18/03/2022 01:55

Como a matemática pode predizer o futuro

  • Blog Ciência Fundamental

Entre Berlim e Salvador, Dirk Erhard se dedica a facilitar previsões

Ilustração: Julia Jabur

Por Murilo Bomfim

A quem pertence o futuro? Para a ciência, à matemática — ela nos oferece algumas formas de predição, sobretudo por meio das probabilidades. Um exemplo clássico é o jogo de cara ou coroa: ao lançar uma moeda para o alto cem vezes, espera-se que, em metade das ocasiões, ela caia com o lado cara para cima (e, na outra metade, o lado coroa, é claro).

Sabe-se, no entanto, que essa previsão não é muito precisa. Se de fato se lançasse a moeda uma centena de vezes, talvez o lado cara aparecesse em 46 das ocasiões. Ou em 58. Essa variação também não escapa à matemática: é analisada pela chamada distribuição normal. O conceito é bem ilustrado por um gráfico — a curva de Gauss — que mostra, nesse exemplo, as oscilações mais prováveis da moeda (por exemplo, quarenta caras e sessenta coroas) e as mais improváveis (como oitenta caras e vinte coroas).

Mas prever a face aparente da moeda não é tão difícil, afinal as opções são apenas duas. Como antever o comportamento de sistemas mais complexos, que dependem de muitas variáveis, como o organismo humano ou uma colônia de bactérias? Essa é a pergunta que orienta a pesquisa do matemático Dirk Erhard. 

Apaixonado por probabilidade, o próprio Erhard foge à curva de Gauss: são raros os matemáticos medalhistas em salto de trampolim. Nascido e criado em Berlim, aos sete anos ele foi descoberto por um caça-talentos de ginástica olímpica. Depois de quase uma década de treinamentos intensos, o jovem percebeu que o sonho de ser campeão mundial em trampolim seria eternamente um sonho. “Eu não era ruim, mas sabia que não era bom o suficiente para chegar ao topo”, lembra o alemão. Entre os onze e os dezessete anos, ele chegou a ser pentacampeão da modalidade na Alemanha — ele diz, porém, que a categoria juvenil não revela muito sobre o potencial do atleta.  

Leia o texto completo no blog Ciência Fundamental, na Folha de S.Paulo.