Para isso, são necessárias ações como a redução do consumo global de carne e desperdício. Brasileiro Bernardo Strassburg é um dos autores
Clarice Cudischevitch
Sempre ouvimos a máxima de que é preciso cuidar melhor do planeta para preservá-lo. Agora, cientistas quantificaram o que de fato precisa ser feito para isso. O estudo, publicado na revista Nature nesta quarta-feira, 9, conclui que ainda é possível agir para inverter a curva de degradação e regenerar a natureza. Ou seja: nós podemos ser a primeira geração a deixar o planeta mais sustentável do que o encontrou.
Para isso, é preciso atuar em cinco frentes interligadas: conservação e restauração ambiental; redução do desperdício; intensificação sustentável da produtividade agrícola; dietas menos impactantes e um comércio internacional mais sustentável. “Os esforços requerem vontade política e mobilização da sociedade, mas são factíveis”, explica o professor de ciência da sustentabilidade da PUC-Rio Bernardo Strassburg, único coautor brasileiro do estudo.
Isso significa que não é necessário que todo mundo vire vegetariano. Se a sociedade caminhar para uma redução de 50% do consumo de carne e outros alimentos cuja produção demanda muito espaço, já será suficiente. Da mesma forma, bastaria diminuirmos o desperdício em 50% (atualmente, jogamos fora um terço do que produzimos). O aumento sustentável da produtividade, por sua vez, requer a aplicação de tecnologias que já estão disponíveis.
“Se adotarmos essas medidas, as recompensas serão enormes: vamos reverter a curva de perda da natureza e biodiversidade projetada para esse século e regenerar o que destruímos ao longo de 10 mil anos, sem deixar de alimentar ninguém”, ressalta Strassburg, que também é diretor executivo do Instituto Internacional para a Sustentabilidade.
Leia o texto completo no blog Ciência Fundamental, na Folha de S.Paulo
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