01/06/2023 02:24

A fertilidade após o câncer

  • Blog Ciência Fundamental

Com o avanço na incidência de câncer em jovens, pesquisar e popularizar a preservação da fertilidade é essencial

Ilustração: Valentina Fraiz

Por Rossana Soletti

O câncer está cada vez mais comum no mundo, em grande parte devido ao aumento da expectativa de vida. Embora a maioria dos casos se concentrem em pessoas acima de 60 anos, análises recentes surpreendem ao mostrar que os maiores aumentos de incidência recaem sobre população de 20 a 50 anos. Isso significa que a geração atual de adultos jovens e as próximas terão mais câncer do que as passadas. 

Mas à medida que as ocorrências se multiplicam, a ciência aprimora os tratamentos, atingindo índices de sobrevida superiores a 90% para certos tumores. Se as próximas gerações terão mais câncer, elas provavelmente receberão terapias mais efetivas. A preocupação com a qualidade de vida após o tratamento torna-se, portanto, cada vez mais importante.

Medicamentos utilizados na maior parte dos tratamentos quimioterápicos destroem células altamente proliferativas, como as tumorais. Ocorre que outras células que se propagam velozmente, como as da mucosa que reveste a boca e as dos folículos pilosos, podem ser afetadas, gerando efeitos adversos como queda de cabelo e descamação na mucosa oral. A quimioterapia também pode alterar os tecidos que produzem os gametas (óvulos e espermatozoides) e os níveis de hormônios sexuais, com reflexos na fertilidade. Com isso, crianças, adolescentes e adultos que passam por tratamentos oncológicos podem ter comprometimentos na capacidade de gerar filhos biológicos.

O estoque de óvulos, determinado ainda na vida fetal, começa a diminuir antes mesmo do nascimento — essa reserva ovariana é o principal determinante da fertilidade da mulher. No início da puberdade, os ovários contêm de 300 mil a 500 mil óvulos, contidos em folículos revestidos por células. Ao longo dos anos, alguns desses folículos entram num processo de amadurecimento que culmina com a liberação de um óvulo por mês — a ovulação. À medida que a menopausa se aproxima, a reserva ovariana vai chegando ao fim.

Leia o texto completo no blog Ciência Fundamental, na Folha de S.Paulo.

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