05/03/2020 06:05

Como a natureza ajuda a nos salvar de nós mesmos

  • Blog Ciência Fundamental

No meio ambiente residem grandes esperanças para o combate às mudanças climáticas

Ilustração: Catarina Bessell

Por Bernardo B. N. Strassburg

De 1870 até hoje, atividades humanas como queimar combustíveis fósseis ou florestas despejaram 2 trilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. Medições detalhadas, porém, indicam que o volume de CO2 na atmosfera aumentou em “apenas” 840 bilhões de toneladas. Tal descompasso numérico foi muitas vezes usado pelos céticos das mudanças climáticas como prova de que os números por trás da teoria do aquecimento global não batiam.

Na verdade, a diferença aponta para algo muito importante: o papel que a natureza tem tido, tem e pode –ou não– continuar tendo no combate ao aquecimento global. Os quase 1,16 trilhões de toneladas de CO2 que faltam para zerar a conta não estão na atmosfera por uma razão simples: os ecossistemas terrestres e marinhos absorveram 58% de tudo que emitimos até hoje. É por causa deles que hoje experimentamos um aquecimento médio de 1.1ºC, e não mais do que 2ºC. Sem eles, já estaríamos em um mundo onde a rotina diária seria de intensas secas, enchentes, tempestades e crises agrícolas, das quais resultariam colapsos de ordem social e econômica.

Essa autonomia da natureza, que no caso dos ecossistemas terrestres, ao encontrar uma concentração crescente de CO2, aumentou a taxa de fotossíntese (a transformação de gás carbônico em oxigênio), para muitos é mais um indício de como a biosfera possui uma propriedade similar à homeostase, a auto-regulação de organismos vivos.

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