Ciência

7ª chamada pública de apoio à ciência

O edital recebeu 487 propostas e selecionou 20 projetos

Confira abaixo os cientistas contemplados

Alessandro Samuel-Rosa
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (PR)
Projeto: “Quanto carbono orgânico os solos brasileiros perderam devido às mudanças na cobertura e uso da terra ao longo de mais de cinco séculos de exploração ambiental?
Utilizando dados de solo e de satélite, conhecimento pedológico e inteligência artificial, o projeto da área de ciências da vida pretende reconstruir a história do estoque de carbono dos solos brasileiros desde 1500.

Amanda Bendia
Universidade de São Paulo (SP)
Projeto: “Podem as subsuperfícies terrestres e marinhas no Brasil abrigar arqueias que possam iluminar a origem da vida complexa e a habitabilidade de mundos oceânicos?
Pesquisadora da área de geociências vai estudar arqueias do mar profundo e de cavernas do Brasil para entender a adaptação destes seres a ambientes extremos e compreender melhor a origem da vida complexa na Terra e possivelmente fora dela.

Ana Paula Assis
Universidade de São Paulo (SP)
Projeto: “O que faz com que espécies primariamente florestais consigam prosperar em ambientes urbanos?
Com este projeto de ciências da vida, vai investigar a adaptação do sabiá-laranjeira a ambientes urbanos.

Anselmo Nogueira
Universidade Federal do ABC (SP)
Projeto: “Quais são as características das plantas e os fatores ambientais que impulsionam a evolução das super leguminosas fixadoras de nitrogênio?
O cientista da área de ciências da vida vai investigar a evolução da fixação de nitrogênio em legumes.

Arthur Pereira
Universidade Federal do Ceará (CE)
Projeto: “As crostas biológicas do solo podem ser uma estratégia baseada na natureza para restaurar as terras secas brasileiras afetadas pela desertificação?
Com este projeto de ciências da vida, pretende estudar o uso de biocrostas do solo da Caatinga e a sua importância para restauração de áreas afetadas pela desertificação.

Daniel Y Takahashi
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (RN)
Projeto: “Existe transmissão cultural de dialetos vocais em primatas além dos humanos?
Utilizando gravações de sons de saguis, pesquisa da área de ciências da vida pretende entender a transmissão cultural em primatas não-humanos.

Eduardo Zimmer
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (RS)
Projeto: “Qual a origem celular da perda de volume cerebral relacionada à idade?
Pretende elucidar o papel da redução do tamanho das células gliais no envelhecimento e nas doenças neurodegenerativas nesta pesquisa de ciências da vida.

Fernanda Costa
Universidade de Brasília (DF)
Projeto: “Como os espaços verdes urbanos contribuem para a biodiversidade, multifuncionalidade e prestação de serviços ecossistêmicos em cidades tropicais?
Pesquisadora das ciências da vida vai abordar como os espaços verdes urbanos afetam a biodiversidade e a provisão de serviços ecossistêmicos prestados por diversos grupos taxônomicos em Brasília. 

Fernanda Gubert
Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ)
Projeto: “É possível determinar o que leva ao desenvolvimento da esclerose lateral amiotrófica esporádica?
Projeto de ciências da vida visa ajudar a entender como as causas ambientais podem estimular o desenvolvimento da doença motora, esclerose lateral amiotrófica.

Filipe Abreu
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (MG)
Projeto: “Como os mosquitos vetores de doenças e as pragas agrícolas se espalham tão rapidamente por todas as regiões do Brasil, causando problemas econômicos e de saúde?
Utilizando armadilhas suspensas em balões de hélio a até 200 metros de altura, o projeto de ciências da vida pretende avaliar se insetos vetores e pragas estão sendo carregados por ventos em grandes altitudes.

Guilherme Oliveira
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (MG)
Projeto: “Modelos espaço-temporais discretos com inflação de zeros: como lidar com a subnotificação de casos de doenças infecciosas em pequenas áreas?”
Pesquisa da matemática visa construir modelos estatísticos para melhor estimar a incidência de doenças infecciosas ao longo do tempo em regiões com populaçãos pequenas e má qualidade dos dados.

Helder Ribeiro-Filho
Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (SP)
Projeto: “A inteligência artificial pode prever e planejar sinapses imunológicas?
Utilizando aprendizado de máquina, o projeto na área das ciências da vida possibilitará o entendimento do reconhecimento imunológico para desenvolvimento de novas imunoterapias e vacinas.

Iury Bessa
Universidade Federal do Amazonas (AM)
Projeto: “Como aprender políticas de controle para sistemas dinâmicos complexos a partir de dados com garantias de segurança?
O cientista da computação vai estudar as possibilidades de controle e certificação de segurança de sistemas dinâmicos críticos com base em dados.

Mayara Fraeda Barbosa Teixeira
Universidade Federal do Amazonas (AM)
Projeto: “Como as cadeias de montanhas se formaram na Amazônia há 2 bilhões de anos e como elas estavam relacionadas a uma única grande massa terrestre?
Projeto das geociências vai buscar evidências da formação de grandes cadeias de montanhas na região Amazônica há 2 bilhões de anos, e a conexão destas durante o Supercontinente Columbia.

Olivier Martin
Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (RJ)
Projeto: “Quão bem podemos modelar superfícies algébricas no espaço tridimensional?
O matemático busca descobrir as primeiras superfícies algébricas que não podem ser modeladas por superfícies com singularidades isoladas no espaço tridimensional.

Patricia Christina Marques Castilho
Universidade de São Paulo (SP)
Projeto: “Como a presença de mecanismos dissipativos afeta o estado superfluido de um sistema quântico?
Por meio da utilização de gases ultrafrios, a pesquisadora da física irá estudar a dinâmica de vórtices em superfluidos e fenômenos análogos aos observados em supercondutores.

Paulo Freitas de Araujo Filho
Universidade Federal de Pernambuco (PE)
Projeto: “As redes neurais podem ser seguras e robustas por design, de modo que sejam seguras para uso?
Buscando o desenvolvimento de redes neurais seguras desde o seu design, o projeto da ciência da computação visa desenvolver redes neurais artificiais modeladas como equações diferenciais.

Talita Diniz Melo Hanchuk
Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (SP)
Projeto: “A estrutura dos arbovírus assimétricos pode ser resolvida através do mapeamento de suas interações proteicas?
A pesquisa, na área das ciências da vida, propõe um método alternativo para estudos estruturais do vírus da febre do Oropouche.

Thais Azevedo Enoki
Universidade de São Paulo (SP)
Projeto: “Como a peroxidação de lipídios poli-insaturados, encontrados assimetricamente em uma das monocamadas da bicamada lipídica, afetam as membranas celulares?
O projeto das ciências da vida vai avançar no entendimento de como a peroxidação lipídica impacta a estrutura e a função das membranas biológicas, considerando as diferentes composições lipídicas das monocamadas que constituem essas membranas.

Valentina Martelli
Universidade de São Paulo (SP)
Projeto: “Qual é a condição mínima para um fônon se acoplar a um campo magnético e desviar sua trajetória?
A pesquisadora da física vai investigar experimentalmente os fundamentos da geração do efeito térmico Hall em cristais simples e não-magnéticos de óxido de silício.

Conheça os revisores que participaram do processo de seleção:

Amanda Bates – University of Victoria (Canadá)
Ana Paula Arruda – University of California, Berkeley (EUA)
Angelina Bilate – Rockefeller University (EUA)
Brad Olsen – Massachusetts Institute of Technology (EUA)
Cecília Salgado – University of Groningen (Países Baixos)
Edgard Pimentel – Universidade de Coimbra (Portugal)
Edroaldo Lummertz – Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil)
Fabio Chalub – Universidade Nova de Lisboa (Portugal)
Gareth Law – University of Helsinki (Finlândia)
Guilherme Leite Pimentel – Scuola Normale Superiore di Pisa (Itália)
Irene Miguel Alliaga – Francis Crick Institute (Reino Unido)
Ivan Araújo – Max Planck Institute for Biological Cybernetics (Alemanha)
Jing Yang – Peking University (China)
Josiah Mutuku – 2Blades Group / University of Minnesota (EUA)
Julia Makinde – Imperial College London (Reino Unido)
Juliane Ishida – Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil)
Kacey Prentice – University of Toronto (Canadá)
Katiuscia Cassemiro – American Physical Society (EUA)
Kfir Blum – Weizmann Institute of Science (Israel)
Larissa Sugai – Cornell University (EUA)
Li Yang – University of Georgia (EUA)
Maria Alejandra Rodriguez Hertz – Southern University of Science and Technology (China)
Maria Azeredo de Dornelas – University of St Andrews (Reino Unido)
Marianne Mureithi – University of Nairobi (Quênia)
Mohan Malleshaiah – Montreal Clinical Research Institute (Canadá)
Natalie Haussmann – University of Pretoria (África do Sul)
Nosipho Moloto – University of the Witwatersrand (África do Sul)
Ricardo Torres – Wageningen University (Países Baixos) / Norwegian University of Science and Technology (Noruega)
Rodrigo Fonseca – Microsoft (EUA)
Rosalie Tostevin – University of Cape Town (África do Sul)
Sara Diamond – OCAD University (Canadá)
Sebastian Mutz – University of Glasgow (Reino Unido)
Susanne Vetter – Rhodes University (África do Sul)
Tanja Junkers – Monash University (Austrália)
Victor Sacek – Universidade de São Paulo (Brasil)
Yoav Livneh – Weizmann Institute of Science (Israel)

Grande ciência se faz com grandes perguntas

Resumo

O seu perfil

> você é um cientista em início de carreira?

> concluiu o doutorado?

> tem vínculo permanente com uma instituição de pesquisa brasileira?

> foi contratado pela primeira vez como docente ou pesquisador entre 1º de janeiro de 2018 e 31 de dezembro de 2023 (prazo estendido em até dois anos para mulheres com filhos)?

> atua nas áreas de ciências naturais, ciência da computação ou matemática (ou áreas interdisciplinares)?

> foi o autor principal de duas ou mais publicações que você considera de impacto?

O seu projeto

> busca responder a uma pergunta fundamental?

> tem uma hipótese formulada e um método para testá-la?

> você sabe dizer por que seu projeto é original e ousado?

> os resultados de seu projeto podem mudar o entendimento fundamental da sua área? Você é capaz de descrever como? 

O risco

> você consegue explicar o risco do seu projeto?

> Ele está na concepção, relacionado à formulação da hipótese do projeto?

> Na abordagem, que diz respeito à escolha metodológica?

> E/ou na técnica, ligado à obtenção dos dados?

Então você tem o perfil e o projeto que queremos apoiar.

O Serrapilheira tem como missão financiar cientistas que buscam excelência em suas pesquisas, fazendo perguntas fundamentais, com o risco e o sonho de oferecer grandes contribuições às suas áreas de atuação.

A sétima chamada pública de apoio à ciência do instituto irá contemplar:

>  entre 10 e 30  jovens cientistas em início de carreira;

> dotações entre 200 mil reais e 700 mil reais distribuídos ao longo de cinco anos;

> acesso a recursos adicionais destinados especificamente à integração e formação de pessoas de grupos sub-representados nas equipes de pesquisa.

Inscrições de 4 a 25 de janeiro de 2024

Submissão e seleção de propostas

O processo é dividido em duas fases:

Fase 1: de 23 de novembro de 2023 a 25 de janeiro de 2024

Fase 2: de 7 de março de 2024 a 26 de junho de 2024

A seleção das propostas é realizada por revisores internacionais de cada área. 

Na fase 1, a da pré-proposta, você deve:

> enviar seu CV, conforme o modelo internacional disponível neste link

> informar sobre sua trajetória acadêmica, identificando eventuais interrupções na carreira;

> indicar a sua contribuição para a ciência, compartilhando dois ou mais artigos de impacto em que você foi autor principal, explicando como você contribuiu e por que os considera de impacto;

> responder a dez perguntas sobre o seu projeto.

Se você passar pela etapa da pré-proposta, você será chamado a enviar sua proposta completa (agora com o projeto detalhado) e a participar de uma entrevista em inglês com nossos revisores internacionais.

Parcerias com as Fundações de Amparo à Pesquisa

O Serrapilheira estabeleceu parceria com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) por meio de Memorando de Entendimento, de dezembro de 2021, no qual 24 FAPs são signatárias. 

São elas:

FAPAC (Acre), FAPEAL (Alagoas), FAPEAP (Amapá), FAPEAM (Amazonas), FAPESB (Bahia), FUNCAP (Ceará), FAPDF (Distrito Federal), FAPES (Espírito Santo), FAPEG (Goiás), FAPEMA (Maranhão), FAPEMAT (Mato Grosso), FUNDECT (Mato Grosso do Sul), FAPEMIG (Minas Gerais), FAPESPA (Pará), FAPESQ (Paraíba), Fundação Araucária (Paraná), FACEPE (Pernambuco), FAPEPI (Piauí), FAPERJ (Rio de Janeiro), FAPERGS (Rio Grande do Sul), FAPERO (Rondônia), FAPERR (Roraima), FAPESC (Santa Catarina) e FAPT (Tocantins).

Além disso, o Serrapilheira celebrou acordos diretos com a FAPESP, FAPERJ, FAPEMIG e Fundação Araucária.

Esta chamada, portanto, conta com 25 FAPs parceiras.

O objetivo destes acordos é ampliar o apoio a jovens cientistas nos estados.  As parcerias podem se dar por meio de dois mecanismos: 1) pelo cofinanciamento, quando o Serrapilheira e as FAPs poderão apoiar conjuntamente, com valores mutuamente definidos, cientistas selecionados pela chamada pública do instituto; 2) pelo apoio unilateral das FAPs – e com valores definidos por elas – a cientistas de seus respectivos estados que chegaram à fase final no processo de seleção do Serrapilheira, mas que por limitação orçamentária não receberam apoio do instituto.

Contato

chamada+regular@serrapilheira.org

Confira o edital completo da 7ª chamada pública de apoio à ciência. O documento a seguir apresenta as condições de candidatura, as regras de submissão e os critérios de escolha.

Edital completo

1. Objetivo

A sétima chamada do Serrapilheira destina-se ao financiamento de cientistas em início de carreira, que estejam interessados em grandes perguntas de suas áreas de atuação.

Ao apoiar a ciência de forma privada e não lucrativa, o Instituto Serrapilheira pretende criar as condições necessárias para os jovens cientistas do Brasil desenvolverem suas pesquisas contando com recursos financeiros, autonomia de escolha de projeto e flexibilidade de gerenciamento.

2. Cronograma

23 de novembro 2023
Lançamento da chamada pública

4 de janeiro 2024 / 15h (horário de Brasília)
Início do prazo para envio de pré-propostas (fase 1)

25 de janeiro 2024 / 15h (horário de Brasília)
Prazo final para envio de pré-propostas (fase 1)

14 de março 2024 (nova data)
Divulgação dos nomes selecionados para a fase 2 e chamada para submissão de propostas completas

11 de abril 2024 / 15h (horário de Brasília) (nova data)
Prazo final para envio de propostas completas (fase 2)

26 de junho 2024
Divulgação dos nomes selecionados

28 de julho 2024
Data de início do apoio

3. Definições

Cientistas em início de carreira

A conquista de uma posição formal como professor ou pesquisador consiste, para nós, num dos momentos-chave na trajetória de um cientista. Tal conquista vem com os desafios de construção ou consolidação de suas linhas de pesquisa desvinculadas de seus orientadores, passando pela estruturação de seu grupo de pesquisa e a garantia de infraestrutura necessária (espaço físico, insumos, entre outros) para o desenvolvimento de seus projetos. Os recursos financeiros são fundamentais para responder a esses desafios, e nem sempre é fácil obter os primeiros aportes independentes por meio das linhas regulares de fomento à ciência. Por tal razão, o objetivo da presente chamada é apoiar o desenvolvimento da carreira de jovens cientistas nesse momento crucial na vida de quem faz pesquisa.

Grandes contribuições à ciência

O Serrapilheira tem como missão financiar cientistas que, em busca de excelência em suas pesquisas, fazem perguntas fundamentais, com o risco e o sonho de oferecer grandes contribuições às suas áreas de atuação.

As grandes contribuições à ciência são favorecidas quando o cientista dispõe de infraestrutura, tempo e autonomia para desenvolver seus projetos, além de um ambiente rico de ideias. Assim, ao acreditar na capacidade inventiva dos cientistas, o Serrapilheira oferece recursos financeiros de longo prazo e flexibilidade de uso. O instituto também reconhece que a pluralidade de pontos de vista enriquece a ciência, favorecendo um cenário propício ao surgimento de grandes contribuições.

Grandes perguntas

Grandes perguntas são aquelas que questionam o conhecimento científico, abrem novas perspectivas de avanço ou aprofundam o conhecimento de uma área científica. Projetos dessa natureza dizem respeito a questões “o quê”, “quando”, “por quê” e “como”, e não àquelas utilitárias (“para que serve”).

Áreas apoiadas

Ciências naturais

Matemática

Ciência da computação

Ciências naturais

No entendimento do instituto, as ciências naturais são aquelas que investigam a natureza, tentando compreendê-la em seus aspectos mais gerais e essenciais, ou seja: as ciências da vida, a física, as geociências e a química.

Interdisciplinaridade

O Serrapilheira entende que existem dois tipos de projetos interdisciplinares: (1) aqueles que avançam o conhecimento em mais de uma grande área e (2) aqueles que aplicam técnicas e abordagens de uma área para resolver questões de uma outra. Propostas interdisciplinares dos dois tipos são igualmente bem-vindas, desde que envolvam as áreas contempladas por esta chamada.

Projetos passíveis de apoio

Serão apoiados projetos originais e ousados, especialmente aqueles arriscados.

Risco

Para o Serrapilheira, o risco é bem-vindo e essencial ao avanço da ciência, e ele pode ser:

risco de concepção: as suposições subjacentes à hipótese apresentada talvez sejam incorretas ou a hipótese talvez não ofereça uma resposta à questão principal. O efeito proposto pode não existir ou não ser universal, por exemplo, ou a hipótese pode ir contra a posição dominante/mainstream do campo, ou ainda outras hipóteses explicariam melhor os dados. 

risco de abordagem: a abordagem metodológica proposta, mesmo que bem-sucedida, pode não ser capaz de fornecer informações adequadas e úteis para testar a hipótese proposta. O objeto de estudo é muito complexo ou variável para a abordagem, por exemplo, ou o conhecimento atual do campo a considera impossível, ou ainda a abordagem é pouco convencional ou heterodoxa.

risco técnico: a obtenção dos dados seguindo a metodologia proposta pode ser tecnicamente desafiadora. Por exemplo: os métodos são difíceis de implementar; apresentam etapas críticas que podem falhar; exigem muita persistência e tentativa e erro; envolvem a manipulação de equipamentos complexos; requerem trabalho de campo ou experimentos em larga escala; o objeto de estudo está sujeito a muitas condições incontroláveis ou é produto de um longo tempo natural – tempos geológicos ou animais/plantas com ciclos de vida longos.

O Serrapilheira estimula a submissão de projetos arriscados nos dois primeiros sentidos, i.e., que trazem hipóteses e abordagens ousadas. Já o alto risco técnico, quando presente, deve ser mitigado com a antecipação dos desafios metodológicos e a apresentação de alternativas. Espera-se que o projeto seja tecnicamente robusto.

Projetos não passíveis de apoio

Não serão apoiados projetos que sejam uma clara repetição de projetos anteriores. É necessário haver uma contribuição nova.

Propostas voltadas exclusivamente à ciência aplicada, com perguntas utilitárias e sem foco na produção de conhecimento, não são o escopo da chamada.

Não serão contemplados projetos voltados exclusivamente a testes clínicos, estudos de saúde pública, desenvolvimento de biomarcadores ou de processos e produtos agrícolas ou industriais.

Publicações

Para nós, publicações são artigos em periódicos. Contemplando a diversidade de produção bibliográfica das várias áreas de pesquisa, outros formatos podem ser excepcionalmente considerados, a depender das particularidades de cada área (por exemplo, artigos de conferências ou preprints em matemática, física e ciência da computação).

4. Apoio e orçamento

O Serrapilheira financiará entre 10 e 30 jovens cientistas com dotações entre 200 mil reais e 700 mil reais por projeto, a serem distribuídos ao longo de cinco anos.

Alocação dos recursos

Os recursos solicitados devem ser dimensionados para o alcance das metas listadas no projeto.

O Serrapilheira entende que os valores das demandas institucionais e da natureza dos projetos (teóricos em comparação a experimentais) variam conforme as áreas do conhecimento e as diversas regiões do Brasil. Por tal razão, esperamos receber orçamentos com valores distintos, obedecendo à faixa entre 200 mil reais e 700 mil reais.

Durante a execução do projeto, os cientistas selecionados poderão acessar, se assim o desejarem — a participação é voluntária —, à guisa de bônus, recursos adicionais destinados à integração e formação de pessoas de grupos sub-representados nas equipes de pesquisa. As ações de inclusão têm o objetivo de promover maior diversidade na ciência brasileira.

O modo de implementação do bônus para formar grupos sub-representados nas diferentes áreas de pesquisa será discutido com cada cientista selecionado por meio desta chamada. O valor do bônus vai depender da ação de inclusão a ser desenvolvida e poderá chegar a 30% do valor total do orçamento original aprovado para o desenvolvimento da pesquisa. Sendo assim, a requisição dos recursos do bônus da diversidade não deverá constar da proposta orçamentária relativa ao projeto de pesquisa.

Renovação

Passados cinco anos de apoio, os projetos poderão ser renovados anualmente, em caráter excepcional, por período indeterminado. A renovação vai contemplar apenas cientistas que não têm recursos de outras fontes.

Encontros e treinamento

Além de oferecer recursos financeiros, o Programa de Apoio à Ciência promove treinamentos, workshops e eventos de integração entre os cientistas, como os Encontros Serrapilheira, que acontecem a cada ano. Com isso, o instituto se propõe a aprimorar a formação e o desenvolvimento das carreiras dos cientistas, estimulando a cooperação interdisciplinar e iniciativas em diversidade na ciência, divulgação científica e ciência aberta. Quem for selecionado nesta chamada participará desses eventos e treinamentos.

Início do apoio

O apoio se inicia oficialmente em 28 de julho de 2024.

Uso dos recursos

O Serrapilheira oferece flexibilidade no emprego dos valores ao longo da execução da proposta apoiada. Os proponentes podem utilizar os recursos dotados como julgarem melhor para o desenvolvimento da pesquisa, desde que associados aos objetivos do projeto.

O cálculo para remuneração de bolsas e salários destinados às equipes dos cientistas selecionados deve se nortear pelos valores de referência do instituto.

Condições de financiamento e gestão financeira

As condições de financiamento são estabelecidas pelo Serrapilheira. As dotações são destinadas diretamente às pesquisas e deverão ser geridas por fundação indicada pelo instituto e não pela instituição-sede a que os cientistas se vinculam. Incentivamos as instituições-sede a oferecer aos cientistas condições adequadas para o desenvolvimento de seus projetos. O contrato será firmado entre a fundação, o cientista, a instituição-sede e o Serrapilheira.

Uma vez disponível para assinatura eletrônica, o contrato deverá ser assinado por todos os partícipes em um prazo máximo de quatro meses, impreterivelmente. Caso esse prazo não seja cumprido, o acordo poderá ser cancelado sem que isso caracterize descumprimento contratual por parte do Serrapilheira, e o apoio ao cientista pode não ser concedido.

Taxas administrativas

Quaisquer taxas administrativas relativas à gestão do apoio financeiro serão descontadas diretamente dos valores dotados aos projetos. Os cientistas terão liberdade para negociar a reserva técnica paga a suas instituições, numa faixa entre 2% e 5% do valor da dotação. Esse percentual tem por objetivo cobrir os custos de operação e da infraestrutura básica fornecida pelas instituições-sede. À entidade responsável pela gestão financeira do projeto, a ser indicada pelo Serrapilheira, caberá até 8% do valor da dotação do projeto. Assim, estimamos que o valor líquido destinado à pesquisa ficará entre 87% e 90% do valor original.

Publicações resultantes do financiamento

Toda publicação apoiada com recursos provenientes desta chamada e toda divulgação pública de resultados deverão citar, obrigatoriamente, o apoio do Serrapilheira.

5. Condições para aceitação de inscrições

As inscrições serão aceitas mediante os seguintes critérios:

Ano de contratação e titulação

Os candidatos devem ser cientistas em início de carreira, ter o grau de doutor e terem sido contratados pela primeira vez como docente ou pesquisador entre 1º de janeiro de 2018 e 31 de dezembro de 2023. Essa condição será ajustada em até dois anos para mulheres com filhos. Assim, mães de um único filho deverão ter sido contratadas entre 1º de janeiro de 2017 e 31 de dezembro de 2023, e aquelas com dois ou mais filhos, entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de dezembro de 2023. A data da contratação ou posse será a baliza para a aceitação de inscrições, e não a data do concurso ou processo seletivo. A data de contratação deve estar rigorosamente de acordo com as condições acima.

No caso de pessoas contratadas sem o doutoramento, mas que posteriormente obtiveram o título, estas serão elegíveis caso o doutorado tenha sido defendido entre 1º de janeiro de 2018 e 31 de dezembro de 2023. Essa condição será ajustada em até dois anos para mulheres com filhos, nas mesmas especificações acima.

Vínculo com a instituição-sede brasileira

Os candidatos devem realizar pesquisa científica e ter um cargo permanente – como professores ou pesquisadores – em universidade, instituto ou entidade sediada no Brasil, pública ou privada.

Podem se candidatar sócios de empresas/startups de base tecnológica e servidores públicos em cargos técnicos, desde que efetivamente realizem pesquisa na instituição-sede.

Inelegibilidade

Não são elegíveis pós-graduandos, pós-doutorandos, professores substitutos, pesquisadores colaboradores, pesquisadores visitantes e pesquisadores voluntários.

Publicações científicas

Os candidatos devem ser autores principais de pelo menos duas publicações científicas (ver seção “Definições: Publicações”).

Entendemos que o autor principal é aquele que deu a maior contribuição ao trabalho, e não necessariamente o chefe do laboratório ou líder do grupo de pesquisa. O candidato precisa justificar por que considera relevantes suas publicações, levando em conta o conteúdo e a contribuição intelectual dos textos (ver seção “Como se candidatar”). Essa justificativa deve ser feita com base no efeito que a publicação teve em questionar, avançar ou aprofundar o conhecimento no campo – sem menção ao veículo da publicação ou a métricas tradicionais como o fator de impacto (ver seção “Processo de seleção”).

Local de realização da pesquisa

Os projetos devem ser conduzidos no país, embora se admita que parte da atividade seja desenvolvida no exterior, como o trabalho de campo ou pesquisas colaborativas. Cientistas em atividade exclusiva em instituições estrangeiras não estão qualificados para receber financiamento do Serrapilheira por meio desta chamada, e não há portabilidade de nossas dotações para outros países.

Limites de submissões

Cada candidato só poderá submeter uma proposta por chamada e um máximo de duas propostas durante todo o período em que são elegíveis. Essa regra passou a valer a partir da chamada 4/2020.

Cientistas que já receberam recursos prévios do Serrapilheira e não tiveram seus apoios renovados poderão submeter propostas novamente.

Idioma

Como a seleção das propostas será conduzida por cientistas que atuam em instituições internacionais, todos os campos dos formulários de cadastro e de inscrição devem ser devidamente preenchidos em inglês, língua a ser adotada para a redação dos projetos. Uma vez que as entrevistas dos selecionados para a fase 2 serão em inglês, os candidatos devem ser proficientes nesse idioma, capazes de apresentar suas ideias e defender seu projeto para um painel de avaliadores internacionais.

Áreas apoiadas

Os projetos devem contribuir para o conhecimento fundamental em pelo menos uma das seguintes áreas: ciências naturais, matemática e ciência da computação. No entendimento do Serrapilheira, as ciências naturais são aquelas que investigam a natureza, tentando compreendê-la em seus aspectos mais gerais e essenciais: as ciências da vida, a física, as geociências e a química. 

Submissão eletrônica

As propostas devem ser submetidas eletronicamente por meio do portal do Serrapilheira no Fluxx (https://serrapilheira.fluxx.io) dentro dos prazos estabelecidos nesta chamada.

CV Curriculum vitae

O curriculum vitae (PDF) do proponente deve conter no máximo duas páginas, seguindo impreterivelmente o modelo disponível em http://bit.ly/2k-De1Z2. Currículos em outros modelos não serão considerados.

As inscrições que não atenderem às condições acima não serão processadas.

6. Candidaturas

A submissão das propostas se realiza em duas fases: fase 1 (pré-propostas) e fase 2 (propostas completas).

7. Como se candidatar à fase 1: pré-propostas

Abertura do portal de submissão

Os candidatos devem acessar o portal de submissão de propostas, a ser aberto a partir do dia 4 de janeiro de 2024 às 15h (horário de Brasília).

Acesso ao portal de submissão

Endereço: https://serrapilheira.fluxx.io

Prazo de submissão das pré-propostas

4 de janeiro a 25 de janeiro de 2024 às 15h (horário de Brasília).

Cadastro

Dados

  • nome
  • e-mail
  • telefone
Requisitos de elegibilidade

Uma vez finalizado o cadastro, os candidatos são direcionados para os requisitos de elegibilidade, confirmando que atendem aos critérios estabelecidos para esta chamada.

O teste de elegibilidade é validado pela equipe do Serrapilheira em até 24 horas.

Formulário de inscrição

Após terem completado o cadastro e os dados de elegibilidade, os postulantes são direcionados ao formulário de inscrição, composto pelas seções “Sobre o proponente” e “Sobre o projeto”, cujos campos deverão ser preenchidos no próprio sistema.

Sobre o proponente

Dados pessoais

  • nacionalidade
  • data de nascimento
  • cidade/estado/país natal
  • instituição
  • endereço/cidade/estado/cep
  • gênero
  • cor/raça
  • link para o curriculum vitae Lattes
  • link para o perfil no Google Acadêmico
  • número de identificação ORCID
  • link para site do laboratório (opcional)
  • perfil nas redes sociais (opcional)

Trajetória acadêmica

  • graduação, mestrado (se pertinente), doutorado, pós-doutoramento (se pertinente)
  • ano de obtenção do título de doutor(a)
  • ano de contratação na instituição
  • financiamento independente para pesquisa, sem contar bolsas de estudo (se pertinente)
  • eventuais interrupções decorrentes de licenças médicas, de maternidade e paternidade, cuidado com outras pessoas (p. ex., enfermos, idosos, pessoas com deficiência), indicando datas de início e fim. Podem também ser informadas circunstâncias que teriam impactado o desempenho escolar e acadêmico.

Publicações

  • títulos e arquivos em PDF de até cinco publicações das quais o proponente é autor. Os trabalhos publicados devem ser aqueles com os quais o candidato mais contribuiu, mas não necessariamente aqueles em que liderou o grupo de pesquisa ou cujo laboratório chefiou (ver seção “Definições: Publicações”)
  • descrição da contribuição do proponente para a ciência, explicando:

i) por que o proponente escolheu os referidos trabalhos

ii) por que os considera de impacto

iii) como surgiu a ideia da publicação

CV Curriculum vitae

Curriculum vitae (PDF), máximo de duas páginas, seguindo impreterivelmente o modelo disponível em: http://bit.ly/2kDe1Z2

Sobre o projeto

Título

O título do projeto deve ser a grande pergunta e de fácil compreensão para não especialistas na área. Formule-o sem nenhum jargão, finalizando-o com uma interrogação. 

(até 150 caracteres com espaços)

Áreas
  • Ciências naturais: ciências da vida*, física, geociências e química
  • Ciência da computação
  • Matemática

* Considerando o volume de propostas na área, o painel de avaliação é subdividido nas seguintes subáreas:

  • Genética, bioquímica, biologia estrutural e da célula
  • Mecanismos de patologias
  • Microbiologia, imunologia e virologia
  • Neurociências
  • Biologia de plantas e animais
  • Ecologia

O proponente deve indicar:

  • Área(s) de investigação: a(s) área(s) na(s) qual(is) a proposta avança o conhecimento
  • Área da técnica: a área associada às ferramentas e abordagens usadas na proposta, caso esta seja diferente da(s) anterior(es)

Por exemplo, um proponente cujo projeto pretende empregar modelos matemáticos para o estudo de biomas indicaria:

Área da Investigação: Ciências da Vida/Ecologia

Área da Técnica: Matemática

A indicação das áreas determina o painel de avaliação para o qual a proposta será encaminhada e as características que serão levadas em conta pelos diferentes painéis. Em caso de escolha de múltiplas áreas, a proposta será avaliada de forma independente por mais de um painel. No exemplo acima, o da Matemática daria um parecer sobre a adequação técnica da proposta, enquanto o de Ecologia avaliaria a relevância para a ecologia. Neste caso, a recomendação final seria do painel da Ecologia, informado pelo parecer da Matemática. Já as propostas que se propõem a avançar duas áreas do conhecimento precisarão de recomendações favoráveis dos dois painéis independentes.

Um esquema do fluxo de avaliação de propostas interdisciplinares pode ser visto abaixo:

ESQUEMA: esquema fluxo interdisciplinaridade

Palavras-chave

Indicação de três palavras-chave para descrever livremente a subárea (exemplo: nanocatálise; neurologia; computação quântica; dinâmica de fluidos computacional; sensoriamento remoto; análise de bacias sedimentares; estratigrafia; ecotoxicologia; raios cósmicos; partículas de alta energia; ondas gravitacionais; geometria simplética).

Áreas e palavras-chave

Indicação fundamental para o encaminhamento das pré-propostas a avaliadores adequados.

Dez perguntas

No caso de projetos de matemática pura ou que não envolvem o uso de dados primários nem secundários, as questões são ajustadas conforme indicado nos casos abaixo:

grande pergunta: Qual é sua grande pergunta fundamental? Formule-a sem nenhum jargão, finalizando-a com uma interrogação. Ela deverá ser o título do projeto.
(até 150 caracteres com espaço).

hipótese/conjectura: Qual é sua hipótese específica para responder a essa pergunta? Situe-a no estado atual do conhecimento do campo.
(até 500 caracteres com espaço).

Para matemática pura ou projetos sem uso de dados: Qual é a sua conjectura específica? Situe-a-a no estado atual do conhecimento do campo e cite exemplos, se for o caso.
(até 500 caracteres com espaço).

risco de concepção: Quais as possíveis limitações de sua hipótese? Quais as possíveis falhas de suas suposições? Quais as alternativas plausíveis à sua hipótese?
(até 500 caracteres com espaço)

Para matemática pura ou projetos sem uso de dados: Por que sua conjectura pode estar errada? É possível que ela seja consequência de técnicas já estabelecidas? Cite casos já estudados, se for o caso.
(até 500 caracteres com espaço).

abordagem: De que dados você precisa para testar sua hipótese? Que abordagem metodológica será empregada para obter esses dados?
(até 700 caracteres com espaço)

Para matemática pura ou projetos sem uso de dados: Que abordagem você vai usar para tentar provar a sua conjectura?
(até 700 caracteres com espaço)

risco de abordagem: Por que sua abordagem para testar sua hipótese pode não ser adequada? Quais as abordagens alternativas para testar essa hipótese?
(até 500 caracteres com espaço)

Para matemática pura ou projetos sem uso de dados: Por que sua abordagem para provar sua conjectura pode não ser adequada? Quais abordagens alternativas seriam úteis?
(até 500 caracteres com espaço)

risco técnico: Que desafios você antecipa na coleta dos dados? Proponha alternativas e soluções técnicas, se apropriado.
(até 500 caracteres com espaço)

Para matemática pura ou projetos sem uso de dados essa pergunta não se aplica.

originalidade: Explique em que reside a originalidade de seu projeto. Na pergunta? Na hipótese? Na abordagem? Na metodologia? Responda claramente: “A originalidade do meu projeto está na…” e em seguida justifique.
(até 400 caracteres com espaço)

impacto: A quem interessa seu projeto? Se for bem-sucedido, que diferença vai fazer para o conhecimento? Para quais campos?
(até 400 caracteres com espaço)

origem: De onde veio a ideia do projeto?
(até 400 caracteres com espaço)

pitch: Em uma ou duas frases breves, explique exatamente o que vai ser feito, sem jargão, resumindo as respostas acima e observando o seguinte modelo: “Vou usar [metodologia principal] em [amostra, modelo ou objeto de estudo] para testar se a [hipótese] pode explicar [grande pergunta].”
(até 400 caracteres com espaço)

Essa etapa terá papel crítico na primeira avaliação das propostas. Recomendamos aos candidatos que dediquem tempo e reflexão ao preenchimento dessa seção. Oferecemos dicas para orientar a estruturação das respostas às perguntas acima (link).

8. Como se candidatar à fase 2: propostas completas

Os candidatos selecionados na fase 1 serão chamados a enviar propostas completas para a fase 2.

Prazo de submissão das propostas completas

04 de abril de 2024 às 15h (horário de Brasília)

Acesso ao portal de submissão

Os candidatos devem acessar o portal de submissão de propostas, a ser aberto a partir de março de 2024 em https://serrapilheira.fluxx.io, e então apresentar os documentos abaixo:

Documentos

Projeto de pesquisa

O projeto de pesquisa é uma expansão das perguntas levantadas na fase 1, incluindo novos itens e seguindo impreterivelmente o modelo disponível neste link.

No caso de projetos de matemática pura ou que não envolvem o uso de dados primários nem secundários, as perguntas serão ajustadas conforme indicado nos casos abaixo.

O documento deve conter:

  • título do projeto: deve ser a grande pergunta e de fácil compreensão para não especialistas na área. Formule-o sem nenhum jargão, finalizando-o com uma interrogação.
    (até 150 caracteres com espaço)
  • nome do proponente.
  • resumo curto, seguindo o modelo do pitch: Explique exatamente o vai ser feito, sem jargão, resumindo as respostas das perguntas levantadas na fase 1 e observando o seguinte modelo: “Vou usar [metodologia principal] em [amostra, modelo ou objeto de estudo] para testar se a [hipótese] pode explicar [grande pergunta].
    (até 2 mil caracteres com espaço)
  • introdução abrangente, que inclua o estado atual da pesquisa.
    (até 10 mil caracteres com espaço)
  • hipótese/conjectura: Qual é sua hipótese específica para responder a essa pergunta? Situe-a no estado atual do conhecimento do campo.
    (até 2.500 caracteres com espaço)

Para matemática pura ou projetos sem uso de dados: Qual é sua conjectura específica? Situe-a no estado atual do conhecimento do campo e cite exemplos, se for o caso.
(até 2.500 caracteres com espaço)

  • risco de concepção: Quais as possíveis limitações de sua hipótese? Quais as possíveis falhas de suas suposições? Quais as alternativas plausíveis à sua hipótese?

Para matemática pura ou projetos sem uso de dados: Por que sua conjectura pode estar errada? É possível que ela seja consequência de técnicas já estabelecidas? Cite casos já estudados, se for o caso.
(até 2 mil caracteres com espaço)

  • abordagem:  De que dados você precisa para testar sua hipótese? Que abordagem metodológica será usada para obter esses dados?
    (até 2.500 caracteres com espaço)

Para matemática pura ou projetos sem uso de dados: Por que sua abordagem para provar sua conjectura pode não ser adequada? Quais abordagens alternativas seriam úteis?
(até 2.500 caracteres com espaço)

  • risco de abordagem: Por que sua abordagem para testar sua hipótese pode não ser adequada? Quais as abordagens alternativas para testar essa hipótese?
    (até 2 mil caracteres com espaço)

Para matemática pura ou projetos sem uso de dados: Por que sua abordagem para provar sua conjectura pode não ser adequada? Quais abordagens alternativas seriam úteis?
(até 2 mil caracteres com espaço)

  • risco técnico: Que desafios você antecipa na coleta dos dados? Proponha alternativas e soluções técnicas, se apropriado.
    (até 2 mil caracteres com espaço)

Para matemática pura ou projetos sem uso de dados esta pergunta não se aplica.

  • originalidade: Explique em que reside a originalidade de seu projeto. Na pergunta? Na hipótese? Na abordagem? Na metodologia? Responda claramente: “A originalidade do meu projeto está na…” e em seguida justifique a sua escolha.
    (até 1 mil caracteres com espaço)
  • impacto: A quem interessa seu projeto? Se for bem-sucedido, que diferença vai fazer para o conhecimento? Para quais campos?
    (até 1 mil caracteres com espaço)
  • origem: De onde veio a ideia do projeto?
    (até 1 mil caracteres com espaço)
  • equipe: descrição do perfil da equipe envolvida no projeto. Não é necessário definir os nomes, basta indicar a formação e a experiência necessária, além de descrever as atividades a serem executadas, em linhas gerais. As pessoas precisam demonstrar capacidade de realizar o projeto, independentemente de fazerem parte do grupo, serem colaboradoras ou mesmo contratadas caso o candidato seja contemplado nesta chamada. Por exemplo: dois bolsistas de iniciação científica para trabalhar com citometria de fluxo ou um pesquisador de pós-doutorado especializado em machine learning.
    (até 1.500 caracteres com espaço)
  • rede de colaboração atual: descrição da rede. Basta listar o nome e a instituição de todos os colaboradores atuais, incluindo os que não atuam diretamente no projeto.
    (até 1.500 caracteres com espaço)
  • expansão de redes de colaboração: se for o caso, delinear possíveis estratégias para ampliar a rede, garantindo que os custos estejam previstos no orçamento simplificado.
    (até 1.500 caracteres com espaço)
  • cronograma: anual, com os principais objetivos a serem atingidos em cada período. Não é necessário detalhar os objetivos, bastando descrever as etapas principais que atestem o sucesso do desenvolvimento do projeto. O cronograma será considerado um plano preliminar – os marcos poderão ser ajustados ao longo do desenvolvimento do projeto.
    (até 600 caracteres com espaço para cada ano)
  • orçamento simplificado. Os candidatos selecionados terão um período de uma semana após a divulgação dos resultados para detalhar o orçamento, adaptando-o às normas vigentes de cada financiador. No caso dos recursos do Serrapilheira, as despesas poderão ser ajustadas ao longo do desenvolvimento do projeto entre as diferentes categorias do orçamento, mas o valor total dos recursos concedidos não será alterado.
  • referências bibliográficas

CV Curriculum vitae

(caso tenha havido alteração importante após o envio na fase 1)

Curriculum vitae (PDF), máximo de duas páginas seguindo impreterivelmente o modelo disponível em http://bit.ly/2kDe1Z2.

Projetos incompletos ou em desacordo com as orientações descritas nesta chamada serão desclassificados e não seguirão para a revisão.

9. Processo de seleção

A avaliação das propostas será conduzida majoritariamente por cientistas em atividade em instituições internacionais de excelência, de vários continentes, com perfil de gênero e de raça diverso, quando possível.

O Serrapilheira é signatário da Declaration on Research Assessment (DORA). Orientamos o painel de avaliadores a não se valer de métricas baseadas em periódicos, tais como o fator de impacto, como uma medida indireta da qualidade durante o processo seletivo.

Os modelos de todos os formulários a serem preenchidos pelos revisores ao longo do processo estão disponíveis aqui e aqui.

10. Etapa 1: Seleção de pré-propostas

Análise de enquadramento

A equipe executiva do Serrapilheira vai avaliar se todos os materiais enviados pelos candidatos se enquadram nos critérios de aceitação de propostas. Apenas as propostas que atendam a todos os critérios serão incluídas no processo seletivo. Quando necessário, especialistas poderão auxiliar o time executivo nesta análise.

Análise de mérito e critérios

As pré-propostas serão agrupadas em blocos de acordo com a área (matemática, ciência da computação, física, geociências, química e ciências da vida). Cada uma será avaliada de forma independente por pelo menos dois avaliadores de cada área. Detalhes do fluxo das propostas ao longo do processo seletivo podem ser lidos na seção 6, “ Como se candidatar à fase 1: pré-propostas/Sobre o projeto”.

Com base nos critérios de capacidade científica, criatividade, originalidade e estruturação da proposta, serão analisadas:

  • a trajetória acadêmica do proponente (curriculum vitae + indicação de eventuais interrupções na carreira)
  • a contribuição do proponente para a ciência (produção científica indicada pelo candidato e justificativa)
  • respostas às perguntas listadas anteriormente

Cada avaliador enviará ao time executivo uma listagem classificatória de até seis candidatos por área

O time executivo vai comparar as listagens classificatórias e, em casos de discrepância, discutirá com os avaliadores e, se necessário, com avaliadores ad hoc, quais candidatos devem ser chamados para apresentar propostas completas. Nesse momento, será ajuizada, por meio de breve conversa ao telefone, a capacidade do candidato de apresentar, de forma resumida e em inglês, seu projeto e sua carreira, bem como de formular respostas ao que lhe for perguntado.

O número de candidatos chamados para participar da fase 2 será no máximo três vezes maior que o número final de propostas a serem apoiadas.

O instituto não enviará pareceres aos proponentes não selecionados para a fase 2.

11. Etapa 2: Seleção de propostas completas

Análise de enquadramento

A equipe executiva do Serrapilheira vai avaliar se todos os materiais enviados pelo candidato se enquadram nos critérios de aceitação de propostas. Apenas as propostas que atendam a todos os critérios serão incluídas no processo seletivo.

Análise de mérito

Cada proposta completa, composta por projeto de pesquisa e curriculum vitae, será avaliada de forma independente por pelo menos dois cientistas, de acordo com os critérios abaixo detalhados. Os avaliadores serão os mesmos que atuaram na fase 1; se necessário, novos avaliadores ad hoc poderão ser acionados. Detalhes do fluxo das propostas ao longo do processo seletivo podem ser lidos na seção 6, “Como se candidatar à fase 1: pré-propostas/Sobre o projeto”.

Propostas que envolvam pesquisa com sujeitos humanos devem apresentar amostras que sejam representativas das populações estudadas, em particular em termos de gênero e cor/raça, ou devem justificar, em termos dos objetivos científicos, qualquer questão de falta de representatividade.

Critérios

Os avaliadores devem pontuar todas as propostas elegíveis usando uma escala de 1 a 5 (discordo fortemente – concordo fortemente) para cada um dos cinco critérios listados a seguir:

1. Qualidade da proposta

Originalidade: se a proposta é original; ela não pode ser mera repetição de pesquisas anteriores.

Ousadia: se o projeto é ousado e criativo.

Pergunta: se a proposta aborda uma grande pergunta.

Estrutura e apresentação: se a proposta é bem estruturada e bem apresentada.

2. Viabilidade

Composição da equipe: se atende às demandas propostas para o desenvolvimento do projeto.

Recursos financeiros: se os valores solicitados e os prazos são adequados.

3. Risco: de acordo com as definições apresentadas na seção 2: risco de concepção, risco de abordagem e risco técnico*.

* No caso de projetos de matemática pura ou que não envolvem o uso de dados primários nem secundários, esse critério de risco não será aplicado.

4. Qualidade do proponente:

Capacidade científica:* se o candidato demonstra capacidade de desenvolver pesquisa rigorosa.

*É avaliado o rigor da pesquisa desenvolvida até o momento, independentemente do número de artigos publicados.

Independência:
  • se o candidato se mostra capaz de gerar ideias próprias;
  • se o candidato possui uma ampla rede de colaboração, nacional e internacional.
5. Entrevista:
  • se o cientista se mostra capaz de defender sua grande pergunta e abordagem;
  • se o candidato compreende de forma abrangente sua área de atuação e o contexto em que seu projeto se encaixa.
Entrevista

A seguir, organizados em painéis de cada área, os mesmos avaliadores encarregados da análise de mérito vão realizar uma entrevista remota com os candidatos. Cada candidato fará uma apresentação de dez minutos, em inglês, e terá vinte minutos para responder a perguntas.

Ao submeter propostas à chamada, os candidatos concordam expressamente com a realização da mencionada entrevista e autorizam que a mesma seja registrada em áudio e vídeo com a finalidade específica de análise de seu conteúdo pelo Serrapilheira, bem como de seus examinadores e pessoas responsáveis pela seleção dos candidatos.

O material captado é de uso exclusivo do instituto.

O candidato deve ser proficiente em inglês e capaz de apresentar claramente seu projeto e responder às perguntas com objetividade.

Para os dez minutos da exposição, o candidato poderá fazer uso de recursos visuais (gráficos, fórmulas etc) e deverá observar a seguinte estrutura:

  • breve apresentação pessoal;
  • explicação precisa e objetiva do que exatamente vai ser feito, sem jargão, resumindo as respostas das perguntas levantadas e observando o seguinte modelo: “Vou usar [metodologia principal] em [amostra, modelo ou objeto de estudo] para testar se a [hipótese] pode explicar [grande pergunta];
  • trajetória e origem da ideia;
  • identificação do diferencial do projeto;
  • e, se pertinentes, resultados preliminares.

Após a apresentação oral, cada avaliador deve pontuar o candidato de 1 a 5 (discordo fortemente – concordo fortemente), obedecendo aos critérios estabelecidos para esta chamada, incluindo a capacidade do postulante de defender e contextualizar sua grande pergunta, assim como de mostrar que compreende de forma abrangente sua área de atuação. Os membros da equipe executiva do Serrapilheira não avaliarão as apresentações.

Cada avaliador deve enviar ao time executivo sua pontuação e um parecer com comentários da revisão, antes de debatê-la com os demais membros do painel. A seguir, o time executivo consolidará as pontuações e as enviará por e-mail aos membros do painel. O time executivo deve apresentar os consensos e apontar os candidatos que receberam notas discrepantes.

Entender a argumentação a favor ou contra candidatos não consensuais é atribuição do time executivo, com a assessoria de avaliadores ad hoc independentes, se necessário.

Ao final do processo, o painel de avaliadores de cada área confirmará por e-mail à equipe executiva do Serrapilheira uma listagem classificatória das propostas recomendadas. Empates são permitidos. Se for necessário debater as indicações, o time executivo organizará nova reunião com os membros do painel.

Os candidatos que chegarem à etapa final da análise detalhada, e apenas estes, receberão os pareceres relevantes.

Parceria com as Fundações de Amparo à Pesquisa

O Serrapilheira estabeleceu parceria com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) por meio de Memorando de Entendimento, de dezembro de 2021, no qual 24 FAPs são signatárias. 

São elas:

FAPAC (Acre), FAPEAL (Alagoas), FAPEAP (Amapá), FAPEAM (Amazonas), FAPESB (Bahia), FUNCAP (Ceará), FAPDF (Distrito Federal), FAPES (Espírito Santo), FAPEG (Goiás), FAPEMA (Maranhão), FAPEMAT (Mato Grosso), FUNDECT (Mato Grosso do Sul), FAPEMIG (Minas Gerais), FAPESPA (Pará), FAPESQ (Paraíba), Fundação Araucária (Paraná), FACEPE (Pernambuco), FAPEPI (Piauí), FAPERJ (Rio de Janeiro), FAPERGS (Rio Grande do Sul), FAPERO (Rondônia), FAPERR (Roraima), FAPESC (Santa Catarina) e FAPT (Tocantins).

Além disso, o Serrapilheira celebrou acordos diretos com a FAPESP, FAPERJ, FAPEMIG e Fundação Araucária.

Esta chamada, portanto, conta com 25 FAPs parceiras. 

O objetivo destes acordos é ampliar o apoio a jovens cientistas nos estados.  As parcerias podem se dar por meio de dois mecanismos: 1) pelo cofinanciamento, quando o Serrapilheira e as FAPs poderão apoiar conjuntamente, com valores mutuamente definidos, cientistas selecionados pela chamada pública do instituto; 2) pelo apoio unilateral das FAPs – e com valores definidos por elas – a cientistas de seus respectivos estados que chegaram à fase final no processo de seleção do Serrapilheira, mas que por limitação orçamentária não receberam apoio do instituto.

O processo seletivo (descrito nas seções 8 a 11 da chamada pública) será conduzido pelo Serrapilheira. No caso dos dois formatos de financiamento acima explicitados, as FAPs terão acesso a todos os pareceres de revisão dos processos seletivos e poderão conduzir, caso desejem, processos individuais de validação e escolha dos candidatos previamente recomendados pelos painéis de seleção do Serrapilheira. Após a conclusão do processo seletivo, e sempre observados os critérios da chamada pública, a equipe executiva do instituto vai se reunir com os representantes das FAPs para decidir quais projetos serão apoiados. Os selecionados para apoio conjunto ou unilateral deverão atender às demandas administrativas e orçamentárias da chamada pública e das FAPs para que possam receber os recursos.

Validação final

Com base nas recomendações dos painéis, a equipe executiva do Serrapilheira consolidará e aprovará a lista final entre 10 e 30 selecionados em todas as áreas, levando em consideração quatro fatores: classificação, disponibilidade de recursos financeiros, risco e gerenciamento de portfólio. Serão escolhidos os melhores candidatos, quaisquer que sejam seus campos de pesquisa.

Em função dos fatores referidos acima, nem todas as propostas recomendadas pelos painéis serão selecionadas; excepcionalmente, aquelas que não constam da lista recomendada podem ser incluídas na seleção final. Nesse caso, a equipe executiva submeterá sua escolha à presidência do Conselho de Administração do Serrapilheira e justificará sua decisão por e-mail aos membros dos painéis de seleção.

A aprovação da lista final de propostas a serem apoiadas será submetida à presidência do Conselho de Administração do Serrapilheira.

12. Considerações finais sobre a seleção

Sobre os critérios em caso de empate

Em caso de empate, o apoio é dado preferencialmente a cientistas que ainda não dispõem de recursos independentes para desenvolver sua pesquisa, e a proponentes de grupos sub-representados em suas áreas de conhecimento em relação a gênero e raça.

Sobre o número de avaliadores

O número de propostas elegíveis determinará o número de avaliadores, sendo que toda pré-proposta e toda proposta completa serão examinadas por pelo menos dois avaliadores.

Sobre a composição do painel

Ao compor os painéis de seleção, o Serrapilheira busca garantir em sua composição o equilíbrio de gênero, bem como procura assegurar que pelo menos metade de seus integrantes não pertençam ao eixo Estados Unidos/Europa, com representantes de todos os continentes e pelo menos 20% de avaliadores não brancos.

Sobre o envio dos pareceres

As propostas que chegarem à etapa final da fase de seleção receberão um  parecer escrito pelos avaliadores da área.

Notificação aos avaliadores sobre viés inconsciente

Em nossa metodologia, lembramos aos avaliadores da existência de vieses inconscientes, que devem ser considerados ao longo da seleção das propostas.

Compromissos do Serrapilheira
  • Garantir que pessoas que possuam qualquer conflito de interesse com candidatos participantes desta chamada não avaliem os referidos candidatos.
  • Assegurar que todas as propostas sejam julgadas por avaliadores qualificados.

13. Sobre apoios discricionários

A equipe executiva do instituto tem a liberdade de apoiar qualquer projeto recebido por meio desta chamada usando recursos discricionários, obedecendo a critérios de mérito e seguindo o código de ética e conduta profissional do Serrapilheira. Nesse caso, os cientistas selecionados não farão parte da coorte de cientistas apoiados por meio desta chamada e serão considerados cientistas do apoio discricionário.

14. Considerações relevantes

Dados demográficos

Por que informar os dados demográficos? Ao informar espontaneamente ao instituto dados demográficos, os candidatos concordam em contribuir para o aperfeiçoamento das ações de estímulo à diversidade na ciência adotadas pelo instituto. O acesso a esses dados é limitado aos profissionais que participam da formulação de políticas do Serrapilheira e observa nossa previsão de Confidencialidade e Proteção de Dados do Código de Ética e Conduta. O eventual tratamento e a divulgação de dados demográficos colhidos na chamada restringem-se a uma finalidade estatística, ligada à transparência de informação, sem que implique mencionar ou identificar projetos ou candidatos, e sempre observados os critérios de sensibilidade, sigilo e confidencialidade dispostos na legislação vigente. Avaliadores não têm acesso aos dados em nenhuma fase de seleção dos candidatos, sendo que a opção pelo não fornecimento dos dados demográficos pelos candidatos não implica e nem avaliza a eliminação dos mesmos do processo seletivo. Para o registro dessa opção, existe no item em questão a opção “não informar”. A Política de Privacidade do Serrapilheira pode ser consultada aqui.

Boas práticas em diversidade na ciência

O Serrapilheira acredita que grandes resultados advêm de uma ciência praticada a partir da incerteza e do risco, e que essa é uma ciência possível quando há liberdade de ideias e pluralidade de pontos de vista. Para tanto, é essencial um grupo mais diverso de jovens cientistas que pensem a ciência sob diferentes olhares. E por isso incentivamos a diversidade étnico-racial e de gênero na ciência no Brasil. O Guia de Boas Práticas em Diversidade na Ciência está disponível no site do Serrapilheira em https://serrapilheira.org/nossos-valores/.

Boas práticas em ciência aberta

O Serrapilheira exige que toda produção científica decorrente do projeto contemplado, ao longo do período de vigência do apoio, seja disponibilizada em repositórios de acesso público. A produção científica inclui, mas não se limita a, publicações em qualquer formato (sejam elas revisadas por pares ou não), bem como conjuntos de dados e códigos de programação associados à publicação. No que diz respeito a publicações, para atender a este requisito os cientistas apoiados pelo instituto deverão tornar disponíveis seus trabalhos (versão final publicada, accepted author manuscript ou preprint em versão quase-final) em um repositório público. Cabe à pessoa reter os direitos necessários para postar as publicações, dados e códigos publicamente a fim de atender a este requisito. O Serrapilheira incentiva a submissão a periódicos de acesso aberto, preferencialmente os que não cobram taxas adicionais para torná-los gratuitos para leitores e para autores.

O Guia de Boas Práticas em Ciência Aberta consta do site do Serrapilheira em https://serrapilheira.org/nossos-valores/.

Propriedade intelectual

Caso as pesquisas selecionadas por meio desta chamada resultem em processos de patentes, o Serrapilheira não reivindicará direitos de propriedade intelectual.

Código de conduta

As atividades de pesquisa propostas devem obedecer a princípios éticos e às normas legais em vigor no Brasil. A conformidade às regras e normas legais vigentes é de responsabilidade dos cientistas apoiados pelo Serrapilheira, dos quais se exige o respeito ao meio-ambiente, à saúde humana e dos animais, bem como aos direitos de privacidade, integridade física, proteção de dados e não discriminação. O desrespeito a qualquer desses direitos pode resultar no cancelamento da dotação.

Integridade da pesquisa

O Serrapilheira apoia firmemente a integridade da pesquisa. Na eventual ocorrência de casos comprovados de má conduta científica, como plágio, invenção ou falsificação de resultados ao longo de um projeto financiado pelo Serrapilheira, o apoio financeiro será cancelado.

Do ponto de vista jurídico

O Serrapilheira se reserva o direito de cancelar, suspender, modificar, rever ou postergar, a qualquer momento, a seu exclusivo critério de avaliação, o processo de seleção a que se refere esta chamada, mediante simples aviso publicado nos mesmos meios de divulgação da presente chamada. Potenciais candidatos ou mesmo postulantes que já tenham submetido projetos ao instituto não serão ressarcidos —  seja em razão do cancelamento, suspensão, modificação ou postergação do contrato. Tal cláusula também se aplica às instituições às quais essas pessoas sejam ou estejam vinculadas.

A preparação dos projetos e sua respectiva submissão ao processo de seleção objeto desta chamada são de integral responsabilidade dos candidatos, os quais deverão arcar integralmente com os seus custos. Ao aderir a esta chamada, os candidatos reconhecem que cabe exclusivamente ao Serrapilheira arbitrar o processo de seleção, observados os procedimentos aqui descritos.

Ao processo de deliberação e escolha dos candidatos por parte do Serrapilheira não caberá nenhum tipo de recurso, pedido de revisão ou ressarcimento de custos, despesas ou indenização na hipótese de não seleção de projetos submetidos, em qualquer fase ou etapa dos processos descritos nesta chamada.

O Serrapilheira poderá, a qualquer tempo e independentemente de consentimento prévio do candidato ou instituição de ensino à qual ele esteja vinculado, conduzir estudos  utilizando informações submetidas por meio desta chamada. Poderá, ainda, divulgar os resultados desses estudos, respeitado o compromisso de confidencialidade, desde que tais informações já não tenham se tornado públicas.

Uma vez finalizada a seleção, o instituto poderá compartilhar dados sobre os projetos aprovados, como o valor da dotação, o título, resumo e palavras-chave.

De forma a preservar os critérios de isenção e isonomia que norteiam a análise e escolha das práticas concorrentes, e como forma de prevenir potenciais conflitos de interesse e/ou infração às regras previstas no Código de Ética e Conduta do instituto, não poderão, direta ou indiretamente, habilitar-se às chamadas do Serrapilheira pessoas com relações de casamento, união estável ou parentesco por consanguinidade ou afinidade, seja em linha reta, colateral ou transversal, até o segundo grau, com funcionários, diretores, membros dos Conselhos de Administração e Científico, tampouco com avaliadores ou outros prestadores de serviço contratados para a seleção das chamadas.

A deliberada não observância dessa regra de impedimento, por qualquer pessoa que se habilite para as chamadas do Serrapilheira, dará ao instituto, a seu exclusivo critério de conveniência e tempo, o direito de exclusão do beneficiário da chamada, com a consequente rescisão contratual e cancelamento das obrigações dele decorrentes, inclusive as pecuniárias, sem que isso caracterize rescisão contratual imotivada.

Exceções às regras aqui previstas devem ser decididas pelo Conselho de Administração do Serrapilheira.

15. FAQ

16. Referências

Contato

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