07/12/2021 04:56

Conheça os bastidores da série “Modos de ver”

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Gravados durante a pandemia, vídeos trazem as reflexões de 12 cientistas sobre suas formas de produzir ciência

Não é novidade que a pandemia da Covid-19 mudou os planos de muita coisa. Por aqui, não foi diferente. Em 2021 o Serrapilheira lançou a série de vídeos “Modos de Ver” e, para além dos desafios de falar sobre ciência fugindo do óbvio, o distanciamento social se mostrou uma dificuldade ainda maior: como conectar 12 cientistas de diferentes estados para falar sobre formas de investigar o mundo? 

Produzido pelo Instituto Comum, os seis vídeos foram gravados à distância. Entrevistas por vídeo-chamadas dividem espaço com gravações captadas pelos próprios pesquisadores, anotações, artigos científicos, registros pessoais e de pesquisas de campo e  permeados pelas ilustrações da artista Maria Palmeiro e pelas fotos de Luiza Baldan produzidas especialmente para a série. Os idealizadores de “Modos de Ver”, Bruno Siniscalchi e Maria Borba, explicam que o olhar artístico sobre a os cientistas sempre foi uma prioridade da série – gravada presencialmente ou não. 

“Tivemos várias conversas com cada um dos pesquisadores e criamos certa intimidade com eles. Foi daí que começaram as gravações. Cada produção traz reflexões profundas que eles fazem sobre suas ciências de forma densa, mas clara”, comenta Siniscalchi. “Mesmo sem entender completamente a parte científica, você capta o que é importante ali. É como o fazer artístico: existe uma especificidade quase invisível”, completa Borba.

Intervenção artística de Maria Palmeiro sobre foto de campo do geólogo Pedro Val

Os produtores acrescentam que as conversas com os cientistas foram livres, sem uma necessidade de explicação didática de suas pesquisas. O resultado foi uma série em que pesquisadores da matemática, geologia, física, química, ciência da computação e biologia  fogem do senso comum e falam da poesia na ciência. “Mesmo se o cenário ou a investigação feita ali não sejam poéticos, o brilho nos olhos surge quando os cientistas falam sobre suas investigações. Aí que mora a beleza da série”, conclui Siniscalchi.

Uma das etapas na construção da linguagem usada na série foram as pinturas da artista visual Maria Palmeiro, inspiradas pelas pesquisas apresentadas. Fugindo das interpretações literais, Palmeiro cruzou os temas, que foram de geologia a supersensores, aos seus próprios estudos no campo das artes visuais que investigam dobras e perfurações.

“Percebi como as práticas científicas nos ajudam a pensar, ver e imaginar o mundo. A riqueza das conexões entre as áreas das exatas, humanas e sociais está justamente em permitir que esse exercício de imaginação que os modelos científicos trazem possa ampliar o nosso imaginário social e não apenas reforçá-lo”, diz.

Os seis vídeos da série “Modos de Ver” estão disponíveis em nosso canal no YouTube. Assista:

 

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