Como a reterritorialização do povo Borum-Kren pode induzir cascatas socioecológicas e contribuir para a restauração da memória biocultural e de paisagens multifuncionais?

Ciências da Vida

Bárbara Nascimento Flores
Indígena do povo Borum-Kren, de Minas Gerais, é doutora em desenvolvimento e ambiente

 

Para um povo indígena, o território não é apenas um espaço geográfico: ele carrega memória, identidade e relações sociais. A reterritorialização indígena não é, portanto, apenas um ato de retomada de terras historicamente ocupadas, mas um processo de reconstrução de relações entre seres humanos, natureza e cultura. Mas quais mudanças esse processo de recuperação de territórios pode trazer consigo?

Este projeto busca compreender como a retomada territorial dos Borum-Kren – cuja trajetória em Minas Gerais tem marcas de deslocamentos forçados, violências e apagamentos – pode desencadear cascatas socioecológicas locais e regionais. Ou seja: como a reconexão com a terra pode gerar processos em cadeia que reverberam nas paisagens e modos de vida, e contribuem tanto para a restauração da memória e identidade biocultural como para a recuperação ambiental e conservação da biodiversidade?

A pesquisa terá três etapas: primeiro, será reconstruída a história socioecológica do território Borum-Kren, combinando dados históricos, arqueológicos, antropológicos, sociológicos e ecológicos. Em seguida, se analisará a fragmentação biocultural do território. Por fim, serão propostos mecanismos para restaurar essas conexões a partir de modelos de redes adaptativas que integram processos sociais, econômicos e ambientais.

Recursos investidos
Grant 2024: R$ 100.000,00

  • Temas
  • cascatas socioecológicas
  • memória biocultural
  • paisagens multifuncionais.
  • povos indígenas
  • reterritorialização