A matemática é um mundo perfeito; cabe a nós criá-lo ou descobri-lo
Por Luna Lomonaco
Há alguns anos, eu estava num bar em Toronto escutando uma banda. Quando a apresentação acabou, um dos instrumentistas veio à minha mesa, a única cheia além daquela dos amigos dos músicos. Eu era a única mulher na única mesa ocupada, e o cara começou a dar em cima. Sorrindo, ele me perguntou quem eu era, de onde era. A terceira pergunta foi o que que eu estava fazendo na cidade. Respondi que era matemática, e estava lá para um congresso no Fields Institute. Antes mesmo de eu acabar a frase, o cara deu meia-volta e foi embora.
Esta foi a reação mais extrema que já provoquei ao me apresentar, mas estou acostumada a encarar uma dose de ceticismo, incredulidade, diria até decepção, quando digo o que faço. Com frequência, depois que o interlocutor da vez me confessa quanto era bom ou ruim em matemática na escola, e sobretudo quanto odiava ou amava a disciplina (não sei por que essa confissão sempre aparece, mas o fato é que ela sempre surge, e me surpreendo por esta matéria que muitos consideram “fria” despertar tantas emoções), as perguntas que seguem são do estilo: “Você é matemática? Quer dizer que você dá aulas de matemática?”, e eu: “Bem, também dou aulas de matemática, mas também faço matemática”. “Faz o quê? Faz contas?”. “Não, na verdade nem vejo muitos números no meu dia a dia, tento demonstrar teoremas”. A essa altura o interlocutor costuma dizer “Oooh”, às vezes menciona Pitágoras, mas em geral não pergunta mais nada – e às vezes começa a procurar uma forma delicada de dar meia-volta e ir embora.
O que eu faço enquanto matemática? Tento entender aquilo que fizemos até agora, mais precisamente uma parte da matemática que foi feita até agora, e tento criar (ou descobrir) mais. Por quê?
Continue lendo no blog Ciência Fundamental, na Folha de S. Paulo.
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