Cesar Rocha

Geociências

Desde criança o paulistano Cesar Rocha  nutre duas grandes paixões: a matemática e o mar. Nas rotineiras férias de verão no litoral norte de São Paulo, passava horas nadando e surfando, aproveitando os momentos de calmaria para pensar em equações matemáticas. Graduado e mestre em oceanografia pela Universidade de São Paulo, mudou-se para os Estados Unidos para obter o título de doutor em oceanografia física pela Universidade da Califórnia. Ainda nos EUA, fez pós-doutorado no Instituto Oceanográfico de Woods Hole, em Massachusetts, e foi docente na Universidade de Connecticut. 

Hoje de volta à USP, o oceanógrafo confessa que trocou a prancha por outro veículo para deixar os pensamentos cheios de equações fluírem: a bicicleta. Quando não está lecionando, pesquisando, pedalando ou tocando violão para seu filho, Cesar está sempre lendo a New Yorker ou a Piauí. Seu projeto é uma investigação sobre as correntes e ondas das regiões mais profundas do oceano. A AMOC, conhecida em português como circulação meridional de revolvimento do Atlântico, é uma gigantesca corrente das camadas oceânicas inferiores com um grande impacto na temperatura e clima do planeta. O estudo de Cesar é uma tentativa de conhecer melhor esse fenômeno e, assim, ganhar insights sobre os oceanos para se preparar para o aquecimento global.

Projetos

A turbulência de pequena escala no oceano abissal força a variabilidade climática?
Ciência / Geociências

Assim como há ondas na superfície do mar que eventualmente quebram na praia, existem ondas no interior do oceano, entre camadas de diferente densidade. Essas ondas internas eventualmente também quebram, causando turbulência e, consequentemente, mistura das diferentes camadas de água. Este projeto combina teoria de dinâmica de fluidos (modelos matemáticos), observações coletadas no Atlântico Sul e simulações computacionais para testar a hipótese de que variações na mistura turbulenta devido a quebra de ondas internas no oceano abissal controlam a variabilidade da célula inferior da AMOC, a Célula de Circulação Meridional do Atlântico. A AMOC é um padrão de circulação oceânica interhemisférica que transporta calor equivalente a 10.000 vezes a produção de eletricidade gerada pela hidrelétrica Itaipu binacional e um volume de água equivalente a 100 vezes a vazão do Rio Amazonas. Variações da AMOC são causa e consequência da variabilidade climática planetária. O entendimento que este projeto busca, portanto, é crucial para melhorar as previsões do clima da Terra sob efeito do aquecimento global.

Instituições

  • Universidade de São Paulo

Chamadas

Chamada 6