13/05/2020 04:35

O silenciamento do (sub)mundo com a Covid-19 (e por que isso é bom)

  • Blog Ciência Fundamental

O planeta vibra não só com os terremotos, mas também com a vida

ilustração: Sandra Jávera

Por Pedro Val

Não são apenas os terremotos que fazem o solo vibrar. Atividades humanas geram pequenas vibrações que se propagam pela superfície e subsuperfície da Terra: são os ruídos sísmicos. Quem já não sentiu o chão estremecer quando um ônibus passa na rua?

Instrumentos para monitorar terremotos, ou sismos, se relativamente próximos às fontes dos ruídos, são capazes de detectar microtremores. Mesmo o vento, os aviões, as ondas do mar e shows ao vivo causam ruídos sísmicos. Em tempos de isolamento social devido à pandemia de Covid-19, os ruídos causados pelos seres humanos diminuíram drasticamente no mundo inteiro. Foi como se a parte mais rasa da crosta, a camada mais externa do planeta, tivesse ficado menos barulhenta. É um momento privilegiado para quem estuda sismologia, pois poderá revelar estruturas detalhadas em subsuperfície de algumas regiões do globo e permitir um passo importante para a compreensão e a mitigação de danos causados por terremotos.

Para explicar como isso ocorre, vamos partir do início. Você já se perguntou como são as rochas a cinco quilômetros de profundidade? A dez quilômetros? A quarenta? Pois alguns cientistas se dedicam exclusivamente a estudar o mundo subterrâneo. E existem diversas questões que somente as informações sísmicas podem responder. Uma delas é a impossibilidade de prever e prevenir os danos de terremotos devastadores –qual é a área mais provável de rompimento de uma falha? Após um sismo, as fraturas nas rochas se fecham? Em quanto tempo? Essas e inúmeras outras dúvidas existem, entre outras razões, porque desconhecemos a distribuição das falhas geológicas em subsuperfície e também das microfraturas. E essa ignorância está atrelada não só à precisão de instrumentos, mas também aos ruídos sísmicos.

Continue lendo no blog Ciência Fundamental, no site da Folha de S.Paulo.

Projetos e pesquisadores relacionados