Embora sejamos capazes de ver um sem-número de estrelas no céu e a ciência seja capaz de capturar uma quantidade ainda maior de corpos celestes, a física teórica demonstra que o universo está composto majoritariamente de energia e matéria escuras. A cosmóloga Elisa Ferreira trabalha precisamente nesse horizonte incerto da física do espectro escuro, que persegue a natureza desse tipo de matéria ainda pouco conhecida.
Graduada em física pela Universidade de São Paulo, Ferreira obteve o título de mestre na mesma instituição e fez o doutorado na McGill University, no Canadá. Ela também é membro de colaborações internacionais, como o Prime Focus Spectrograph e o telescópio BINGO. Atualmente é docente da USP e pesquisadora no Kavli Institute for the
Physics and Mathematics of the Universe, no Japão. No topo das questões mais essenciais para a física hoje, o projeto de Ferreira propõe a matéria ultrafria como forte candidata para ajudar a resolver o mistério do espectro escuro.
Observamos bilhões de galáxias no nosso universo. No entanto, galáxias e gases são apenas uma fração (15%) de toda a matéria do universo. Além do que podemos enxergar, existe a matéria escura, que é o alicerce de todas as estruturas do nosso universo, sobre a qual a matéria visível se distribui. Das muitas teorias para explicá-la, uma das principais é a matéria escura ultrafria, que representa o candidato mais leve possível para a matéria escura. Este candidato apresenta um comportamento bem característico em galáxias e pequenas escalas do universo, uma consequência de partículas tão leves se comportarem como uma onda nessas escalas.
Esse projeto visa entender o comportamento desse modelo, explorando-o do ponto de vista teórico, computacional e observacional. O objetivo final é, usando dados de novos telescópios como o PFS, BINGO e outros, entender o papel desse candidato no setor escuro, abrindo caminho para elucidar a natureza da matéria escura.
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