04/04/2022 05:26

A gastronomia misteriosa do cérebro

  • Blog Ciência Fundamental

O que o “cozinheiro” dos neurônios pode revelar sobre as doenças neurológicas

Ilustração: Julia Jabur

Por Eduardo Zimmer

O cérebro é sem dúvida o órgão mais misterioso do corpo humano, protegido por muitas barreiras biológicas como a calota craniana, as meninges, a barreira hematoencefálica, entre outras. Uma verdadeira trincheira que o mantém seguro e, assim, preserva quem somos, pois é nessa incógnita inteligente com cerca de um quilo e meio que guardamos o nosso eu. E mais:  você, leitor, só está lendo esse texto porque ele está sendo processado pelo cérebro. Entretanto, essa maquinaria única ainda não conseguiu ser replicada nem pelos mais modernos algoritmos de inteligência artificial. De fato, como a matéria física se transforma em pensamento? 

Entender o funcionamento do cérebro é um dos maiores desafios dos cientistas.  O neurocientista Eric Kandel, prêmio Nobel em Fisiologia e Medicina em 2000, vai além e no seu interessantíssimo livro “Mentes Diferentes: O que Cérebros Diferentes Revelam sobre Nós” ele sugere que entender cérebros que não estão funcionando corretamente pode ser o caminho para compreender seu funcionamento um pouquinho melhor.  Compreender o cérebro doente é um dos maiores desafios da medicina moderna, que começa no momento em que precisamos acessá-lo, já que ele é protegido a sete chaves. 

Nas últimas décadas, porém, foram desenvolvidas diversas técnicas de imagem que possibilitam a visualização desse órgão de maneira não invasiva. A mais conhecida é a ressonância magnética, que nos permite examinar as estruturas cerebrais. Mas e o funcionamento do cérebro, como poderíamos avaliar? Ele não tem um ciclo rítmico de batimentos como o coração, mas se comunica pelas famosas sinapses que podem ser avaliadas por um outro exame não invasivo chamado tomografia por emissão de pósitrons, mais conhecido como PET Scan. 

O PET Scan é um exame de imagem que utiliza uma molécula radioativa que, após ser administrada ao paciente, emite radiação e é detectada pelo equipamento. A explicação técnica desse exame parece filme de ficção científica – como assim, injetar um composto radioativo no nosso organismo? O leitor pode lembrar do “adamantium”, liga metálica fictícia, administrada nas veias do personagem Wolverine da famosa franquia de filmes “X-Men”, mas no exame a quantidade é tão pequena que não existe perigo ou chance de o indivíduo se tornar um mutante. 

Leia o texto completo no blog Ciência Fundamental, na Folha de S.Paulo. 

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