Karlos Kochhann

Geociências

Karlos Guilherme Diemer Kochhann é um desbravador de oceanos e climas do passado, para revelar a enigmática história dessas eras. Seu projeto propõe estudar registros do Mioceno em amostras de sedimentos coletados na Bacia do Solimões para entender como a região amazônica respondeu às mudanças climáticas no passado, e como podemos nos preparar para o futuro, já que as concentrações de dióxido de carbono no Mioceno eram semelhantes às projeções para o futuro próximo.

Graduado em Geologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, o cientista seguiu para o mestrado na mesma instituição. O caminho até o doutorado em ciências naturais foi trilhado na Christian-Albrechts-Universität zu Kiel, Alemanha. Agora, professor assistente na UNISINOS, também está envolvido no Instituto Tecnológico de Paleoceanografia e Mudanças Climáticas (OCEANEON) da instituição. Nas horas roubadas à ciência, Karlos se imerge na natureza e desafia a si mesmo em corridas e pedaladas.

Projetos

As áreas úmidas da Amazônia foram fontes ou sumidouros de carbono durante os últimos estados de aquecimento global?
Ciência / Geociências

Pretendemos investigar qual foi o papel de áreas úmidas do oeste da Amazônia na dinâmica climática global durante o Mioceno, entre 23 e 5 milhões de anos antes do presente. Durante intervalos miocênicos de aquecimento global e nível do mar elevado, áreas do oeste amazônico foram inundadas pelo sistema lacustre (com eventuais incursões marinhas) Pebas. Essas áreas potencialmente podem ter atuado como sumidouros (ou fontes) de carbono, dependendo das condições climáticas dominantes. Para testar essa hipótese, estudaremos registros paleoclimáticos em testemunhos sedimentares que recuperaram rochas miocênicas ricas em matéria orgânica na Bacia do Solimões (Brasil). Utilizaremos técnicas geoquímicas, no contexto de um arcabouço cicloestratigráfico, para decifrar os sinais climáticos registrados por esses arquivos sedimentares. Uma vez decifrada a relação de fase dominante entre a acumulação de carbono orgânico nessas áreas úmidas pretéritas e o contexto hidroclimático regional, utilizaremos modelos do Sistema Terra de complexidade intermediária para avaliar o impacto desses processos de áreas tropicais nas variações acopladas entre clima e ciclo do carbono ocorridas durante o Mioceno. Como o Mioceno foi caracterizado por concentrações de dióxido de carbono (CO2) comparáveis (entre 450 e 650 partes por milhão) às projeções de cenários climáticos para o futuro próximo, nosso estudo pode contribuir para prever como a região amazônica responderá ao aquecimento global antropogênico em curso.

Instituições

  • Universidade Federal de Pelotas

Chamadas

Chamada 6