24/08/2023 11:00

Serrapilheira seleciona futuros cientistas para curso em ecologia quantitativa

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Formação transdisciplinar inclui um módulo teórico e um prático em biomas brasileiros; estudantes receberão ajuda de custo e hospedagem por dois meses no Rio de Janeiro

O Instituto Serrapilheira abriu nesta quinta-feira (24) as inscrições para seu Programa de Formação em Ecologia Quantitativa. Com a iniciativa, o instituto busca alunos de qualquer área do conhecimento em início de carreira e que tenham interesse em se aprofundar nos diversos subcampos da ecologia. Os candidatos devem ter capacidade de trabalhar em equipe, curiosidade para aprender novos conceitos e métodos e disposição para colaborar com o desenvolvimento de novas atividades.

“O campo da ecologia é estratégico para o Serrapilheira porque acreditamos que o desenvolvimento do Brasil depende da capacidade de entender e preservar seus ecossistemas tropicais”, destaca Hugo Aguilaniu, diretor-presidente do instituto. “É essencial que a ciência brasileira, de modo geral, abrace a transdisciplinaridade e que os campos da biologia, informática, humanidades e economia conversem cada vez mais para encontrar soluções sustentáveis para nossos ecossistemas”, completa.

A formação inclui dois módulos: um teórico e um empírico. No módulo teórico, os alunos passam por um treinamento intensivo em ferramentas quantitativas usadas na ecologia e desenvolvem um projeto com modelagem matemática. Eles vão se aprofundar nos diferentes campos da pesquisa em ecologia por meio de aulas expositivas, aprendizado de ferramentas quantitativas e sessões de discussão com cientistas que atuam em centros de pesquisa de excelência no mundo todo.

Estão previstos ainda seminários, palestras, workshops e encontros com pesquisadores de diversas instituições de todo o mundo. O curso teórico será presencial no Rio de Janeiro. Os candidatos devem ter, portanto, disponibilidade para permanecer na cidade de 8 de janeiro a 8 de março de 2024. O Instituto Serrapilheira irá providenciar a hospedagem, e os selecionados também terão uma ajuda de custo no valor total de R$ 3.000 para cobrir gastos com transporte e alimentação. O programa irá custear as passagens de ida e volta de alunos de outras cidades do Brasil para a capital fluminense.

Pessoas com o mestrado em andamento ou concluído em qualquer área do conhecimento, em uma instituição de ensino superior do Brasil, poderão se candidatar a uma das 30 vagas do programa, que terá início em janeiro de 2024 e duração de dois meses. Quem está cursando ou já concluiu a graduação também é elegível. As inscrições podem ser feitas de 24 de agosto a 22 de setembro, às 17h. O edital completo e o link de acesso às inscrições estão disponíveis aqui

Alunos da edição de 2023 do curso durante imersão na Amazônia.

Curso de campo

Ao final dos dois meses do módulo teórico, os estudantes serão convidados a se inscrever na segunda etapa da formação, o módulo empírico. Dos 30 alunos, 16 serão selecionados para essa fase do curso de campo, que terá duração de três a quatro semanas. A imersão ocorrerá em dois biomas diferentes: Mata Atlântica e Amazônia.

“É um curso de campo que leva em conta a parte teórica de modelagem matemática e a parte prática, de coleta de dados e observação de padrões na natureza”, explica Flávia Marquitti, coordenadora científica do Programa de Formação em Ecologia Quantitativa. “Essa mistura de alunos e a formação interdisciplinar permite que eles dialoguem intensamente e proponham soluções para os problemas encontrados”, completa.

Na edição de 2023 do programa, os alunos aprenderam,  ao longo de 20 dias na Mata Atlântica e Amazônia, como é feita a atividade de campo e entenderam como fazer o relato acadêmico dessa experiência prática, utilizando as ferramentas quantitativas para testar os modelos desenvolvidos ou criar modelos a partir dos fenômenos observados diretamente na natureza.

Tiffany Vilca Wanderley, estudante da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), foi uma das participantes do curso de campo.“Foi algo que eu nunca imaginei viver. Foi simplesmente genial essa ligação que fizeram entre trabalho de campo e teórico envolvendo modelagem matemática. Estive em contato com colegas e professores incríveis. Além de conseguir visualizar um novo caminho que posso seguir como pesquisadora da região amazônica, essa rede de pesquisadores de vários lugares do mundo é algo extremamente valioso para mim”, comenta.

Alunos na Mata Atlântica durante o curso de campo de 2023

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