05/09/2018 07:22

Por dentro do podcast Science Vs

  • Camp Serrapilheira
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Kaitlyn Sawrey em workshop no Camp Serrapilheira

Carla Russo

Depois da palestra pública no primeiro dia do Camp Serrapilheira, Kaitlyn Sawrey, produtora executiva do podcast Science Vs. deu um workshop para participantes do evento na tarde desta quarta-feira (5), no Observatório do Museu do Amanhã. Sucesso na Austrália, o programa foi levado aos EUA há dois anos pela rede de podcasts norte-americana Gimlet Media. Com a estrutura oferecida pela empresa, o podcast tem ampliado o público.

No workshop, Kaitlyn usou o programa sobre a dieta para explicar todo o processo de produção do Science Vs. O trabalho de pesquisa começa na definição do tema. “Usamos ferramentas do Google para saber o interesse das pessoas em determinado assunto”, conta Kaitlyn. “E escolhemos também com base na falta de informação correta disponível sobre o tema.  Depois listamos perguntas que gostaríamos que fossem respondidas no programa”.

Na segunda fase de produção, Kaitlyn conversa com cerca de 10 pesquisadores por telefone em busca de informações e também para saber se eles se comunicam bem para serem entrevistados no podcast. Porém, apenas três ou quatro pesquisadores vão ser gravados posteriormente. “Mesmo quem não é entrevistado no podcast, contribui para o entendimento do tema, então, eles são creditados no fim”, diz Kaitlyn.

Já no processo de gravação das entrevistas, a equipe do podcast ajuda os pesquisadores a contarem de um forma mais simples questões complexas da ciência. Kaitlyn mostrou para os participantes do workshop a fala de um pesquisador sobre a dieta Cetogênica antes e depois da “intervenção” da equipe. Ela também entregou para cada um duas versões de roteiro do mesmo episódio. Cada programa é ouvido várias vezes e editado ao longo do processo. “Várias versões são feitas até chegar ao roteiro final”, conta Kaitlyn.

Participantes foram divididos em grupos para desenvolver roteiro de podcast

Depois de pronto, o script é enviado para uma pessoa de fora da equipe que faz a checagem dos fatos. Com todo esse trabalho criterioso de pesquisa e checagem, cada episódio do podcast leva em média 8 semanas para ficar pronto. A bióloga e paleontóloga Aline Ghilard, selecionada para o Camp com o projeto “Colecionadores de Ossos”, participou do workshop. “Fiquei impressionada com o grau de profissionalismo. Ter investimento privado ajuda a alcançar este resultado”, comenta Aline.

Para finalizar o workshop, Kaitlyn dividiu os participantes em 5 grupos para eles desenvolverem roteiros de podcast em 45 minutos. Ela foi em cada mesa tirar dúvidas e depois deu feedback para todos os roteiros apresentados.  Observatório do Amanhã ficou movimentando com tantas ideias surgindo. Quem sabe uma delas não vira realidade num podcast brasileiro.