A ciência brasileira cresceu expressivamente em termos de volume de produção científica nas últimas duas décadas. Diante das evidências empíricas de que boa parte da literatura científica na área biomédica não é reprodutível, não se pode equacionar o aumento no número de artigos com uma evolução da ciência nacional. Enquanto não respondermos à questão básica do quão reprodutíveis são os resultados publicados nestes artigos – algo sobre o qual que nem a comunidade científica, nem as agências de fomento possuem dados empíricos – não poderemos avaliar de fato as políticas de ciência e tecnologia do país. É para preencher essa lacuna que a Iniciativa Brasileira de Reprodutibilidade, criada pelo médico e professor da UFRJ Olavo Amaral, se propôs a replicar uma amostra sistemática de experimentos da ciência brasileira de forma multicêntrica.
A Iniciativa concluiu seus trabalhos no primeiro semestre de 2024 e, em decorrência do projeto, foi criada a Rede Brasileira de Reprodutibilidade, com o propósito de promover práticas transparentes e confiáveis na comunidade científica no país.