Fui contratada para ler esqueletos e descobrir suas histórias
Por Mariana Inglez
Há exatos 20 anos, em 4 de setembro de 1990, foi aberta a Vala Clandestina do Cemitério de Perus, na Zona Noroeste da capital paulista, evidência de que durante a ditadura o local serviu para enterrar desconhecidos e vítimas do Esquadrão da Morte, além de desaparecidos políticos. Como bioantropóloga, participei do Grupo de Trabalho Perus, criado com o objetivo de identificar desaparecidos políticos que pudessem estar entre os cerca de 1500 esqueletos humanos que foram exumados nessa ocasião.
Escavar, registrar a história, limpar cada remanescente ósseo são etapas importantes que caminham na contramão da política de apagamento e contribuem para a construção de uma memória coletiva sobre nossa ditadura, num exemplo prático do conhecido bordão “recordar para não repetir”.
Aqui cabe uma explicação breve sobre a bioantropologia, também chamada antropologia biológica. A área estuda a biologia humana do passado e do presente, levando em conta, de forma integrada, processos evolutivos, relações ecológicas e aspectos socioculturais. Algumas correntes entendem a antropologia forense como um de seus ramos, uma vez que, idealmente, profissionais de diferentes áreas trabalhariam em conjunto para identificar pessoas e solucionar crimes a partir de conhecimentos das ciências biológicas e sociais e da garantia de respeito às vítimas e às famílias.
Leia o texto completo no blog Ciência Fundamental, na Folha de S.Paulo
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