Clarice Cudischevitch
A Amazônia tem cerca de 5 milhões de km², ocupa 60% do território do Brasil e abriga a maior reserva de biodiversidade do planeta. Não por acaso, a região (e suas ameaças derivadas de fatores como desmatamento e mudanças climáticas) foi destacada por diversas organizações que se apresentaram no primeiro dia do Camp Serrapilheira, nesta quinta-feira, 5 de setembro – data em que, justamente, é celebrado o Dia da Amazônia.
O Camp Serrapilheira é um festival que aborda a importância da qualidade narrativa e de formas experimentais para a divulgação científica. O evento reúne, de 5 a 8 de setembro, diversas atividades abertas ao público, e 36 organizações selecionadas por edital apresentam sessões nos dois primeiros dias. Esta edição acontece na Casa Firjan e no Estação NET Rio, no Rio de Janeiro. Saiba mais.
Nascida em Manaus, a produtora cultural Lilian Fraiji conta que a floresta mudou drasticamente nos últimos anos. “É desolador ver os igarapés poluídos. Hoje, sentimos cheiro de esgoto e fumaça. Então comecei a me perguntar: como eu poderia trabalhar as questões ambientais de uma cidade que está imersa na maior floresta tropical do mundo?”
Assim, ela criou o LABVerde, programa que promove experiências imersivas na floresta para artistas produzirem conteúdos culturais sobre o meio ambiente. “Eles são inspirados pela teoria e pela prática; pela razão e emoção”, explicou. Desde 2013, já foram realizadas oito edições do LABVerde com a participação de 105 artistas, em 36 países.
Já Glenn Shepard, do Museu Paraense Emilio Goeldi, desenvolve um trabalho de “Ecologia sensorial” baseado no conhecimento indígena. Antropólogo, Shepard trabalha há mais de 30 anos com populações da Amazônia. Ele comentou que diferentes povos indígenas da região têm conceitos pneumáticos de doenças, atribuindo aos cheiros um papel essencial na medicina.
No Camp, Shepard apresentou o plano de criar uma “floresta sensorial” no Museu Emilio Goeldi, que tem o segundo acervo científico mais antigo do Brasil, ficando atrás apenas do Museu Nacional, e já esteve ameaçado de encerrar as atividades por conta de cortes nos recursos. “Queremos aproveitar a sabedoria indígena de forma a perceber a floresta usando os sentidos para criar diálogos entre ambientes internos e externos. O visitante será convidado a tocar, cheirar, saborear o ambiente.”
Outra instituição tradicional da região é o INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), apresentado pela pesquisadora Rita Mesquita. Há 24 anos, o INPA promove o Bosque da Ciência, um laboratório para o ensino de ciência na floresta, certificado como um dos principais destinos turísticos de natureza do Brasil pelo TripAdvisor. “Manaus tem 2 milhões de habitantes, abriga 70% da população do estado e tem muitos dos grandes problemas das cidades grandes. O Bosque é voltado para que, mais do que turistas, os próprios moradores possam interagir com a natureza amazônica.”
As sessões que abordaram questões ambientais, no entanto, foram além da Amazônia. Professora de Arquitetura e Urbanismo da USP, Denise Duarte apresentou o projeto Cidades e Mudanças Climáticas, que tem o objetivo de fornecer ao poder público dados para a adaptação das cidades diante de fenômenos como aquecimento global. Para isso, busca investir em técnicas de visualização de dados.
Nesta sexta-feira, 6, as apresentações das organizações continuam no Camp Serrapilheira. As sessões vão abordar a divulgação científica por mídias digitais como YouTube e podcasts e por projetos de educação.
Sob o comando de Lilian Fraiji, o LABVERDE realiza uma jornada envolvendo arte, ciência e ecologia para diferentes perspectivas da floresta amazônica.
A Floresta Sensível, coordenado pelo antropólogo Glenn Shepard Jr., busca trabalhar os sentidos de olfato, sabor, tato e audição na divulgação científica.
Os serviços deste site podem conter links para outros sites ou serviços on-line que são operados e mantidos por terceiros e que não estão sob controle ou são mantidos pelo Instituto Serrapilheira.
Os artigos deste site podem incluir conteúdo incorporado de outros sites.
O site armazena as informações pessoais que os usuários registram em nosso site as quais só podem ser acessadas e editadas pelos administradores do site.
O usuário pode solicitar que apaguemos todos os dados pessoais que mantemos sobre ele. Isso não inclui nenhum dado que somos obrigados a manter para fins administrativos, legais ou de segurança.
Nenhum dado sobre os visitantes que se inscrevem no site é negociado pelo Instituto Serrapilheira, sob nenhuma circunstância.
O Instituto Serrapilheira pode decidir alterar a sua política de uso de dados a qualquer momento e por sua exclusiva deliberação.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |