Instituto Serrapilheira anuncia selecionados em chamada para pesquisadores em fase de consolidação de carreira e edital para pós-doutorandos negros e indígenas
Uma boa notícia para a ciência: o Instituto Serrapilheira acaba de selecionar 16 jovens cientistas para receberem apoio financeiro de R$ 7,4 milhões para desenvolverem suas pesquisas. O valor representa o total de investimento ofertado por meio de dois editais promovidos pelo instituto – um voltado a pesquisadores com vínculo permanente em instituições de ensino e pesquisa nas áreas de ciências naturais, matemática e ciência da computação, e outro dedicado a pós-doutorandos negros e indígenas, com foco na área de ecologia, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB).
“Já estamos no oitavo ano de editais de apoio à ciência e este é sempre o momento mais empolgante – o de anúncio do resultado, pois é quando nos deparamos com mais um grupo de jovens pesquisadores praticando uma ciência ousada e arriscada no Brasil”, destaca Cristina Caldas, diretora de Ciência do Serrapilheira. “É animador financiar cientistas que estão fazendo perguntas inovadoras, oferecendo a eles recursos flexíveis e autonomia na condução dos projetos, ainda mais contando com a parceria da FAPESB, que amplifica esse apoio.”
A 8ª chamada pública de apoio à ciência contemplou cientistas vinculados a instituições de ensino e pesquisa e em início de carreira. Foram selecionados 12 pesquisadores que atuam na matemática, ciência da computação e ciências naturais (que incluem as ciências da vida, física, geociências e química) ou campos interdisciplinares, e que busquem respostas para grandes questões em suas áreas.
Um dos contemplados foi o neurologista Wyllians Borelli, pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que busca entender por que certas pessoas são resilientes ao declínio cognitivo mesmo quando envelhecem. Com o apoio, sua pesquisa vai se debruçar nas características que fazem alguns cérebros, em idade avançada, não apresentarem sinais de demência quanto outros.
Cada um dos selecionados receberá recursos que vão de R$ 250 mil a R$ 500 mil, a serem usados ao longo de cinco anos. A diferença nos valores ocorre porque o montante necessário para a execução de um projeto de pesquisa varia de acordo com as áreas do conhecimento, da infraestrutura de pesquisa já previamente disponível e da natureza dos projetos – aqueles inteiramente teóricos, por exemplo, tendem a ter custos menores do que projetos experimentais.
Além desses recursos, os contemplados também podem receber de R$ 100 mil a R$ 200 mil em bônus da diversidade – recurso extra e opcional para investir na formação e inclusão de pessoas de grupos sub-representados em suas equipes.
Em sua terceira edição, a chamada pública de apoio a pós-docs negros e indígenas em ecologia foi feita em parceria com a FAPESB. Foram selecionados quatro candidatos, que receberão até R$ 525 mil para investir em seus projetos ao longo de três anos, além de uma bolsa mensal de R$ 5.200. As pesquisas serão desenvolvidas em instituições da Bahia.
O objetivo do edital é dar apoio para que os selecionados – hoje sem vínculo formal com instituições de ensino e pesquisa – possam obter condições para seguir com suas linhas de pesquisa e obter, em médio prazo, uma posição formal de professor ou pesquisador. Busca, com isso, estimular o aumento do número de professores e pesquisadores negros e indígenas na academia. Afinal, o surgimento de uma nova geração de cientistas com igualdade de acesso a cargos relevantes depende de ações de inclusão agora.
Uma das pós-docs que receberão o apoio é Bárbara Flores, indígena Borum-Kren e a primeira de sua família a frequentar a universidade. Em seu projeto, ela vai investigar como a retomada territorial dos Borum-Kren pode contribuir para a restauração da memória biocultural e para a indução de “cascatas socioecológicas” no Vale do Uaimií, no interior de Minas Gerais, estado onde cresceu. Ou seja, ela vai estudar como essa retomada pode induzir conexões entre natureza, cultura e economia local, promovendo comunidades mais resilientes. O termo “cascatas ecológicas” ou “tróficas” é usado na ecologia para designar os efeitos da reintrodução de espécies na natureza, e foi adaptado para análise da retomada pelos indígenas de seus territórios.
“A cooperação com o Serrapilheira traz novas perspectivas para a atuação da FAPESB”, ressalta Handerson Leite, diretor-geral da fundação. “A Bahia é o estado mais negro do Brasil e com uma população considerável de indígenas. Buscamos ampliar, assim, a ação de grupos sub-representados, possibilitando um destaque cada vez maior no cenário científico e tecnológico da Bahia e do Brasil.”
Arthur Domingos de Melo (Universidade Federal de Sergipe)
Busca entender como morcegos polinizadores influenciam a evolução das flores com base em suas preferências sensoriais.
Bruno de Mendonça Braga (Instituto de Matemática Pura e Aplicada)
Vai estudar como descrever objetos matemáticos de forma eficiente, explorando problemas de classificação em certos espaços abstratos.
Bruno Iochins Grisci (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Seu estudo é sobre algoritmos evolutivos como alternativas para o processo de aprendizado de redes neurais artificiais usadas em IA.
Camila Manoel Crnkovic (Universidade de São Paulo)
Quer entender como cianobactérias marinhas se adaptam quimicamente a mudanças ambientais.
Evandro Araújo de Souza (Universidade de São Paulo)
Vai investigar como células comunicam sinais de estresse entre diferentes tecidos do corpo.
Livia Souza Freire Grion (Universidade de São Paulo)
Busca estudar como representar corretamente os movimentos da atmosfera em escalas menores, que desafiam os modelos atuais de previsão do tempo.
Marcelo Campos (Instituto de Matemática Pura e Aplicada)
Vai pesquisar como combinar estruturas matemáticas e aleatoriedade para entender como colorir certos grafos.
Monique Deon (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre)
Investiga como as características químicas de nanopartículas, além do tamanho, determinam sua capacidade de penetrar na pele.
Natanael de Carvalho Costa (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Quer entender como a interação entre luz e elétrons pode induzir novos estados da matéria.
Patricia Magalhaes (Universidade Estadual de Campinas)
Vai buscar como diferenciar sinais de novas leis da física de processos que ainda não sabemos descrever com precisão, a partir dos resultados dos experimentos de colisão de partículas do Large Hadron Collider (LHC).
Sara Gemini Piperni (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Vai estudar a resposta do corpo ao câncer e o papel do sistema imunológico em modelos tridimensionais de tumores em sistemas de microfluídica.
Wyllians Borelli (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Vai buscar entender as razões que fazem certas pessoas serem resilientes ao declínio cognitivo que vem com o envelhecimento.
Anderson Carvalho Vieira (Universidade Federal da Bahia)
Seu projeto visa responder à pergunta: como medir a velocidade de recuperação da biodiversidade de florestas restauradas?
Bárbara Nascimento Flores (Universidade Estadual de Santa Cruz)
Vai analisar como a retomada Borum-Kren pode contribuir para a restauração da memória biocultural e para indução de cascatas socioecológicas no Vale do Uaimií, no interior de MG.
Marina Bonfim Santos (Universidade Federal da Bahia)
Vai analisar o que seriam barreiras no ambiente para organismos com extensas áreas de distribuição e capacidade de dispersão através de longas distâncias.
Nicole Stakowian (Universidade Federal da Bahia)
Busca responder à pergunta: como a pressão antrópica afeta a saúde de invertebrados de costões rochosos?
Afonso Silva – University of Pittsburgh (Estados Unidos)
Amanda Bates – University of Victoria (Canadá)
Ana Paula Arruda – University of California at Berkeley (Estados Unidos)
André Neves – University of Chicago (Estados Unidos)
Angela Sessitsch – Austrian Institute of Technology (Áustria)
Angelina Bilate – Rockefeller University (Estados Unidos)
Angelina Kakooza Mwesige – Makerere University (Uganda)
Guosong Chen – Fudan University (China)
Heloísa Beraldo – Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil)
Ivan de Araújo – Max Planck Institute for Biological Cybernetics (Alemanha)
Josiah Mutuku – 2Blades Group e University of Minnesota (Estados Unidos)
Kacey Prentice – University of Toronto (Canadá)
Karen Hallberg – Bariloche Atomic Centre (Argentina)
Kfir Blum – Weizmann Institute of Science (Israel)
Larissa Sugai – Cornell University (Estados Unidos)
Marianne Mureithi – University of Nairobi (Quênia)
Muthama Muasya – University of Cape Town (África do Sul)
Rachid Guerraoui – Swiss Federal Institute of Technology Lausanne (Suíça)
Rahul Pandharipande – ETH Zurich (Suíça)
Rodrigo Fonseca – Microsoft (Estados Unidos)
Sonia Esperança – National Science Foundation (Estados Unidos)
Steven Whitmeyer – James Madison University (Estados Unidos)
Victor Arroyo-Rodriguez – National Autonomous University of Mexico (México)
Elzamara Oliveira – Universidade Federal do Pará (Brasil)
Geraldo Damasceno Júnior – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Brasil)
Patricia Muniz de Medeiros – Universidade Federal de Alagoas (Brasil)
Paulo Guimarães – Universidade de São Paulo (Brasil)
Piatã Marques – University of Toronto (Canadá)
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