11/06/2020 09:47

Somos poeira de estrelas

  • Blog Ciência Fundamental

Se vivemos no Sistema Solar, como o corpo humano é composto de elementos extrassolares?

Ilustração: Julia Debasse

Por Karín Menéndez-Delmestre

Todos conhecemos essa famosa declaração do astrônomo Carl Sagan, “Somos todos poeira de estrelas”. E, sim, de fato somos compostos de poeira estelar, mas poeira extrassolar, apesar de vivermos no Sistema Solar. Veja o paradoxo — somos daqui, feitos de material que não é daqui.

Foi assim. Instantes após o Big Bang, a temperatura no Universo caiu o bastante para prótons e elétrons comporem os primeiros átomos estáveis de hidrogênio. Apenas uma pequena fração dos átomos formados nessa nucleossíntese primordial é mais pesada que o hidrogênio  –um pouco de hélio, pouquíssimo lítio. Podemos então pensar no Universo como um vasto espaço constituído sobretudo de hidrogênio: é ele que domina a composição das estrelas, do gás no espaço entre as estrelas e do pouco gás que ocupa as distâncias que separam as galáxias. Porém, se você olhar ao seu redor  –sua família, sua vizinhança, o planeta todo–, verá que os elementos que dominam seu entorno são bem variados. Considere que pouco mais de 75% do corpo humano é composto de oxigênio e carbono, e que mais de 98% da atmosfera terrestre é composta de nitrogênio e oxigênio. Se o Universo inteiro é feito sobretudo de hidrogênio, apimentado com um pouco de hélio, teria o Sistema Solar uma composição diferente do resto?

O Sistema Solar como o conhecemos  –com planetas, asteroides, planetas-anões e cometas orbitando ao redor de uma estrela central, o Sol– é o resultado do processo de formação do Sol. Uma grande nuvem de gás colapsou e gerou uma condensação central com densidade e temperatura suficientes para fusionar hidrogênio  –o Sol. Os planetas e outros habitantes do Sistema Solar são o “lixinho” que sobrou desse processo. O curioso é que o Sol, ele mesmo, é composto sobretudo de hidrogênio, com um núcleo de hélio; ao longo de sua vida, não produzirá nenhum outro elemento mais pesado do que carbono e oxigênio.

Leia o texto completo no blog Ciência Fundamental, na Folha de S. Paulo.

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