As áreas úmidas da Amazônia foram fontes ou sumidouros de carbono durante os últimos estados de aquecimento global?

Ciência / Geociências

Pretendemos investigar qual foi o papel de áreas úmidas do oeste da Amazônia na dinâmica climática global durante o Mioceno, entre 23 e 5 milhões de anos antes do presente. Durante intervalos miocênicos de aquecimento global e nível do mar elevado, áreas do oeste amazônico foram inundadas pelo sistema lacustre (com eventuais incursões marinhas) Pebas. Essas áreas potencialmente podem ter atuado como sumidouros (ou fontes) de carbono, dependendo das condições climáticas dominantes. Para testar essa hipótese, estudaremos registros paleoclimáticos em testemunhos sedimentares que recuperaram rochas miocênicas ricas em matéria orgânica na Bacia do Solimões (Brasil). Utilizaremos técnicas geoquímicas, no contexto de um arcabouço cicloestratigráfico, para decifrar os sinais climáticos registrados por esses arquivos sedimentares. Uma vez decifrada a relação de fase dominante entre a acumulação de carbono orgânico nessas áreas úmidas pretéritas e o contexto hidroclimático regional, utilizaremos modelos do Sistema Terra de complexidade intermediária para avaliar o impacto desses processos de áreas tropicais nas variações acopladas entre clima e ciclo do carbono ocorridas durante o Mioceno. Como o Mioceno foi caracterizado por concentrações de dióxido de carbono (CO2) comparáveis (entre 450 e 650 partes por milhão) às projeções de cenários climáticos para o futuro próximo, nosso estudo pode contribuir para prever como a região amazônica responderá ao aquecimento global antropogênico em curso.

Instituições

  • Universidade Federal de Pelotas

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