As apresentações à distância, que para muita gente se tornaram a única alternativa nos últimos meses, impõem um desafio: como segurar a atenção de uma audiência que você nem ao menos consegue ver? Convidamos o especialista em comunicação de ciência e negócios Jean-Luc Doumont, do grupo belga Principae, para dar dicas de como melhorar as apresentações remotas. Se você não conseguiu acompanhar o webinar, confira a seguir um resumo das principais dicas:
“Quem se importa?”
Sabemos bem que, mesmo em um auditório, há pessoas mexendo no celular durante uma palestra. À distância, é ainda mais difícil impedir que o seu público abra a caixa de e-mails enquanto você apresenta. Isso significa que a apresentação online precisa ser ainda melhor em captar a atenção do público.
A mensagem deve ser efetiva. É essencial que as pessoas a entendam, mas só isso não é suficiente. É mais importante que compreendam por que você está dizendo isso a essa audiência do que o que você está dizendo. Então, sobre a mensagem que você quer passar, se pergunte: e daí? Quem se importa com ela?
Adapte a apresentação à sua audiência
Como é difícil ler o público durante as apresentações remotas, já que em muitos casos o apresentador não consegue ver os participantes, é importante analisar antecipadamente a necessidade da sua audiência. Uma forma de fazer isso é, no formulário de inscrição, perguntar que tópicos a pessoa gostaria que a apresentação abordasse.
Minimize as distrações
Como engajar as pessoas com tantas distrações do outro lado da tela? Não há como eliminar os barulhos das casas das pessoas, então espere perdas, que naturalmente vão ocorrer. Você pode, no entanto, minimizar os ruídos no seu ambiente de apresentação. Por exemplo: em vez de ficar à frente de uma estante de livros, use um fundo neutro. Assim você evita que a pessoa, em vez de ouvi-lo, tente descobrir o que você está lendo. Da mesma forma, não é uma boa ideia colocar um fundo animado com a imagem de uma praia paradisíaca. Se você quer que a audiência foque na sua mensagem, não dê mais nada a ela.
Uma forma de compensar as perdas de audiência é usando a redundância, com slides combinados à sua fala, por exemplo. Se a pessoa não entende o que você fala porque o áudio está ruim, ela terá os slides. Se ela não consegue ver os slides, terá a sua fala.
Explore a comunicação não verbal
Afinal, por que fazemos apresentações remotas, já que são difíceis para os dois lados? Poderíamos substituí-las por uma comunicação escrita – um artigo e perguntas por e-mail. No entanto, a fala tem algo essencialmente humano que um artigo, é claro, não terá. A audiência vê a comunicação verbal, vocal e visual.
Use a linguagem corporal para comunicar confiança. Se apontar com a mão para uma tela, acompanhe o movimento com seus olhos. Assim, você decide no que a audiência prestará atenção. Se você usa um ponteiro de laser, perderá um poderoso recurso de credibilidade – o próprio corpo.
Certamente não é algo fácil de se fazer em uma apresentação online, já que o espaço limitado da tela geralmente vai fazer com que ou o palestrante, ou o slide fique pequeno demais. Por isso, pode valer a pena usar somente a imagem e fala do apresentador (vantagens: mais natural, passa mais credibilidade e gera mais engajamento) ou somente os slides (vantagens: evita distrações visuais, requer menos qualidade de internet e é mais fácil para o apresentador).
Para cientistas, pode parecer chocante fazer uma apresentação sem slides. No entanto, é melhor uma boa fala sem nenhum slide do que usar slides que não estão bons, no estilo “copia-e-cola” de relatórios ou papers. Desapegue-se da ideia de que “qualquer coisa é melhor do que nada”.
Outra opção é ficar alternando entre o apresentador e os slides, como nos noticiários de TV. Há algumas maneiras de fazer isso. Neste documento (pg.2), Doumont explica em mais detalhes sobre como otimizar essa alternância. Já este outro documento explica modos de fazer essa alternância no sistema operacional dos computadores Mac.
Crie um ambiente favorável para a apresentação remota (e seja criativo)
De modo geral, é melhor investir em uma boa configuração do seu computador do que gastar com vários acessórios. Posicione o notebook mais alto (empilhando livros em uma mesa, por exemplo) e mais distante para que você fique melhor enquadrado. Considere também incliná-lo. A câmera deve ficar no nível dos olhos. Se usar uma câmera externa, tenha cuidado para posicioná-la próxima ao computador e evitar aparecer de lado na imagem.
Substitua a cadeira por um banco para parecer que está de pé. Melhore o entorno: além de evitar fundos que distraem, tenha cuidado com a luz de fundo e lateral, que podem deixar seu rosto escuro. Fique centralizado para poder usar as mãos em gestos.
Seja criativo. Se estiver num quarto de hotel, por exemplo, você pode usar sua mala ou uma lixeira para erguer o notebook. Se a luz do quarto não for boa, vá para o banheiro e estenda um lençol no fundo. Nunca tenha medo de mudar o ambiente.
Cuidado com as anotações
Você pode escrever previamente sua fala, mas tenha cuidado. Geralmente um texto escrito é mais polido e preciso; não soa como um texto falado e espontâneo. Escreva da forma que você fala e ensaie, aprenda a dizer o seu texto.
Deixe um espaço grande entre uma linha e outra para encontrar facilmente cada trecho. Crie quebras de linhas lógicas. Uma dica é usar linhas vermelhas para indicar o momento exato da fala em que você deve mudar o slide. Fique atento ao local em que você vai deixar o texto para evitar barulhos ao manuseá-lo – deslize a página em vez de virá-la.
Transmita naturalidade
Como já falamos, a linguagem corporal trata de credibilidade e presença. É importante demonstrar estabilidade do seu corpo, mas, ao mesmo tempo, gestos são uma parte natural de uma conversa. Além disso, o contato visual é essencial para capturar a atenção das pessoas.
Para isso, posicione tudo (relógio, anotações) o mais próximo possível da câmera, para que seus olhos fiquem fixos nos espectadores. Uma dica é colocar algum objeto junto à câmera para ajudar a prender seu olhar. Na foto ao lado, o recurso usado por Doumont: um bonequinho laranja atrás da câmera do computador.
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