Clarice Cudischevitch
Metabolismo é um tema científico abrangente que passa por diversos campos de estudo, de funções celulares ao envelhecimento. Na Nature Conference: Advances in Metabolic Communication, diferentes perfis se encontram para trocar experiências e firmar novas colaborações interdisciplinares. O evento, promovido por uma parceria entre o Serrapilheira e o grupo Nature, acontece de 15 a 18 de outubro, no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.
Doutoranda em genética pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Maria Eduarda Borborema veio de Recife para apresentar sua pesquisa sobre a relação entre a vitamina D e a síndrome metabólica. Ela explica que, apesar de a influência desse hormônio no metabolismo ósseo e osteoporose já ser bem conhecida, os estudos sobre o seu envolvimento com processos inflamatórios são relativamente recentes.
“Vi que pacientes com síndrome metabólica, que costumam apresentar condições como hipertensão, obesidade e hiperglicemia, têm uma menor expressão do receptor de vitamina D, o que naturalmente reduz a função desse hormônio, fazendo com que ele deixa de atuar de forma eficiente”, explica a biomédica.
Ela busca, assim, responder a uma pergunta fundamental: essa diminuição do receptor de vitamina D contribui para o aparecimento da síndrome ou é a síndrome que leva à diminuição do receptor? A pesquisa é especialmente relevante considerando-se o fato de que quase 1 bilhão de indivíduos no mundo apresentam deficiência do hormônio – a principal fonte de energia para produção de vitamina D é o sol.
Borborema acrescenta que, como mulher e nordestina, ainda é minoria no meio científico. “Minha orientadora também é mulher e jovem, então enfrentamos algumas dificuldades, mas as mulheres estão tomando o seu espaço, tanto na ciência quanto em outras áreas. Estamos vindo com tudo.”
Já Babukrishna Maniyadath veio de de Mumbai, na Índia. A doutoranda do Tata Institute of Fundamental Research (TIFR) explicou como seu grupo conseguiu identificar o mecanismo que conduz a transição rápida da alimentação no fígado. Ao inibir a tradução dos genes responsivos ao jejum, eles descobriram que a oscilação nos níveis de certos microRNAs (classe de pequenos RNAs que não codificam proteínas) no órgão impulsiona esse fenômeno. A pesquisa foi publicada na revista Cell Reports.
O público da Nature Conference, no entanto, não é composto só de cientistas: divulgadoras de ciência que participaram do Camp Serrapilheira também acompanham as palestras e atividades do evento. Tabata Bohlen é bióloga e faz parte da equipe do canal de Youtube e podcast Dragões de Garagem, que abordam assuntos científicos de forma acessível. Já Adriana Cabanelas, também bióloga, já trabalhou em áreas como microbiologia e endocrinologia e hoje apresenta o podcast Microbiando.
As duas divulgadoras fazem uma cobertura do evento pelas redes sociais. “O tema [do envelhecimento] está sendo abordado de formas diferentes pelos palestrantes: influência de via metabólica, sinalização imune, comunicação entre organelas…”, escreveu Cabanelas, que também comentou ter se emocionado com o tributo ao cientista brasileiro Anibal Vercesi. No agradecimento, o homenageado declarou que “ciência não é gasto, é investimento em desenvolvimento.”
Além delas, participam do evento outras duas divulgadoras: Eleonora Kurtenbach, chefe do Laboratório de Biologia Molecular e Bioquímica de Proteínas da UFRJ e do Espaço Ciência Viva, e Lisi Müller, do Laboratório de Arqueologia, Antropologia Ambiental e Evolutiva da Universidade de São Paulo (LAAAE-USP).
A Nature Conference: Advances in Metabolic Communication continua até esta sexta-feira, 18 de outubro.
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