19/04/2023 02:14

Quem vive no seu intestino pode estar mandando no seu cérebro

  • Blog Ciência Fundamental

Segundo estudos recentes, as bactérias intestinais seriam as verdadeiras “mandantes” de nossas ações

Ilustração: Valentina Fraiz

Por Eduardo Zimmer

Aristóteles afirmava que o coração era o órgão responsável pela consciência, pela sensação e pelo movimento, e que o cérebro era uma espécie de “radiador” que servia apenas para resfriar o coração.  Passados 2.500 anos, essa hipótese pode ser refutada imediatamente por estudos na área das neurociências: é o cérebro que, por meio da complexidade de suas rugas, dobras e tipos celulares, coordena as funções cognitivas e as “automáticas”, como os batimentos do coração e a respiração. Uma reviravolta sem tamanho em relação ao que postulava o filósofo grego. Como disse Karl Popper, um dos maiores filósofos da ciência, “a ciência produz teorias falseáveis, que serão válidas enquanto não refutadas”. 

Hoje, se você perguntar a qualquer pessoa (incluindo neurocientistas) qual é o “chefe” do nosso corpo, a resposta muito provavelmente vai ser: o cérebro. Mas será que é mesmo ele que está no comando? Novos estudos têm posto em dúvida sua hegemonia como órgão de controle e quem vem ganhando força é uma região quase tão misteriosa quanto o cérebro: o intestino. O intestino tem sido chamado de “o nosso segundo cérebro”, e de fato existe uma abundância de células nervosas vivendo em nossas entranhas. Os neurônios intestinais mantêm um contato direto com o cérebro, podendo ter impacto em nosso comportamento. 

O leitor agora deve já ter entendido aonde estou querendo chegar. Isso mesmo: o cérebro e o intestino podem trabalhar juntos ditando nossos pensamentos e ações. Então é possível dizer que o intestino interfere no funcionamento do cérebro e vice-versa, e atualmente até existe uma área de pesquisa voltada somente para o tão falado eixo intestino-cérebro. Uma breve busca na maior base de dados de pesquisa biomédica (o PubMed) com o termo “intestino-cérebro” em inglês (gut-brain axis) mostra que somente em 2022 foram produzidos no mundo mais de 1.400 artigos científicos a respeito do assunto.

Leia o texto completo no blog Ciência Fundamental, na Folha de S.Paulo

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