Ricardo Martinez-García é um físico multidisciplinar com uma persistente atração pela ecologia e a biodiversidade. Graduado pela Universidade de La Laguna, nas Ilhas Canárias, Ricardo fez o mestrado e doutorado em física no Instituto de Física Interdisciplinar e Sistemas Complexos, nas Ilhas Baleares, na Espanha. O cientista continuou seus estudos no Departamento de Ecologia da Universidade de Princeton, Estados Unidos. Sua pesquisa investiga como indivíduos podem criar grandes estruturas naturais e como essas estruturas afetam a ecologia.
No entanto, foi nas quadras que Martinez-García começou sua carreira. O tênis rendeu algumas competições e até medalhas. Hoje o físico reserva o esporte para o tempo livre, mas ainda garante um poderoso saque. Ele é docente no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e no Instituto Sul-Americano de Pesquisa Fundamental, em São Paulo.
Populações microbianas podem se comportar coletivamente para melhorar na execução de algumas tarefas. Esses comportamentos são propensos à exploração por invasores que não participam da ação coletiva, mas obtêm seus benefícios. Como as populações naturais evitam essas invasões é uma questão central na biologia evolutiva. Os habitats microbianos podem apresentar uma ampla gama de fluxos que dispersam as células e/ou suas secreções em diferentes formas, desde o transporte suave por fluxos ordenados até a mistura caótica própria da turbulência. Cada uma delas pode influenciar a evolução da sociabilidade de maneiras complexas e desconhecidas, mas as interações entre ecologia microbiana, evolução da sociabilidade e propriedades físicas do fluxo ainda permanecem inexploradas. O objetivo deste projeto é desvendar essas conexões, com foco no papel da turbulência na ecologia e na evolução da sociabilidade em comunidades de micróbios com diferentes padrões de movimento.