Clarice Cudischevitch
É possível que plantas voltem à vida depois de mortas? Pode parecer estranho, mas é mais ou menos isso o que fazem as chamadas plantas de ressurreição que, na seca, “apagam” temporariamente. Elas são o objeto de estudo da bióloga Suzana Alcantara, apoiada pelo Serrapilheira. Em fevereiro, ela liderou uma expedição de 17 dias na floresta para entender melhor esse fenômeno.
A partir da extração e análise do DNA desses vegetais, a pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) busca reconstruir sua história. O objetivo é entender o parentesco evolutivo entre eles e seu processo de adaptação às mudanças climáticas.
A expedição percorreu toda a região da Cadeia do Espinhaço, onde há a maior concentração das plantas de ressurreição. Começou por Ouro Preto (MG) e seguiu por afloramentos rochosos até a Chapada Diamantina (BA). Na primeira parte do projeto, um dos objetivos era tentar melhorar a filogenia, ou seja, a árvore evolutiva das relações entre as espécies desse grupo de plantas.
“Essas plantas secam na estação árida, como se estivessem mortas, e na chuva reidratam e retomam o metabolismo”, explica Alcantara. É mais do que um estado de hibernação, pois elas perdem toda a água e de fato interrompem a atividade metabólica, como se realmente morressem e depois voltassem à vida.
“Durante a viagem, fizemos georreferenciamento das plantas para saber onde estão as espécies”, conta a bióloga. “Com esses dados, conseguimos construir mapas de distribuição e modelos de nicho ecológico e, assim, saber as condições necessárias de cada espécie para sobreviver.”
Uma hipótese indica que, na região do Espinhaço, as espécies se distinguiram por um processo de radiação adaptativa, em que cada uma se diferencia ecologicamente, ocupando o ambiente e utilizando os recursos de formas distintas. “Quando acontecem processos como esse, em que muitas espécies aparecem ao mesmo tempo, há uma dificuldade de traçar a história entre elas”, destaca a grantee. “Por isso buscamos aumentar a amostragem – para ter mais marcadores moleculares.”
Após a coleta de amostras, a equipe faz a extração do DNA da folha no laboratório. É a fase de processamento do material. “Recolhemos diversas espécies ainda desconhecidas, que precisamos identificar”, diz Alcantara. Após o sequenciamento do DNA, os pesquisadores tentam localizar os genes envolvidos na dessecação das plantas de ressurreição, permitindo que elas sobrevivam nessas áreas.
Também fizeram parte da expedição o pesquisador Rafael Trevisan, professor do Departamento de Botânica da UFSC, e a técnica Elise Galitzki.
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