12/06/2020 07:48

Epidemias no Brasil: semelhanças entre Zika e Covid-19

  • #GranteesNaCovid19

No 37 graus, Bia Guimarães e Sarah Azoubel investigam a epidemia de Zika e traçam paralelo com a Covid-19

Bia Guimarães e Sarah Azoubel, do podcast 37 graus.

Pedro Lira

O Brasil é o segundo país com mais casos de Covid-19 no mundo. No entanto, a doença não é a nossa primeira experiência com crise na saúde pública. Entre abril de 2015 e novembro de 2016, o Brasil viveu o maior surto de Zika da história – começou por aqui e se espalhou para outros países da América do Sul, América Central e Caribe. 

Esse é o tema de Epidemia, da temporada especial do 37 Graus Podcast. As grantees de divulgação científica Bia Guimarães e Sarah Azoubel, em parceria com a Folha de S. Paulo e o Google Podcasts creator program (PRX), viajaram o Brasil para investigar os desafios, impactos e lições que o vírus deixou no país. 

“Foram meses que passamos investigando e documentando a história da Zika no Brasil. Meses pensando em como esse evento pode nos ajudar a entender o ciclo das epidemias, os bastidores das pesquisas científicas e o que acontece depois que o assunto sai das manchetes”, explicam as produtoras do podcast.

Em meio às gravações dos episódios, o mundo foi surpreendido por uma nova epidemia: a do novo coronavírus. “A série ‘Epidemia’ teve que mudar.  Não fazia sentido falar de outras epidemias sem pensar também na pandemia que estamos vivendo.”

A partir das investigações feitas para a série, Bia e Sarah selecionaram cinco semelhanças entre as epidemias. Confira:

1. Desigualdades sociais

Setores mais vulneráveis são mais afetados. Hábitos de higiene para prevenção são um desafio a para população sem acesso a saneamento básico e habitação adequada.

2. População suscetível

Quando um novo vírus chega, não há imunidade contra ele. Isso significa que mais pessoas são suscetíveis à infecção.

3. Impactos socioeconômicos

Ainda não se sabe quais serão os impactos da Covid-19, mas há dados sobre a Zika. Estudo da Fiocruz PE aponta, por exemplo, que o custo médio com consultas em um ano foi 657% maior entre as crianças com microcefalia causado pelo vírus.

4. Falta de testes e diagnósticos

No primeiro surto da Zika, em 2015, os exames eram pouco precisos, apontando falso positivo para quem já tivesse contraído dengue. Apenas em 2019 exames mais confiáveis começaram a circular.

5. Fake news

A desinformação foi um problema tanto na epidemia de Covid-19 quanto na de Zika. Estudo do American Journal of Health Education apontou que boatos sobre o vírus tinham três vezes mais engajamento. Eles afirmavam que a doença era uma conspiração.

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