Ciência

Chamada pública conjunta de apoio a pós-docs negros e indígenas em ecologia nº 4/2025

Chamada aberta

Envio de propostas até 02 de dezembro de 2025

Grande ciência se faz com grandes perguntas

Resumo

O seu perfil

> você se autoidentifica como parte da população negra (pretos ou pardos) ou indígena?

> você tem interesse em assumir uma posição na academia como professor ou pesquisador no médio prazo?

> não tem nenhum tipo de vínculo empregatício com instituições de ciência e tecnologia (ICTs) – ou não terá, no momento da assinatura do contrato?

> concluiu o doutorado entre 1º de janeiro de 2015 e 30 de junho de 2026 (prazo estendido em até dois anos para mulheres com filhos)?

> foi o autor principal de uma ou mais publicações?

 

O seu projeto

> seu projeto busca responder a uma pergunta original e fundamental da ecologia?

> tem uma hipótese formulada e um método para testá-la?

> você sabe dizer por que seu projeto é original e ousado?

> os resultados de seu projeto podem mudar o entendimento fundamental da sua área? Você é capaz de descrever como? 

> propõe um movimento de pessoas e ideias entre grupos de pesquisa?

 

Circulação de ideias

> pretende integrar um grupo de pesquisa no qual você não se formou e nem atuou antes?

 

O risco

> você consegue explicar o risco do seu projeto?


Então você tem o perfil e o projeto que queremos apoiar.

Este edital tem como objetivo financiar novas linhas de pesquisa em ecologia formuladas por pós-doutores negros ou indígenas que almejam obter, no médio prazo, uma posição formal como professor ou pesquisador

A iniciativa vincula a grandeza da ciência brasileira ao crescimento do número de professores e pesquisadores negros e indígenas na academia. Com essa chamada, afirmamos a confiança nos resultados de uma ciência representativa, por meio de um apoio a pesquisa em ecologia e a formação de jovens talentos, de quem depende o futuro do país.

Os pesquisadores, que trabalharão como pós-doutorandos, podem vir de instituições, cidades, estados ou mesmo países diferentes.

 

A chamada irá contemplar:

> até 4 pós-doutorandos para desenvolver suas pesquisas na Bahia;

> dotações de até 525 mil reais de apoio à pesquisa, distribuídos ao longo de três anos;

> bolsa mensal de 5.200 reais.

 

Inscrições de 27 de outubro a 2 de dezembro de 2025

 

Submissão e seleção de propostas

O processo é dividido em duas fases:

Fase 1: de 2 de dezembro de 2025 a 25 de fevereiro de 2026

Fase 2: de 19 de março de 2026 a 4 de junho de 2026

 

A seleção é realizada por especialistas em seus campos de conhecimento.

 

Na fase 1, a da pré-proposta, você deve:

> informar sobre seu CV, conforme o modelo disponível neste link;

> responder a onze perguntas sobre o seu projeto.

Se você passar pela etapa da pré-proposta, será chamado a enviar sua proposta completa (agora com o projeto detalhado) e a participar de uma entrevista com nossos revisores.

 

Parceria com Fundação de Amparo à Pesquisa

O Serrapilheira estabeleceu parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) com o propósito de apoiar conjuntamente jovens cientistas.

As bolsas serão financiadas pela FAPESB, enquanto o auxílio para a pesquisa será cofinanciado pelo Serrapilheira e pela FAPESB, com distribuição a ser definida posteriormente. Em casos excepcionais e também dentro dos limites orçamentários, poderá ser selecionado um número maior de candidatos.

 

Contato

chamada+posdoc@serrapilheira.org

Confira o edital completo da 4ª chamada pública conjunta de apoio a pós-docs negros e indígenas em ecologia. O documento a seguir apresenta as condições de candidatura, as regras de submissão e os critérios de escolha.

Edital completo

1. Objetivo

Financiar novas linhas de pesquisa em ecologia formuladas por pós-doutores negros ou indígenas que almejam obter, no médio prazo, uma posição formal como professor ou pesquisador.

A iniciativa vincula a grandeza da ciência brasileira ao crescimento do número de professores e pesquisadores negros e indígenas na academia. Entende, também, que o surgimento de uma nova geração de cientistas com igualdade de acesso a cargos relevantes, mesmo a longo prazo, depende de estímulos de inclusão agora.

Com essa chamada, afirmamos a confiança nos resultados de uma ciência representativa, por meio de um apoio à pesquisa em ecologia e a formação de jovens talentos, de quem depende o futuro do país.

Serão contempladas propostas que movimentam pessoas e ideias entre grupos de pesquisa. Os cientistas escolhidos vão integrar grupos de pesquisa nos quais não tenham nem se formado nem atuado antes.

2. Cronograma

27 de outubro 2025
Lançamento da chamada pública

27 de outubro 2025 / 15h (horário de Brasília)
Início do prazo para envio de pré-propostas (fase 1)

2 de dezembro 2025 / 15h (horário de Brasília)
Prazo final para envio de pré-propostas (fase 1)

11 de fevereiro 2026
Divulgação dos selecionados para a fase 2

25 de fevereiro 2026
Chamada para submissão de propostas completas

19 de março 2026 / 15h (horário de Brasília)
Prazo final para envio de propostas completas (fase 2)

4 de junho 2026
Divulgação dos selecionados

30 de julho 2026
Data de início do apoio

Inscrições de 27 de outubro a 2 de dezembro de 2025

3. Definições

Cientistas em início de carreira

Com essa chamada, a FAPESB e o Serrapilheira querem criar as condições necessárias para que os jovens cientistas do Brasil desenvolvam suas pesquisas contando com recursos financeiros, autonomia de escolha de projeto e flexibilidade de gerenciamento.

Um dos momentos-chave na trajetória acadêmica de um cientista é o estabelecimento da sua própria linha de pesquisa e a escolha de um grupo de colaboradores ao qual garanta a infraestrutura necessária (espaço físico, insumos, entre outros) para o desenvolvimento do projeto.

Essa autonomia de escolha do projeto e flexibilidade de gerenciamento da equipe estão intimamente ligadas aos recursos financeiros disponíveis.

Em geral, as linhas regulares de fomento à ciência não contemplam os primeiros aportes a um jovem pesquisador, embora seja esse o ponto crucial no início da carreira de um novo cientista.

O objetivo desta chamada é apoiar exatamente o momento inaugural da atividade do pesquisador e garantir que, com os meios financeiros e a estrutura adequada, ele possa conquistar uma posição formal como professor ou pesquisador no médio prazo.

Cientistas de grupos sub-representados

Muito embora as pessoas negras representem 55,9% da população brasileira, e indígenas 0,83% (Censo 2022), tais porcentagens não se refletem na distribuição de cor/raça na academia brasileira, especialmente a partir da pós-graduação e em posições permanentes de liderança. O foco do presente edital consiste em amenizar esse desequilíbrio.

Esta chamada reafirma a diversidade na ciência como um valor do Serrapilheira e da FAPESB, por um movimento em prol da igualdade de talentos, mas também porque temos a convicção de que as ideias novas e criativas, que alimentam a pesquisa de excelência, são favorecidas pela diversidade. Quanto mais numerosos e diversos forem os pontos de vista, mais rica é a ciência.

Grandes contribuições à ciência

A chamada tem como missão financiar cientistas que, em busca de excelência em suas pesquisas, fazem perguntas fundamentais, com o risco e o sonho de oferecer grandes contribuições às suas áreas de atuação.

As grandes contribuições à ciência são favorecidas quando o cientista dispõe de infraestrutura, tempo e autonomia para desenvolver seus projetos, além de um ambiente rico de ideias. Assim, ao acreditar na capacidade inventiva dos cientistas, o Serrapilheira oferece recursos financeiros de longo prazo e flexibilidade de uso. O instituto também reconhece que a pluralidade de pontos de vista enriquece a ciência, favorecendo um cenário propício ao surgimento de grandes contribuições.

 

Grandes perguntas

Grandes perguntas são aquelas que questionam o conhecimento científico, abrem novas perspectivas de avanço ou aprofundam o conhecimento de uma área científica. Projetos dessa natureza dizem respeito às questões “o quê”, “quando”, “por quê” e “como”, e não àquelas utilitárias (“para que serve”).

Áreas apoiadas

A ecologia, como buscamos apoiar neste edital, é uma ciência natural que engloba ecologia de organismos, populações, comunidades ecológicas, ecossistemas, paisagens, ecologia global e de grandes escalas, ecologia histórica e ecologia humana, assim como conservação, manejo e serviços ecossistêmicos.

São bem-vindos projetos que envolvam abordagens matemáticas ou computacionais.

Projetos passíveis de apoio

Serão apoiados projetos originais e ousados, especialmente aqueles arriscados, e propostas que movimentam pessoas e ideias entre grupos de pesquisa.

Projetos não passíveis de apoio

Não serão apoiados projetos que sejam uma clara repetição de projetos anteriores. É necessário haver uma contribuição nova.

Propostas voltadas exclusivamente à ciência aplicada, com perguntas utilitárias e sem foco na produção de conhecimento e sem diálogo explícito com teorias ecológicas, não são o escopo da chamada.

Não serão contemplados projetos voltados exclusivamente a testes clínicos, estudos de saúde pública, desenvolvimento de biomarcadores ou de processos e produtos agrícolas ou industriais.

Risco
Projetos passíveis de apoio e dimensões do risco científico

O Serrapilheira busca financiar projetos de pesquisa de alto risco e alto impacto: aqueles que miram em responder grandes questões e têm a chance de fazer contribuições significativas para suas áreas de pesquisa. Procuramos projetos que questionem o conhecimento científico atual, abram novas perspectivas de avanço ou aprofundem o entendimento em seus respectivos campos de pesquisa.

Entendemos que projetos desse tipo tendem a apresentar uma ou mais características que evidenciam seu grau de risco: são não convencionais em suas hipóteses ou abordagens, exploram nichos pouco estudados, são interdisciplinares ou propõem modelos teóricos abrangentes.

Para ajudar quem se candidata a identificar tais elementos em seus próprios projetos ou a construir novos projetos que os incorporem, explicamos essas características a seguir, juntamente com uma lista de exemplos históricos e recentes de diversas áreas. 

Entendemos que projetos de alto risco podem apresentar mais de um desses elementos, e que o elemento predominante não será necessariamente o mesmo em diferentes etapas da pesquisa. Ainda assim, ao elaborar sua proposta, você deve destacar os elementos que são mais predominantes no seu projeto de pesquisa hoje.

1 – Projetos focados em hipóteses

Projetos que testam hipóteses ou conjecturas ousadas e não convencionais, que podem muito bem estar erradas mas que, se corretas, provocariam uma profunda reformulação do campo. Testes de hipóteses “seguras” – em que as evidências ou exemplos prévios já apontam fortemente para sua veracidade – ou estudos incrementais – desenhados apenas para estender o que já é amplamente aceito –  não estão no escopo desta chamada.

Risco: a maioria das pessoas apostaria que a hipótese está errada, e pode de fato estar, ou pode ser descartada como uma ideia “excêntrica”.

Recompensa: se a hipótese estiver certa, muda o que os livros-texto dizem sobre o tema.

Requisito: você percebe evidências de problemas no paradigma estabelecido, inconsistências que ainda não receberam a devida atenção, e elaborou um plano para submetê-las a um teste rigoroso.

Possibilidades

Hipótese não convencional: rompe com pressupostos dominantes e propõe mecanismos surpreendentes. Exemplos históricos: teoria endossimbiótica para a origem das mitocôndrias; estrutura em anel do benzeno inspirada no sonho de Kekulé; matéria escura como massa invisível explicando a rotação das galáxias; a ideia de que o “DNA lixo” tem função; viabilidade da computação quântica (Feynman e Deutsch); hipótese de que o envelhecimento não é aleatório, mas geneticamente regulado; hipótese Darwin-Wallace da origem das espécies por seleção natural.

Contestação: testa diretamente uma afirmação bem estabelecida, buscando falseá-la e oferecer uma alternativa a uma compreensão ou teorema vigente. Exemplos históricos: proposta da deriva continental de Wegener; descoberta de que úlceras são causadas por Helicobacter pylori e não por estresse; refutação da conjectura de Euler sobre somas de potências iguais; famosa demonstração de Pasteur contra a hipótese da geração espontânea.

2 – Projetos focados em abordagens

Projetos que desenvolvem novos métodos, instrumentos ou ferramentas que podem falhar completamente, mas que, se bem-sucedidos, abrem novas classes de problemas, mudam o que conta como evidência e até quais perguntas podem ser feitas. Aplicações de métodos “seguros” – ou seja, bem estabelecidos, com histórico de sucesso em problemas semelhantes – ou atividades de padronização, melhorias incrementais, otimizações ou refinamentos de métodos existentes não estão no escopo desta chamada.

Risco: a ferramenta/abordagem pode não funcionar ou pode não ser adotada.

Recompensa: se funcionar bem, possibilita pesquisas subsequentes baseadas na nova ferramenta/abordagem.

Requisitos: você tem tanto o conhecimento do campo científico quanto domina as habilidades técnicas necessárias para construir a ferramenta/implementar a abordagem, uma combinação que falta a outros que estudam esse problema.

Possibilidades

Novo método ou instrumento: técnica estatística, ensaio, sensor, algoritmo, modelo. Exemplos históricos: desenvolvimento do método de edição genômica CRISPR-Cas9; prova de conceito do laser como nova ferramenta experimental; desenvolvimento das máquinas de ressonância magnética; proposta do algoritmo de Cadeias de Markov Monte Carlo; desenvolvimento de algoritmos de retropropagação para redes neurais.

Sensoriamento de ponta: construção de instrumentos para capturar o que antes era invisível ou impossível de medir. Exemplos históricos: desenvolvimento e primeiros usos de sismógrafos por Mohorovičić, revelando a estrutura interna da Terra; desenvolvimento do sequenciamento de RNA de célula única; desenvolvimento do interferômetro LIGO para detectar ondas gravitacionais; invenção dos telescópios e microscópios.

Reaproveitamento: uso de uma ferramenta existente de maneira radicalmente diferente. Exemplos históricos: uso da ressonância magnética nuclear, desenvolvida para a física, na resolução de estruturas biomoleculares; GPUs originalmente para gráficos reaproveitadas para deep learning; pinças ópticas em biologia.

Abordagem não convencional: desenvolvimento ou uso de uma abordagem criativa em um problema conhecido e não resolvido, no qual ela ainda não foi tentada.  Exemplos históricos: Andrew Wiles provando o Último Teorema de Fermat usando curvas elípticas e formas modulares; reformulação da mecânica quântica por Feynman com integrais de caminho; abordagens originais para provar a hipótese de Riemann ou P ≠ NP; uso de pequenos RNAs para silenciar genes em vez de modificar diretamente o DNA; controle de neurônios com proteínas sensíveis à luz de algas em vez da estimulação elétrica tradicional; tentativa inicial do método shotgun para sequenciar genomas; Green & Tao demonstrando que os números primos contêm progressões aritméticas arbitrariamente longas ao adaptar métodos inspirados na teoria ergódica; June Huh resolvendo problemas de longa data em combinatória ao importar técnicas da teoria de Hodge da geometria algébrica; proteínas fluorescentes de águas-vivas usadas como marcadores moleculares.

3 – Projetos de interface ou interdisciplinares

Projetos que buscam estudar fenômenos que se situam na interface entre disciplinas ou subcampos, de maneiras que criam dificuldades e incompatibilidades, mas que podem abrir novos espaços compartilhados de pesquisa ou até mesmo áreas inteiramente novas. Esses projetos costumam ter um forte elemento colaborativo. Colaborações superficiais, meramente simbólicas, ou aplicações diretas de técnicas já bem estabelecidas de uma área em outra não estão no escopo desta chamada.

Risco: incompatibilidade de linguagens, métodos, incentivos ou objetivos.

Recompensa: alinhamento produtivo que abre novas classes de problemas ou até novos campos.

Requisitos: juntos, você e seus colaboradores “falam as duas línguas”, cada membro tem expertise em sua própria área e está disposto a atravessar um limite que outros não atravessariam ou ainda não atravessaram.

Possibilidades

Migração de métodos: trazer técnicas de uma área para outra. Exemplos históricos: primeiras aplicações da cristalografia de raios X para determinar estruturas moleculares; primeiros usos da teoria das categorias aplicados à semântica de linguagens de programação; primeira adaptação de redes neurais profundas (visão computacional) para prever o enovelamento de proteínas (AlphaFold); primeiros usos da teoria dos jogos para modelar a evolução do comportamento animal; o início da bioinformática como migração de métodos da ciência da computação para responder questões biológicas.

Fenômenos de interface: projetos sobre áreas cinzentas — nos limites entre campos ou que não se encaixam em categorias atuais — e que por isso são pouco estudados. Exemplos históricos: supercondutividade (nem condutor, nem isolante); príons (na fronteira entre vida/não vida); quasicristais (desafiando a dicotomia de estrutura cristalina/amorfa); desenvolvimento de mini-órgãos em laboratório a partir de células-tronco (nem organismos completos, nem apenas cultura de tecidos); fenômenos dentro de ciência dos sistemas terrestres (não apenas aspectos biológicos, nem apenas físicos, nem apenas sociais).

4 – Projetos exploratórios

Projetos que investigam ou buscam mapear fenômenos ou espaços de dados negligenciados, para os quais há poucas informações coletadas e nos quais é genuinamente incerto se algo de interesse será encontrado, e cujo impacto potencial é difícil de avaliar neste momento. Levantamentos rotineiros ou extensões previsíveis de domínios já bem mapeados não estão no escopo desta chamada.

Risco: possibilidade de que nada de interesse seja encontrado.

Recompensa: chance de abrir um novo território de investigação para uma área.

Requisitos: você tem acesso especial ou interesse particular nesse nicho e acredita que exista um potencial negligenciado.

Possibilidades

Exploração de nicho negligenciado: organismos, regiões, materiais, espaços de parâmetros ou classes de problemas ainda inexplorados. Exemplos históricos: descoberta de Archaea extremófilas em fontes hidrotermais; mapeamento de lagos subglaciais sob a Antártida; classificação dos grupos simples finitos (“enormous theorem”); mapeamento de sítios arqueológicos com radar; fluxos pouco estudados (turbulência em superfluidos, fluxos granulares, dinâmica de magma).

Descoberta orientada por dados: análise de dados de técnicas de high-throughput, busca de padrões/correlações em grandes conjuntos de dados, mineração de dados. Exemplos históricos: bibliotecas de química combinatória examinando milhões de compostos; aprendizado não supervisionado em sequências de proteínas (AlphaFold); construção de novos conjuntos de dados de ômicas para sistemas/populações/ecossistemas pouco estudados.

5 – Projetos de síntese teórica

Projetos que buscam integrar resultados dispersos por meio da formalização de intuições ou da proposição de frameworks/teorias unificadoras que, se bem-sucedidos, poderiam estabelecer novas bases conceituais para um campo. Meras compilações, revisões descritivas ou catálogos de conhecimento existente sem nova integração teórica ou formalização não estão no escopo desta chamada.

Risco: a tentativa de unificação pode falhar, manter muitas exceções e casos especiais ou produzir apenas generalizações fracas que não são úteis.

Recompensa: clareza conceitual e um novo framework ou teoria que pode servir de fundamento para trabalhos futuros.

Requisitos: você tem habilidades de modelagem/formalização e/ou o repertório de perspectivas necessárias para integrar resultados dispersos em uma síntese coerente.

Possibilidades

Integração: reunir resultados dispersos em um quadro ou teoria unificada ou buscar regularidades profundas entre sistemas. Exemplos históricos: Síntese Moderna unificando genética e evolução darwiniana; Darwin reunindo evidências de biogeografia, botânica, criação de animais e embriologia na teoria da seleção natural; tectônica de placas unificando terremotos, vulcões e formação de montanhas; força eletrofraca unificando eletromagnetismo e força fraca; Programa de Langlands/conjecturas; teoria de Landau para transições de fase; lei de Kleiber para a escala metabólica em função da massa corporal; lei de Gutenberg–Richter para distribuições de magnitude de terremotos; redes “scale-free” de Barabási-Albert.

Formalização: transformar um domínio intuitivo em algo matematicamente ou computacionalmente rigoroso. Exemplos históricos históricos: teoria dos conjuntos formalizando os fundamentos da matemática; máquinas de Turing/cálculo lambda formalizando a computação; mecânica quântica formalizando a ligação atômica; morfogênese química modelada como equações diferenciais por Turing; proposta do uso de equações diferenciais para estudar dinâmica populacional; genética de populações expressa com probabilidades na Síntese Moderna; desenvolvimento das equações de cinética enzimática (Michaelis-Menten); desenvolvimento de modelos compartimentais em epidemiologia; neurônios modelados como unidades computacionais artificiais.

6 – Outros

Se você acredita que o seu projeto não contém nenhum dos elementos listados acima, mas ainda assim é original, fora da caixa, de alto risco e alto impacto, e aborda questões científicas fundamentais em sua disciplina, o seu projeto continua sendo bem-vindo.

Note que o Serrapilheira busca projetos com potencial de transformar o campo como um todo. Sua proposta não estará dentro do escopo desta chamada se for incremental; mera repetição de pesquisas anteriores; aplicada, utilitária ou exclusivamente sobre qualquer um dos seguintes temas: realização de ensaios clínicos ou estudos de saúde pública, desenvolvimento de biomarcadores, testes diagnósticos ou desenvolvimento/otimização de processos industriais ou agrícolas.

 

Publicações

Para nós, publicações são artigos em periódicos. Contemplando a diversidade de produção bibliográfica das várias áreas de pesquisa, outros formatos podem ser excepcionalmente considerados, a depender das particularidades de cada área (por exemplo, artigos de conferências ou preprints em matemática, física e ciência da computação).

4. Parcerias, apoio, vigência e orçamento

O Serrapilheira estabeleceu parcerias com Fundações de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) com o propósito de apoiar conjuntamente jovens cientistas nos estados.

Serão financiados até 4 pós-doutorandos para desenvolver suas pesquisas na Bahia, com dotações de até 525 mil reais de auxílio à pesquisa distribuídos ao longo de três anos. 

Além do auxílio para a pesquisa, os cientistas contemplados receberão uma bolsa com valor mensal de 5.200 reais, ao longo de três anos.

As bolsas serão financiadas pela FAPESB, enquanto o auxílio para a pesquisa será cofinanciado pelo Serrapilheira e pela FAPESB, com distribuição a ser definida posteriormente. Em casos excepcionais e também dentro dos limites orçamentários, poderá ser selecionado um número maior de candidatos.

No processo de submissão, o proponente deverá enviar um orçamento simplificado. Caso seja contemplado, o proponente terá o prazo de uma semana após a divulgação do resultado para ajustar o orçamento às normas da FAPESB.

Os selecionados só receberão os recursos se atenderem às demandas administrativas e orçamentárias da chamada pública e da FAPESB.

Alocação dos recursos

Os recursos solicitados devem ser dimensionados para o alcance das metas listadas no projeto. Ressaltamos que a adequação das demandas do projeto ao orçamento pedido é um critério de seleção (ver seção: Análise de mérito: Critérios).

Encontros e treinamento

Além de oferecer recursos financeiros, o Programa de Apoio à Ciência do Serrapilheira promove treinamentos, workshops e eventos de integração entre os cientistas, como os Encontros Serrapilheira. Com isso, o instituto e a FAPESB se propõem a aprimorar a formação e o desenvolvimento das carreiras dos cientistas, estimulando a cooperação interdisciplinar e iniciativas em diversidade na ciência, divulgação científica e ciência aberta. Quem for selecionado nesta chamada participará desses eventos e treinamentos.

Início do apoio

O apoio se inicia oficialmente em 30 de julho de 2026 (assinatura dos termos de cooperação com o Serrapilheira).

Uso dos recursos

Recursos financiados pela FAPESB

As normas e especificidades para uso dos recursos estão disponíveis no próprio site da FAPESB.

Recursos financiados pelo Serrapilheira

O Serrapilheira oferece flexibilidade no emprego dos valores ao longo da execução da proposta apoiada. Os proponentes podem utilizar os recursos dotados como julgarem melhor para o desenvolvimento da pesquisa, desde que associados aos objetivos do projeto – podendo incluir também usos em infraestrutura de pesquisa no território, pagamento de especialistas locais ou visitas ao território.

O cálculo para remuneração de bolsas e salários destinados às equipes dos cientistas selecionados deve se nortear pelos valores de referência do instituto.

Caso o cientista conquiste uma posição com vínculo permanente em uma instituição de pesquisa no Brasil, há portabilidade dos recursos dotados pelo Serrapilheira para a nova instituição.

Condições de financiamento e gestão financeira do Serrapilheira

As condições de financiamento são estabelecidas pelo Serrapilheira. As dotações são destinadas diretamente às pesquisas e deverão ser geridas por fundação indicada pelo instituto e não pela instituição-sede a que os cientistas se vinculam. Incentivamos as instituições-sede a oferecer aos cientistas condições adequadas para o desenvolvimento de seus projetos. O contrato será firmado entre a fundação, o cientista e o Serrapilheira.

Uma vez disponível para assinatura eletrônica, o contrato deverá ser assinado por todos os partícipes em um prazo máximo de quatro meses, impreterivelmente. Caso esse prazo não seja cumprido, o acordo poderá ser cancelado sem que isso caracterize descumprimento contratual por parte do Serrapilheira, e o apoio ao cientista pode não ser concedido.

Taxas administrativas do Serrapilheira

Quaisquer taxas administrativas relativas à gestão dos recursos do Serrapilheira serão descontadas diretamente dos valores dotados aos projetos. Para a entidade responsável pela gestão financeira do projeto, a ser indicada pelo Serrapilheira, caberá até 8% do valor da dotação do projeto. Assim, o valor líquido dos recursos do Serrapilheira ficará em no mínimo 92% do valor original.

Publicações resultantes do financiamento

Toda publicação apoiada com recursos provenientes desta chamada e toda divulgação pública de resultados deverão citar, obrigatoriamente, o apoio da FAPESB e do Serrapilheira.

Prestação de contas financeira e técnica à FAPESB

As normas e especificidades da prestação de contas relativa ao uso dos recursos estão disponíveis no próprio site da FAPESB.

 

As inscrições que não atenderem às condições acima não serão processadas.

5. Condições para aceitação de inscrições

As inscrições serão aceitas mediante os seguintes critérios:

Ano de obtenção do título de doutor(a)

Os candidatos devem ter recebido grau de doutor entre 1º de janeiro de 2015 e 30 de junho de 2026. Essa condição será ajustada em até dois anos para mulheres com filhos. Assim, mulheres com um único filho deverão ter obtido o doutoramento entre 1º de janeiro de 2014 e 30 de junho de 2026, e mulheres com dois ou mais filhos, entre 1º de janeiro de 2013 e 30 de junho de 2026. A data de defesa da tese será a baliza para a aceitação de inscrições, e não a data da emissão do diploma. A data de conclusão do doutorado deve estar rigorosamente de acordo com as condições acima.

Vínculo empregatício

A declaração de não-vínculo empregatício será exigida apenas no momento da assinatura do contrato, conforme diretrizes específicas da FAPESB, não sendo necessária para a inscrição.

Cor ou raça

Os proponentes devem se autodeclarar como parte da população negra (pretos ou pardos) ou indígena. 

Os candidatos autodeclarados negros (pretos e pardos) selecionados na fase 1 passarão pelo procedimento complementar à autodeclaração conforme descrito aqui.

Os candidatos autodeclarados indígenas deverão enviar um dos seguintes documentos: (a) cópia do registro civil como indígena ou (b) carta de liderança indígena ou organização indígena reconhecida (caso não tenha o registro civil).

Instituições-sede

Os projetos devem ser conduzidos em Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) da Bahia, embora se admita que parte da atividade seja desenvolvida em outros estados e no exterior, como o trabalho de campo ou pesquisas colaborativas. Cientistas em atividade exclusiva em instituições fora da Bahia ou em instituições estrangeiras não estão qualificados para receber financiamento por meio desta chamada, e não há portabilidade das dotações da FAPESB nem do Serrapilheira para outros países. No momento da assinatura do contrato, o contemplado deverá apresentar uma carta de anuência do representante da instituição que irá acolhê-lo.

Em razão do desenvolvimento de seu projeto, no transcurso do contrato o contemplado poderá alterar a instituição que irá acolhê-lo, devendo, nesse caso, apresentar ao Serrapilheira, no prazo máximo de 72 (setenta e duas horas) da efetiva alteração, um Termo de Anuência da nova instituição, devidamente assinado pelo representante legal da mesma.

Grupo-sede

Ao submeter a proposta, o candidato deverá indicar o grupo de pesquisa que o receberá ao longo do fomento. O líder desse grupo-sede deverá ter vínculo empregatício permanente com uma ICT da Bahia. No momento da assinatura do contrato, o contemplado deverá apresentar uma carta de anuência do líder do grupo-sede. 

É requisito que o candidato não tenha feito pós-graduação, pós-doutorado e não tenha publicações em colaboração com os membros do grupo de pesquisa que vai recebê-lo caso seja selecionado nesta chamada. É recomendado que o candidato escolha uma instituição diferente daquela em que se formou.

Um mesmo grupo-sede pode ser anfitrião de mais de um candidato.

Áreas apoiadas

Serão apoiados projetos em ecologia. O escopo detalhado pode ser visto na seção “Definições: Áreas apoiadas”.

Publicações científicas

Os candidatos devem ser autores principais de pelo menos uma publicação científica (ver seção “Definições: Publicações”).

Entendemos que o autor principal é aquele que deu a maior contribuição ao trabalho, e não necessariamente o chefe do laboratório ou líder do grupo de pesquisa. O candidato precisa justificar por que considera relevantes suas publicações, levando em conta o conteúdo e a contribuição intelectual dos textos (ver seção “Como se candidatar”). Essa justificativa deve ser feita com base no efeito que a publicação teve em questionar, avançar ou aprofundar o conhecimento no campo – sem menção ao veículo da publicação ou a métricas tradicionais como o fator de impacto (ver seção “Processo de seleção”).

Limites de submissões

Os candidatos só poderão submeter uma proposta por chamada e um máximo de três propostas durante todo o período em que são elegíveis.

Idioma

O preenchimento dos campos dos formulários de cadastro e de inscrição, assim como a redação dos projetos, devem ser feitos em português ou inglês. O mesmo vale para as entrevistas dos selecionados para a fase 2, que poderão ser feitas em português ou inglês.

Submissão eletrônica

As pré-propostas devem ser submetidas eletronicamente por meio do portal do Serrapilheira no Fluxx (https://serrapilheira.fluxx.io) nos prazos estabelecidos nesta chamada. 

Os candidatos selecionados, e apenas esses, deverão se cadastrar e submeter suas propostas no sistema da FAPESB. Posteriormente, detalhes da submissão para a FAPESB serão informados aos contemplados no edital.

6. Candidaturas

A submissão das propostas se realiza em duas fases: fase 1 (pré-propostas) e fase 2 (propostas completas).

7. Como se candidatar à fase 1: pré-propostas

Abertura do portal de submissão

Os candidatos devem acessar o portal de submissão de propostas, a ser aberto a partir do dia 27 de outubro de 2025 às 15h (horário de Brasília).

Acesso ao portal de submissão

Endereço: https://serrapilheira.fluxx.io

Prazo de submissão das pré-propostas

27 de outubro a 2 de dezembro de 2025, às 15h (horário de Brasília).

 

Cadastro

> nome

> e-mail

> telefone

Requisitos de elegibilidade

Uma vez finalizado o cadastro, os candidatos são direcionados para os requisitos de elegibilidade, confirmando que atendem aos critérios estabelecidos para esta chamada.

 

Formulário de inscrição

Após terem completado o cadastro e os dados de elegibilidade, os postulantes são direcionados ao formulário de inscrição, composto pelas seções “Sobre o proponente” e “Sobre o projeto”, cujos campos deverão ser preenchidos no próprio sistema.

 

Sobre o proponente

Dados pessoais

 > nacionalidade

> data de nascimento

> cidade/estado/país natal

> instituição

> gênero

> cor/raça

> link para o curriculum vitae Lattes

> número de identificação ORCID

 

Trajetória acadêmica

> graduação, mestrado (se pertinente), doutorado, pós-doutoramento (se pertinente)

> ano de obtenção do título de doutor(a)

 

CV Curriculum vitae

O curriculum vitae, seguindo o modelo disponível neste link, deverá ser preenchido no próprio sistema de submissão.

 

Publicações

Títulos e arquivos em PDF de até três publicações das quais o proponente é autor. Os trabalhos publicados devem ser aqueles com os quais o candidato mais contribuiu, mas não necessariamente aqueles em que liderou o grupo de pesquisa ou cujo laboratório chefiou (ver seção “Definições: Publicações”)

 

Sobre o projeto

Título

O título do projeto deve ser a grande pergunta e de fácil compreensão para não especialistas na área. Formule-o sem nenhum jargão, finalizando-o com uma interrogação. 

(até 150 caracteres com espaços)

Palavras-chave

Indicação de três palavras-chave para descrever livremente a subárea (exemplo: oceanos, ecologia de organismos, dinâmica populacional, comunidades ecológicas, cerrado, genética populacional, parasitismo, serviços ecossistêmicos, paisagens, padrões de distribuição de espécies, ecologia histórica, conservação e manejo).

Palavras-chave são fundamentais para o encaminhamento das pré-propostas a avaliadores adequados.

Local de realização do projeto

Em qual estado o projeto será desenvolvido?

> Bahia

Onze perguntas

grande pergunta: Qual é sua grande pergunta fundamental?

Formule-a sem nenhum jargão, finalizando-a com uma interrogação, explicando o que é que você quer entender. Ela será também o título do projeto.

(até 150 caracteres com espaço).

 

contexto: O que é preciso saber para entender a importância da sua proposta?

Conte brevemente qual é o estado da arte do seu campo e quais são as limitações que você reconhece na literatura atual. Justifique o interesse científico no fenômeno e na grande pergunta que você se propõe a estudar.

(até 600 caracteres com espaço).

dimensões de risco: Qual destas dimensões melhor descreve o risco e o retorno do seu projeto? (veja a seção Definições: Projetos passíveis de apoio e dimensões do risco científico)

(  ) Focado em hipótese

(  ) Focado em abordagem

(  ) De interface ou interdisciplinar

(  ) Exploratório

(  ) De síntese teórica

(  ) Outra

premissa: Qual é a ideia central que guia o projeto?

Explique qual é a premissa que guia o projeto, o que é que você quer estudar.

A resposta desta pergunta depende das características do seu projeto (mais detalhes na seção Definições: Projetos passíveis de apoio e dimensões do risco científico). Não é necessário abordar todos os pontos abaixo, apenas os que correspondem às dimensões que você identificou no seu projeto. Caso seu projeto tenha aspectos de mais de uma dimensão, responda contemplando as duas.

  • Hipótese arriscada: explique qual é a sua hipótese para responder à sua grande pergunta, em particular os aspectos não-convencionais da hipótese – i.e. como ela se diferencia do consenso atual do campo.
  • Abordagem arriscada: explique a sua abordagem, destacando os aspectos não-convencionais, ou a ferramenta/método que você quer desenvolver.
  • Interdisciplinaridade: explique que campos ou disciplinas você pretende unir para atacar o problema de fronteira que você identificou.
  • Exploração: explique qual é o nicho ainda não explorado que você quer investigar e qual o interesse científico de estudar esse nicho.
  • Síntese teórica: explique os princípios básicos da sua teoria/arcabouço conceitual e que fenômenos/achados seriam unificados/formalizados.

(até 400 caracteres com espaço)

plano: O que você pretende fazer? Qual é seu plano inicial?

Aqui é o lugar para colocar um resumo do seu plano para execução deste projeto: descrever as etapas, bem como os principais métodos e abordagens que você pretende usar e os tipos de dados que serão coletados (caso haja coleta de dados).

 

 (até 800 caracteres com espaço)

retorno: Por que vale a pena fazer este projeto?

Explique como você imagina que o seu projeto impactaria a sua área, imaginando um cenário em que você teve sucesso na execução do projeto.

(até 400 caracteres com espaço)

risco: Por que esse é um projeto de alto risco científico?

Explique em detalhes as características do seu projeto que fazem ele se encaixar nas dimensões de risco indicadas acima. Este espaço serve para defender a existência de risco científico no seu projeto, ou seja, a adequação dele a um dos tipos de projeto que o Serrapilheira busca. Note que “risco” aqui não se refere a dificuldades com a coleta de dados ou com a execução do projeto, mas sim à ousadia conceitual, científica.

A resposta desta pergunta depende das características do seu projeto (mais detalhes na seção Definições: Projetos passíveis de apoio e dimensões do risco científico). Não é necessário abordar todos os pontos abaixo, apenas os que correspondem às dimensões que você identificou no seu projeto. Caso seu projeto tenha aspectos de mais de uma dimensão, responda contemplando as duas.

  • Hipótese arriscada: a sua hipótese é realmente não-convencional ou vai contra o consenso do campo? Se sim, por que há dúvidas sobre a hipótese? Por que ela não é considerada uma aposta segura?
  • Abordagem arriscada: a sua abordagem é realmente não-ortodoxa? A ferramenta/método que você quer desenvolver é realmente diferente do que já existe? Se sim, por que não existe ainda um método/abordagem apropriado, por que ainda precisa ser desenvolvido?
  • Interdisciplinaridade: os campos que você pretende unir realmente não tem um histórico de interação? Se sim, por que os campos que você pretende unir não conversam ainda, quais os obstáculos para essa interseção?
  • Exploração: o nicho que você quer estudar realmente nunca foi explorado antes? Se sim, por que ele ainda não foi explorado?
  • Síntese teórica: é certo que realmente não existe uma teoria/arcabouço conceitual ou formalização que dê conta dos fenômenos que você pretende unificar/formalizar? Se sim, por que não existe ainda? Já houveram tentativas? Qual foi o obstáculo até aqui?

(até 600 caracteres com espaço)

oportunidade: Por que a sua proposta é oportuna? Qual a sua vantagem estratégica?

Explique o que faz esse projeto possível e/ou relevante neste momento e o que faz você estar numa boa posição para executá-lo. O que é que faz com que valha a pena investir nessa proposta agora? Que diferencial você traz que te coloca numa posição de ser bem-sucedido onde outros talvez já tenham falhado ou nunca nem tentado?

(até 400 caracteres com espaço)

limitações: Por que esse projeto pode dar errado?

Qual é a razão técnica mais provável de fazer este projeto dar errado, i.e. ter pouco ou nenhum resultado até o fim do prazo do apoio? Imagine que você não conseguiu seguir com o projeto até o final ou não conseguiu coletar os dados necessários. O que é mais provável de ter acontecido? Quais são os principais desafios/obstáculos na execução e viabilidade do projeto? Note que esta pergunta se refere a impedimentos concretos para a execução do projeto, e não a ousadia científica e conceitual da sua proposta.

(até 400 caracteres com espaço)

interdisciplinaridade: Qual o nome do líder do grupo que irá acolhê-lo? Como o projeto proposto complementa e diverge das linhas de pesquisa atuais do grupo de pesquisa que vai abrigá-lo?

(até 400 caracteres com espaço)

pitch: Em uma ou duas frases breves, explique exatamente o que vai ser feito, sem jargão, resumindo as respostas acima e observando o seguinte modelo: “Vou usar [metodologia principal] em [amostra, modelo ou objeto de estudo] para testar se a [hipótese] pode explicar [grande pergunta].”

(até 400 caracteres com espaço)

 

Essa etapa terá papel crítico na primeira avaliação das propostas e são o material principal da sua submissão. Recomendamos aos candidatos que dediquem tempo e reflexão ao preenchimento desta seção. Ao responder as perguntas, considere um revisor da área, mas não especializado no subcampo específico.

8. Como se candidatar à fase 2: propostas completas

Os candidatos autodeclarados negros (pretos e pardos) selecionados na fase 1 passarão pelo procedimento complementar à autodeclaração conforme descrito aqui.

Os candidatos autodeclarados indígenas selecionados na fase 1 deverão enviar um dos seguintes documentos: (a) cópia do registro civil como indígena ou (b) carta de liderança indígena ou organização indígena reconhecida (caso não tenha o registro civil).

As pessoas que tiverem suas autodeclarações de cor/raça confirmadas pelos procedimentos acima serão chamadas a enviar propostas completas para a fase 2.

 

Prazo de submissão das propostas completas

19 de março de 2026 às 15h (horário de Brasília)

Acesso ao portal de submissão de propostas

Os candidatos devem acessar o portal de submissão de propostas, a ser aberto em 25 de fevereiro de 2026 em https://serrapilheira.fluxx.io, e então apresentar os documentos abaixo:

 

Documentos

Projeto de pesquisa

O projeto de pesquisa é uma expansão das perguntas levantadas na fase 1, incluindo novos itens e seguindo impreterivelmente o modelo disponível aqui.

O documento deve conter:

  • título do projeto: deve ser a grande pergunta e de fácil compreensão para não especialistas na área. Formule-o sem nenhum jargão, finalizando-o com uma interrogação.

(até 150 caracteres com espaço)

  • nome do proponente.
  • resumo curto, seguindo o modelo do pitch: Explique exatamente o vai ser feito, sem jargão, resumindo as respostas das perguntas levantadas na fase 1 e observando o seguinte modelo: “Vou usar [metodologia principal] em [amostra, modelo ou objeto de estudo] para testar se a [hipótese] pode explicar [grande pergunta].

(até 1 mil caracteres com espaço)

contexto: O que é preciso saber para entender a importância da sua proposta? Conte brevemente qual é o estado da arte do seu campo e quais são as limitações que você reconhece na literatura atual. Justifique o interesse científico no fenômeno e na grande pergunta que você se propõe a estudar.

(até 2.500 caracteres com espaço).

  • dimensões de risco: Qual destas dimensões melhor descreve o risco e o retorno do seu projeto?

(  ) Focado em hipótese

(  ) Focado em abordagem

(  ) De interface ou interdisciplinar

(  ) Exploratório

(  ) De síntese teórica

(  ) Outra

  • premissa: Qual é a ideia central que guia o projeto? Explique qual é a premissa que guia o projeto, o que é que você quer estudar. A resposta desta pergunta depende das características do seu projeto. Não é necessário abordar todos os pontos abaixo, apenas os que correspondem às dimensões que você identificou no seu projeto. Caso seu projeto tenha aspectos de mais de uma dimensão, responda contemplando as duas.

 

  • Focado em hipótese: explique qual é a sua hipótese para responder à sua grande pergunta, em particular os aspectos não-convencionais da hipótese – i.e. como ela se diferencia do consenso atual do campo.
  • Focado em abordagem: explique a sua abordagem, destacando os aspectos não-convencionais, ou a ferramenta/método que você quer desenvolver.
  • De interface ou interdisciplinar: explique que campos ou disciplinas você pretende unir para atacar o problema de fronteira que você identificou.
  • Exploratório: explique qual é o nicho ainda não explorado que você quer investigar e qual o interesse científico de estudar esse nicho.
  • De síntese teórica: explique os princípios básicos da sua teoria/arcabouço conceitual e que fenômenos/achados seriam unificados/formalizados.

(até 1.500 caracteres com espaço)

  • plano: O que você pretende fazer? Qual é seu plano inicial? Aqui é o lugar para colocar um resumo do seu plano para execução deste projeto: descrever as etapas, bem como os principais métodos e abordagens que você pretende usar e os tipos de dados que serão coletados (caso haja coleta de dados).

 (até 2.000 caracteres com espaço)

  • retorno: Por que vale a pena fazer este projeto? Explique como você imagina que o seu projeto impactaria a sua área, imaginando um cenário em que você teve sucesso na execução do projeto.

(até 1.000 caracteres com espaço)

  • risco: Por que esse é um projeto de alto risco científico? Explique em detalhes as características do seu projeto que fazem ele se encaixar nas dimensões de risco indicadas acima. Este espaço serve para defender a existência de risco científico no seu projeto, ou seja, a adequação dele a um dos tipos de projeto que o Serrapilheira busca. Note que “risco” aqui não se refere a dificuldades com a coleta de dados ou com a execução do projeto, mas sim à ousadia conceitual, científica. A resposta desta pergunta depende das características do seu projeto. Não é necessário abordar todos os pontos abaixo, apenas os que correspondem às dimensões que você identificou no seu projeto. Caso seu projeto tenha aspectos de mais de uma dimensão, responda contemplando as duas.

 

  • Focado em hipótese: a sua hipótese é realmente não-convencional ou vai contra o consenso do campo? Se sim, por que há dúvidas sobre a hipótese? Por que ela não é considerada uma aposta segura?
  • Focado em abordagem: a sua abordagem é realmente não-ortodoxa? A ferramenta/método que você quer desenvolver é realmente diferente do que já existe? Se sim, por que não existe ainda um método/abordagem apropriado, por que ainda precisa ser desenvolvido?
  • De interface ou interdisciplinar: os campos que você pretende unir realmente não tem um histórico de interação? Se sim, por que os campos que você pretende unir não conversam ainda, quais os obstáculos para essa interseção?
  • Exploratório: o nicho que você quer estudar realmente nunca foi explorado antes? Se sim, por que ele ainda não foi explorado?
  • De síntese teórica: é certo que realmente não existe uma teoria/arcabouço conceitual ou formalização que dê conta dos fenômenos que você pretende unificar/formalizar? Se sim, por que não existe ainda? Já houveram tentativas? Qual foi o obstáculo até aqui?

(até 1.500 caracteres com espaço)

  • oportunidade: Por que a sua proposta é oportuna? Qual a sua vantagem estratégica? Explique o que faz esse projeto possível e/ou relevante neste momento e o que faz você estar numa boa posição para executá-lo. O que é que faz com que valha a pena investir nessa proposta agora? Que diferencial você traz que te coloca numa posição de ser bem-sucedido onde outros talvez já tenham falhado ou nunca nem tentado?

(até 1.000 caracteres com espaço)

  • limitações: Por que esse projeto pode dar errado? Qual é a razão técnica mais provável de fazer este projeto dar errado, i.e. ter pouco ou nenhum resultado até o fim do prazo do apoio? Imagine que você não conseguiu seguir com o projeto até o final ou não conseguiu coletar os dados necessários. O que é mais provável de ter acontecido? Quais são os principais desafios/obstáculos na execução e viabilidade do projeto? Note que esta pergunta se refere a impedimentos concretos para a execução do projeto, e não a ousadia científica e conceitual da sua proposta.

(até 1.500 caracteres com espaço)

  • equipe: descrição do perfil da equipe envolvida no projeto. O conjunto das pessoas listadas precisa demonstrar as capacidades necessárias para a realização do projeto – independentemente de já fazerem parte do grupo, serem colaboradoras ou mesmo pessoas que serão contratadas caso o candidato seja contemplado nesta chamada. Neste último caso, não é necessário informar nomes, basta indicar a formação e a experiência necessária, ou as atividades a serem executadas, em linhas gerais.

Este item é particularmente importante caso o seu projeto envolva técnicas com as quais você não tem familiaridade, equipamentos aos quais você não tem acesso ou algum grau de interdisciplinaridade trazida por colaboradores. Nestes casos, use este espaço para justificar a viabilidade das etapas cruciais do projeto.

Exemplos:

> Um pesquisador de pós-doutorado da física/matemática para realizar as análises e modelagem após a coleta dos dados;

> Dois bolsistas de iniciação científica para trabalhar nos experimentos de citometria de fluxo;

> Colaborador da Universidade X, que fará a coleta dos dados no campo, para alimentar o modelo apresentado na proposta;

(até 1.500 caracteres com espaço)

  • rede de colaboração atual: descrição da rede. Basta listar o nome e a instituição de todos os colaboradores atuais, incluindo os que não atuam diretamente no projeto. 

(até 700 caracteres com espaço)

  • expansão de redes de colaboração: se for o caso, delinear possíveis estratégias para ampliar a rede, garantindo que os custos estejam previstos no orçamento simplificado.

(até 700 caracteres com espaço)

  • cronograma: anual, com os principais objetivos a serem atingidos em cada período. Não é necessário detalhar os objetivos, bastando descrever as etapas principais que atestem o sucesso do desenvolvimento do projeto. O cronograma será considerado um plano preliminar – os marcos poderão ser ajustados ao longo do desenvolvimento do projeto.

(até 600 caracteres com espaço para cada ano)

  • orçamento simplificado: listando os itens de gastos associados ao desenvolvimento do projeto e estimativas de valores a serem alocados em cada item. Os recursos solicitados devem ser dimensionados para o alcance das metas listadas no projeto.Ressaltamos que a adequação das demandas do projeto ao orçamento pedido é um critério de seleção (ver seção: Análise de mérito: Critérios).

Em caso de cofinanciamento de agências de fomento estaduais, os candidatos selecionados terão um período após a divulgação dos resultados para detalhar o orçamento e adaptar a proposta às normas vigentes de cada financiador. No caso dos recursos do Serrapilheira, as despesas poderão ser ajustadas ao longo do desenvolvimento do projeto entre as diferentes categorias do orçamento, mas o valor total dos recursos concedidos não será alterado.

  • referências bibliográficas

 

CV Curriculum vitae (caso tenha havido alteração importante após o envio na fase 1)

O curriculum vitae, seguindo o modelo disponível neste link, deverá ser preenchido no próprio sistema de submissão.

Projetos incompletos ou em desacordo com as orientações descritas nesta chamada serão desclassificados e não seguirão para a revisão.

9. Processo de seleção

O processo seletivo será conduzido pelo Serrapilheira em parceria com a FAPESB. As propostas serão analisadas por um Comitê Especial de Julgamento designado pelo Serrapilheira e pela Diretoria da FAPESB, composto por assessores ad hoc, especialistas nos temas que são foco dos projetos.

A avaliação das propostas será conduzida por cientistas com perfis de gênero e de cor/raça diversos e que sejam falantes tanto de português quanto de inglês.

O Serrapilheira é signatário da Declaration on Research Assessment (DORA). Orientamos o painel de avaliadores a não se valer de métricas baseadas em periódicos, tais como o fator de impacto, como uma medida indireta da qualidade durante o processo seletivo.

Os modelos de todos os formulários a serem preenchidos pelos revisores ao longo do processo estão disponíveis aqui: Fase 1 e Fase 2.

10. Etapa 1: seleção de pré-propostas

Análise de enquadramento

O Serrapilheira e a FAPESB irão avaliar se todos os materiais enviados pelos candidatos se enquadram nos critérios de aceitação de propostas. Apenas as propostas que atendam a todos os critérios serão incluídas no processo seletivo. Quando necessário, especialistas poderão auxiliar o time executivo nesta análise.

Análise de mérito e critérios

Cada pré-proposta será avaliada de forma independente por pelo menos dois avaliadores.

Com base nos critérios de capacidade científica, criatividade, originalidade e estruturação da proposta, serão analisadas:

> a trajetória acadêmica do proponente (curriculum vitae + indicação de eventuais interrupções na carreira)

> a contribuição do proponente para a ciência (produção científica indicada pelo candidato e justificativa)

> resposta às perguntas listadas anteriormente

Cada avaliador enviará ao time executivo uma listagem classificatória dos candidatos.

A equipe executiva do Serrapilheira vai comparar as listagens classificatórias e, em casos de discrepância, discutirá com o Comitê Especial de Julgamento e, se necessário, com avaliadores ad hoc, quais candidatos devem ser chamados para apresentar propostas completas.

O número de candidatos chamados para participar da fase 2 será no máximo três vezes maior que o número final de propostas a serem apoiadas.

O Serrapilheira e a FAPESB não enviarão pareceres aos proponentes não selecionados para a fase 2.

11. Etapa 2: seleção de propostas completas

Análise de enquadramento

O Serrapilheira e a FAPESB irão avaliar se todos os materiais enviados pelo candidato se enquadram nos critérios de aceitação de propostas. Apenas as propostas que atendam a todos os critérios serão incluídas no processo seletivo.

Análise de mérito

Cada proposta completa, composta por projeto de pesquisa e curriculum vitae, será analisada de forma independente por pelo menos dois cientistas, de acordo com os critérios abaixo detalhados. Os avaliadores serão os mesmos que atuaram na fase 1; se necessário, novos avaliadores ad hoc poderão ser acionados.

Propostas que envolvam pesquisa com sujeitos humanos devem apresentar amostras que sejam representativas das populações estudadas, em particular em termos de gênero e cor/raça, ou devem justificar, em termos dos objetivos científicos, qualquer questão de falta de representatividade.

Critérios

1 Qualidade da proposta

Originalidade e ousadia: se a proposta é original – ela não pode ser mera repetição de pesquisas anteriores -, ousada e aborda uma grande pergunta do campo.

Estrutura e apresentação: se a proposta é bem estruturada e bem apresentada.

Interdisciplinaridade: se a proposta traz conhecimento novo (novos temas e/ou abordagens) ao grupo-sede e se a motivação para a escolha do grupo-sede é bem embasada.

2 Viabilidade

Composição da equipe: se atende às demandas propostas para o desenvolvimento do projeto.

Recursos financeiros: se os valores solicitados e os prazos são adequados.

 

3 Qualidade do proponente

Capacidade científica:* se o candidato demonstra capacidade de desenvolver pesquisa rigorosa.

*É avaliado o rigor da pesquisa desenvolvida até o momento, independentemente do número de artigos publicados.

Independência: se o candidato se mostra capaz de gerar ideias próprias e possui uma ampla rede de colaboração, nacional e internacional.
4 Entrevista
  • se o cientista se mostra capaz de defender sua grande pergunta e abordagem;
  • se o candidato compreende de forma abrangente sua área de atuação e o contexto em que seu projeto se encaixa.

 

A seguir, os mesmos avaliadores encarregados da análise de mérito vão realizar uma entrevista remota com os candidatos. Cada candidato fará uma apresentação de dez minutos e terá vinte minutos para responder a perguntas. A critério do candidato, a apresentação poderá ser feita em português ou em inglês.

Ao submeter propostas à chamada, os candidatos concordam expressamente com a realização da mencionada entrevista e autorizam que a mesma seja registrada em áudio e vídeo com a finalidade específica de análise de seu conteúdo pelo Serrapilheira e pela FAPESB, bem como por seus examinadores e pessoas responsáveis pela seleção dos candidatos. O material captado é de uso exclusivo do Serrapilheira e da FAPESB.

O candidato deve ser capaz de apresentar claramente seu projeto e responder às perguntas com objetividade.

Para os dez minutos da exposição, o candidato poderá fazer uso de recursos visuais (gráficos, fórmulas etc) e deverá observar a seguinte estrutura:

  • breve apresentação pessoal;
  • explicação precisa e objetiva do que exatamente vai ser feito, sem jargão, resumindo as respostas das perguntas levantadas e observando o seguinte modelo: “Vou usar [metodologia principal] em [amostra, modelo ou objeto de estudo] para testar se a [hipótese] pode explicar [grande pergunta];
  • trajetória e origem da ideia;
  • identificação do diferencial do projeto.

 

Os membros da equipe executiva do Serrapilheira não avaliarão as apresentações.

Cada avaliador deve enviar ao time executivo sua recomendação e um parecer com comentários da revisão, antes de debatê-la com os demais membros do painel. A seguir, o time executivo consolidará as recomendações e as enviará por e-mail aos membros do painel. O time executivo deve apresentar os consensos e apontar os candidatos que receberam notas discrepantes. Entender a argumentação a favor ou contra candidatos não consensuais é atribuição do time executivo, com a assessoria de avaliadores ad hoc independentes, se necessário.

Ao final do processo, o painel de avaliadores confirmará por e-mail à equipe executiva do Serrapilheira e da FAPESB uma listagem classificatória das propostas recomendadas. Empates são permitidos. Se for necessário debater as indicações, o time executivo organizará nova reunião com os membros do painel.

Os candidatos que chegarem à etapa final da análise detalhada, e apenas estes, receberão os pareceres relevantes.

Validação final

Com base nas recomendações dos painéis, a equipe executiva do Serrapilheira e da FAPESB consolida e aprova a lista final de selecionados, levando em consideração a avaliação dos pareceristas de acordo com os critérios acima, a disponibilidade de recursos financeiros, a interdisciplinaridade e o gerenciamento de portfólio.

Em função dos fatores referidos acima, nem todas as propostas bem avaliadas pelo Comitê Especial de Julgamento serão selecionadas; excepcionalmente, propostas que não constam da lista recomendada podem ser incluídas na seleção final. Nesse caso, a seleção final será submetida à presidência do Conselho de Administração do Serrapilheira e à Diretoria da FAPESB, que justificarão sua decisão por e-mail aos membros dos painéis de seleção.

A aprovação da lista final de propostas a serem apoiadas será submetida à presidência do Conselho de Administração do Serrapilheira e à presidência da FAPESB.

O resultado preliminar da seleção será divulgado nas páginas do Serrapilheira e da FAPESB.

Os selecionados deverão se cadastrar e submeter suas propostas no sistema da FAPESB. Posteriormente, detalhes da submissão para a FAPESB serão informados aos contemplados no edital.

12. Considerações finais sobre a seleção

Sobre o Comitê Especial de Julgamento

É vedado a qualquer membro do Comitê Especial julgar projetos em que:

> manifeste interesse direto ou indireto

> ocorra a participação de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau

> esteja litigando judicial ou administrativamente com qualquer membro da equipe do projeto ou seus respectivos cônjuges ou companheiros

Sobre os critérios em caso de empate

Em caso de empate, o apoio é dado preferencialmente a mulheres, a proponentes com experiência internacional e a projetos interdisciplinares.

Sobre o número de avaliadores

O número de propostas elegíveis determinará o número de avaliadores, sendo que toda pré-proposta e toda proposta completa serão examinadas por pelo menos dois avaliadores.

Sobre a composição do painel

Ao compor os painéis de seleção, o Serrapilheira busca garantir em sua composição o equilíbrio de gênero, bem como procura assegurar que pelo menos metade de seus integrantes não pertençam ao eixo Estados Unidos/Europa, com representantes de todos os continentes e pelo menos 20% de avaliadores não brancos.

Sobre o envio dos pareceres

As propostas que chegarem à etapa final da fase de seleção receberão um parecer escrito pelos avaliadores da área.

Notificação aos avaliadores sobre viés inconsciente

Em nossa metodologia, lembramos aos avaliadores da existência de vieses inconscientes, que devem ser considerados ao longo da seleção das propostas.

Compromissos do Serrapilheira e da FAPESB

> Garantir que pessoas que possuam qualquer conflito de interesse com candidatos participantes desta chamada não avaliem os referidos candidatos.

> Assegurar que todas as propostas sejam julgadas por avaliadores qualificados.

13. Sobre apoios discricionários do Serrapilheira

A equipe executiva do Serrapilheira tem a liberdade de apoiar qualquer projeto recebido por meio desta chamada usando recursos discricionários, obedecendo a critérios de mérito e seguindo o código de ética e conduta profissional do Serrapilheira.

14. Considerações relevantes

Dados demográficos

Por que informar os dados demográficos? Ao informar espontaneamente ao instituto dados demográficos, os candidatos concordam em contribuir para o aperfeiçoamento das ações de estímulo à diversidade na ciência adotadas pelo instituto. O acesso a esses dados é limitado aos profissionais que participam da formulação de políticas do Serrapilheira e observa nossa previsão de Confidencialidade e Proteção de Dados do Código de Ética e Conduta. O eventual tratamento e a divulgação de dados demográficos colhidos na chamada restringem-se a uma finalidade estatística, ligada à transparência de informação, sem que implique mencionar ou identificar projetos ou candidatos, e sempre observados os critérios de sensibilidade, sigilo e confidencialidade dispostos na legislação vigente. Avaliadores não têm acesso aos dados em nenhuma fase de seleção dos candidatos, sendo que a opção pelo não fornecimento dos dados demográficos pelos candidatos não implica e nem avaliza a eliminação dos mesmos do processo seletivo. Para o registro dessa opção, existe no item em questão a opção “não informar”. A Política de Privacidade do Serrapilheira pode ser consultada aqui.

Boas práticas em diversidade na ciência

O Serrapilheira acredita que grandes resultados advêm de uma ciência praticada a partir da incerteza e do risco, e que essa é uma ciência possível quando há liberdade de ideias e pluralidade de pontos de vista. Para tanto, é essencial um grupo mais diverso de jovens cientistas que pensem a ciência sob diferentes olhares. E por isso incentivamos a diversidade étnico-racial e de gênero na ciência no Brasil. O Guia de Boas Práticas em Diversidade na Ciência está disponível no site do Serrapilheira em https://serrapilheira.org/nossos-valores/

Boas práticas em ciência aberta

O Serrapilheira exige que toda produção científica decorrente do projeto contemplado, ao longo do período de vigência do apoio, seja disponibilizada em repositórios de acesso público. A produção científica inclui, mas não se limita a, publicações em qualquer formato (sejam elas revisadas por pares ou não), bem como conjuntos de dados e códigos de programação associados à publicação. No que diz respeito a publicações, para atender a este requisito os cientistas apoiados pelo instituto deverão tornar disponíveis seus trabalhos (versão final publicada, accepted author manuscript ou preprint em versão quase-final) em um repositório público. Cabe à pessoa reter os direitos necessários para postar as publicações, dados e códigos publicamente a fim de atender a este requisito. O Serrapilheira incentiva a submissão a periódicos de acesso aberto, preferencialmente os que não cobram taxas adicionais para torná-los gratuitos para leitores e para autores.

O Guia de Boas Práticas em Ciência Aberta consta do site do Serrapilheira em https://serrapilheira.org/nossos-valores/

 

Propriedade intelectual

Caso as pesquisas selecionadas por meio desta chamada resultem em processos de patentes, o Serrapilheira não reivindicará direitos de propriedade intelectual. A FAPESB possui a sua própria diretriz sobre propriedade intelectual que deverá ser seguida nestes casos.

Código de conduta

As atividades de pesquisa propostas devem obedecer a princípios éticos e às normas legais em vigor no Brasil. A conformidade às regras e normas legais vigentes é de responsabilidade dos cientistas apoiados pelo Serrapilheira, dos quais se exige o respeito ao meio-ambiente, à saúde humana e dos animais, bem como aos direitos de privacidade, integridade física, proteção de dados e não discriminação. O desrespeito a qualquer desses direitos pode resultar no cancelamento da dotação.

Integridade da pesquisa

O Serrapilheira apoia firmemente a integridade da pesquisa. Na eventual ocorrência de casos comprovados de má conduta científica, como plágio, invenção ou falsificação de resultados ao longo de um projeto financiado pelo Serrapilheira, o apoio financeiro será cancelado com a rescisão do termo de cooperação.

Do ponto de vista jurídico

O Serrapilheira se reserva o direito de cancelar, suspender, modificar, rever ou postergar, a qualquer momento, a seu exclusivo critério de avaliação, o processo de seleção a que se refere esta chamada, mediante simples aviso publicado nos mesmos meios de divulgação da presente chamada. Potenciais candidatos ou mesmo postulantes que já tenham submetido projetos ao instituto não serão ressarcidos —  seja em razão do cancelamento, suspensão, modificação ou postergação da chamada. Tal cláusula também se aplica às instituições às quais essas pessoas sejam ou estejam vinculadas.

A preparação dos projetos e sua respectiva submissão ao processo de seleção objeto desta chamada são de integral responsabilidade dos candidatos, os quais deverão arcar integralmente com os seus custos. Ao aderir a esta chamada, os candidatos reconhecem que cabe exclusivamente ao Serrapilheira arbitrar o processo de seleção, observados os procedimentos aqui descritos.

Ao processo de deliberação e escolha dos candidatos por parte do Serrapilheira não caberá nenhum tipo de recurso, pedido de revisão ou ressarcimento de custos, despesas ou indenização na hipótese de não seleção de projetos submetidos, em qualquer fase ou etapa dos processos descritos nesta chamada.

O Serrapilheira poderá, a qualquer tempo e independentemente de consentimento prévio do candidato ou instituição de ensino à qual ele esteja vinculado, conduzir estudos utilizando informações submetidas por meio desta chamada. Poderá, ainda, divulgar os resultados desses estudos, respeitado o compromisso de confidencialidade, desde que tais informações já não tenham se tornado públicas e sempre respeitados os critérios de tratamento e anonimização de dados previstos na legislação vigente, quando e se aplicáveis.

Uma vez finalizada a seleção, o instituto poderá compartilhar dados sobre os projetos aprovados, como o valor da dotação, o título, resumo e palavras-chave.

De forma a preservar os critérios de isenção e isonomia que norteiam a análise e escolha das práticas concorrentes, e como forma de prevenir potenciais conflitos de interesse e/ou infração às regras previstas no Código de Ética e Conduta do instituto, não poderão, direta ou indiretamente, habilitar-se às chamadas do Serrapilheira pessoas com relações de casamento, união estável ou parentesco por consanguinidade ou afinidade, seja em linha reta, colateral ou transversal, até o segundo grau, com funcionários, diretores, membros dos Conselhos de Administração e Científico, tampouco com avaliadores ou outros prestadores de serviço contratados para a seleção das chamadas.

A deliberada não observância dessa regra de impedimento, por qualquer pessoa que se habilite para as chamadas do Serrapilheira, dará ao instituto, a seu exclusivo critério de conveniência e tempo, o direito de exclusão do beneficiário da chamada, com a consequente rescisão contratual e cancelamento das obrigações dele decorrentes, inclusive as pecuniárias, sem que isso caracterize rescisão contratual imotivada.

Exceções às regras aqui previstas devem ser decididas pelo Conselho de Administração do Serrapilheira.

15. FAQ

16. Referências

Contato

Nesta chamada