A partir do reposicionamento de fármacos, cientista busca em remédios já utilizados a aplicação em pacientes com a Covid-19
Pedro Lira
O número de infectados pelo novo coronavírus segue em ascensão. Segundo balanço da Universidade Johns Hopkins (EUA), já são mais de 4 milhões de pessoas que contraíram o SARS-CoV-2. Em tempos que pedem urgência, pesquisadores de diferentes áreas buscam soluções para a crise de saúde pública. Uma dessas profissionais é Daniela Trivella, doutora em ciências físicas biomoleculares pela Universidade de São Paulo e grantee do Serrapilheira. Trivella tem a missão de revisitar remédios já conhecidos para encontrar uma cura para a doença.
Atuando como coordenadora científica no Laboratório Nacional de Biociências do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBio-CNPEM), a cientista e sua equipe foram escolhidos para compor a Rede Vírus, ação emergencial do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), e encontrar um tratamento para os infectados pelo novo coronavírus.
A estratégia escolhida pelo grupo é a de reposicionamento de fármacos. A ação consiste em encontrar um medicamento já conhecido e utilizado para uma outra doença que possa ser aplicado aos pacientes de Covid-19. “Em uma pandemia temos que agir rápido. Esse é o caminho mais curto para um medicamento chegar aos pacientes”, explica Trivella.
A força tarefa organizada no CNPEM já investigou mais de 2 mil fármacos. Desses, seis foram testados em células infectadas com o vírus e dois mostraram eficácia in vitro. Um deles, que ainda não pode ser revelado, foi enviado para o MCTIC e já está sendo aplicado em testes clínicos. “Estamos ansiosos por estes resultados. Agora é aguardar. Espero que funcione em pacientes, assim como em laboratório”, comenta a bióloga.
Apesar do otimismo, Trivella adianta que dificilmente um único fármaco vai resolver a questão. “Seguimos buscando outros que possam ser usados sozinhos ou em combinação como possíveis constituintes de um coquetel”, conta. Medicamentos antivirais, ela explica, muitas vezes são coquetéis de fármacos, que garantem a eficácia e reduzem a chance de resistência do vírus a um remédio único.
Segundo a pesquisadora, a força-tarefa do CNPEM está trabalhando intensamente e conta com mais de 40 cientistas da casa, além de colaboradores de outras instituições. “Estou muito feliz de ver como a ciência vem se organizando nesta pandemia e como os cientistas estão colaborando em torno de um problema comum, na escala local e mundial. De fato, a ciência pode mudar o mundo!”
Entendendo o vírus
Em paralelo a estas ações, Daniela busca entender ainda mais o novo coronavírus. Diversas proteínas do vírus e do hospedeiro humano estão sendo produzidas nos laboratório para estudos estruturais. Isto inclui também a partícula viral não infectiva chamada de VLP: vírus like particle. As estruturas serão determinadas por microscopia eletrônica (cryoEM) ou cristalografia de proteínas, nas instalações do LNNano-CNPEM (cryoEM) ou no acelerador de partículas Sirius, assim que este entrar em operação.
“Este conhecimento é muito importante, pois compreendendo-se as proteínas do vírus e sua organização estrutural novos caminhos são abertos para estudos computacionais, bem como para o desenvolvimento racional de novos métodos de diagnóstico, anticorpos neutralizantes e vacinas”, conclui a cientista.
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