13/06/2022 12:44

A ciência acontece em todo lugar

  • Blog Ciência Fundamental

Na oceanografia, dados podem ser coletados numa conversa à beira mar com pescadores

Ilustração: Valentina Fraiz

Por Renata Nagai

Você já clicou a palavra “cientista” na internet, selecionando apenas as imagens? Com base em nosso histórico de buscas, os algoritmos vão fornecer determinadas imagens, ou seja, as que vão aparecer para mim decerto não serão exatamente as mesmas que vão pipocar na tela de um vizinho meu. Independente disso, porém, aposto que todos veremos homens, sobretudo, ou mulheres, brancos em sua maioria, de óculos e avental de manga comprida. E mais: em boa parte das figuras haverá tubos de ensaios e pipetas com líquidos coloridos. No meu caso (e no de muitos outros colegas), a rotina pode ser bastante diferente.

O imaginário das pessoas está povoado de imagens como essas para representar um cientista. Em 2019, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos realizaram a quinta rodada da pesquisa “Percepção pública da ciência e tecnologia no Brasil”. Os resultados não são muito animadores. Ainda que 62% dos entrevistados declarem se interessar por assuntos relacionados à ciência e à tecnologia, o acesso à informação produzida pela ciência brasileira deixa muito a desejar, tanto que somente 10% dos participantes da enquete souberam apontar nomes de cientistas, enquanto apenas 12% puderam indicar nomes de instituições científicas do país. 

Avançamos bastante nos últimos três anos. A pandemia aproximou da sociedade uma parcela da comunidade científica, e diferentes iniciativas mostraram a diversidade de pessoas que fazem ciência, se bem que tal diversidade ainda é insuficiente: ela precisa ser ampliada e mais equalitária. Mas perdura a ideia de que ciência se faz em laboratórios altamente especializados. Ou seja: a ciência estaria distante da realidade da maioria das pessoas. É verdade que muitos cientistas trabalham nesses espaços fechados e controlados. Mas eles também frequentam ambientes os mais variados, do interior de cavernas ao fundo dos oceanos – este último, meu caso.

Leia o texto completo no blog Ciência Fundamental, na Folha de S. Paulo. 

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