Atiyah no ICM 2018, “O futuro da Física Matemática: novas ideias em velhas garrafas”:
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