05/01/2023 02:21

O Brasil pode liderar a transição para uma bioeconomia circular

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Exploração racional da maior biodiversidade do mundo pode gerar desenvolvimento

Ilustração: Valentina Fraiz

Por Ayla Sant’Ana da Silva

O Brasil é a nação de maior biodiversidade do planeta, com 15% a 20% da quantidade de espécies estimadas. De acordo com dados do Governo Federal, há cerca de 116 mil espécies animais e 46 mil espécies vegetais catalogadas, dispersas pelos biomas terrestres e ecossistemas marinhos. Apesar de parecerem dados expressivos, calcula-se que esses números representem apenas um pequeno percentual da diversidade do país, já que a identidade de centenas de milhares de outros organismos permanece um mistério. 

Grande parte dessa biodiversidade, no entanto, antes mesmo de ser conhecida está ameaçada por atividades humanas não sustentáveis. A devastação descontrolada da Amazônia, por exemplo, faz com que estejamos num momento em que a taxa de destruição é muito mais rápida que a velocidade de descoberta de novas espécies.

É um cenário de corrida contra o tempo, pois a cada vez que uma área é desmatada, destruímos parte da biodiversidade que nunca mais conheceremos — uma vez perdida, provavelmente o será para sempre. Isso porque muitas espécies são encontradas somente em determinada região do globo, e em mais nenhuma. São as espécies endêmicas, que requerem atenção quanto a sua preservação. No Brasil, há preocupação especial com a Mata Atlântica e o Cerrado, biomas classificados como hotspots de biodiversidade por serem regiões com níveis excepcionais de endemismo e graves percentuais de perda de habitat. 

Para além do impacto ambiental, a perda de nossa biodiversidade e a ignorância a respeito dela precisam ser analisadas do ponto de vista dos possíveis impactos econômicos e das oportunidades de desenvolvimento desperdiçadas. Atividades essenciais para a economia brasileira, como a agropecuária e a produção de alimentos e bebidas, são altamente dependentes do equilíbrio da natureza. É um contrassenso expandir essas atividades sem considerar as consequências da perda de diversidade nesses sistemas produtivos no médio e longo prazo.

Leia o texto completo no blgo Ciência Fundamental, na Folha de S.Paulo

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