25/11/2020 02:28

A cientista que se inspira em princesas

  • Blog Ciência Fundamental

Gabriela Leal é a primeira brasileira a chegar à final da “Copa do Mundo” da comunicação científica

Ilustração: Lucas Moratelli

Por Saulo Pereira Guimarães

Gabriela Ramos Leal está vivendo um conto de fadas. Aos 34 anos, ela foi a primeira mulher a vencer a etapa brasileira do FameLab, a Copa do Mundo da comunicação científica, e a primeira pessoa a representar o país na etapa final da fase internacional da disputa, que terá seu resultado anunciado nesta quinta-feira, dia 26 de novembro. Com vídeos sobre medicina veterinária, a pesquisadora provou que o limite de três minutos por apresentação é suficiente para traduzir de forma clara temas tidos por muitos como difíceis de entender.

Estabanada, a carioca é capaz de quebrar uma caneca no afã de atender o celular. Fala de forma contagiante e tem um jeito divertido que conquista o interlocutor. Porém, diante das câmeras, ela vira estrela de cinema. A dicção expressiva combina com o carisma, surgem sorrisos à la Kamala Harris e passa a ser impossível não ouvir o que Leal tem a dizer. Foi assim em todas as etapas do FameLab 2020, a 15ª edição do concurso criado na Inglaterra, em que cientistas de 32 países apresentaram seus temas de pesquisa em vídeos de até 90 segundos transmitidos pela internet e foram julgados em função do conteúdo, clareza e carisma das apresentações. São qualidades básicas para uma professora, ofício que ela aprecia desde pequena e hoje exerce nas aulas de embriologia veterinária na Universidade Castelo Branco, no Rio de Janeiro.

Foi na infância que começou a relação da atual cientista com seus objetos de estudo. Nascida em Quintino, na Zona Norte do Rio, ela cresceu num prédio em que a entrada de animais era proibida, e por isso na primeira infância seu amor pelos bichos foi meramente platônico. Aos 11 anos Gabi se mudou e ganhou seu primeiro cão, que viveu longevos 18 anos, tendo morrido em 2016. Àquela altura, já veterinária formada, ela descobria uma nova paixão: a pesquisa científica. A convivência com a fauna a ensinou a admirar a lealdade dos cães e até as raras demonstrações de afeto dos gatos, que considera “bons julgadores de caráter”. “Conseguimos ser bem mais humanos quando estamos em contato com os animais”, ela diz.

Leia o texto completo no blog Ciência Fundamental, na Folha de S.Paulo

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