Susanne Maciel
Geociências
Nascida em uma família de artistas, foi com surpresa que os pais de Susanne Maciel descobriram que a filha se dedicaria à matemática na graduação na Universidade de Brasília. E foi durante a faculdade que ela descobriu uma segunda paixão: a geologia. A partir daí, o interesse acadêmico de Susanne começou a tomar forma. Mestre em geologia pela UnB, a cientista também é doutora em matemática aplicada e geofísica, pela Universidade Estadual de Campinas, com um período de pós-doutorado na Comenius University, Eslováquia. Seu projeto, enraizado em sua trajetória multidisciplinar, promete trazer novas perspectivas para a sismologia e o entendimento da Terra. É uma investigação que vasculha dados de sismógrafos para criar novas maneiras de aproveitar e interpretar essas informações e otimizar a prevenção de eventos sísmicos.
Susanne também recorre à ciência na vida pessoal. Ela descobriu os estudos de gênero em meio a uma conciliação difícil entre a maternidade e a carreira acadêmica. E os estudos de gênero trouxeram conforto e informação para navegar nessa fase delicada. Segundo a matemática, a paixão pela ciência também se alimenta de um interesse na arte. Susanne dedica parte do tempo livre ao bordado e à clarineta, no Clube do Choro de Brasília.
Projetos
A sismologia é a ciência que estuda os terremotos, ou de forma mais geral, a propagação de ondas no interior da Terra (ou de outros corpos planetários). Chamamos de ruído sísmico a vibração relativamente persistente nos sismogramas, que é gerada por fontes diversas, como ondas do mar, ventos, microfraturas, carros passando, etc. Em geral, esta parte do sinal sísmico é descartada em estudos tradicionais da sismologia. No entanto, nos anos recentes, muitas técnicas têm sido desenvolvidas para usar o ruído sísmico para obter informações de parâmetros físicos da subsuperfície, principalmente de camadas mais rasas. Estes parâmetros são importantes em uma série de aplicações, desde estudos de risco sísmico de uma determinada região a aplicações geotécnicas, como monitoramento de barragens, por exemplo. Estas técnicas que mencionamos, no entanto, partem de pressupostos teóricos que nem sempre são satisfeitos na prática. Assim, buscamos investigar, usando sismogramas reais e também sismogramas sintéticos, como diferentes composições do ruído sísmico podem influenciar as técnicas de imageamento e monitoramento.
Instituições
- Universidade de Brasília
